Busca do site
menu

Entrevista: pesquisadora da ENSP fala sobre mortalidade materna, violência obstétrica e racismo

ícone facebook
Publicado em:30/11/2018
Entrevista: pesquisadora da ENSP fala sobre mortalidade materna, violência obstétrica e racismoA violência obstétrica se restringe a uma intervenção indesejada ou abusiva contra a gestante ou vai além? O Repórter SUS entrevistou a pesquisadora Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde da ENSP/Fiocruz e uma das coordenadoras da pesquisa 'Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre parto e nascimento', Silvana Granado, para esclarecer sobre as diferentes formas de violência obstétrica a que a mulher é submetida.

Embora seja um tema que venha sendo discutido, a pesquisadora alerta que não há um consenso sobre a caracterização. "Existem representações diferentes em distintos grupos. Algumas mulheres consideram uma violência ter uma intervenção que não estava indicada ou que ela não queria que tivesse no momento do parto. Outras relacionam ao mal-trato verbal e até físico. O que a gente vê é que ainda existem muitas mulheres que não têm direito a acompanhante; isso é uma violência no momento do parto. Algumas situações desse tipo ainda são observadas no Brasil", cita.

A analgesia - anestesia para que a mulher não sofra tanto com a dor do parto - garantida no Sistema Único de Saúde, pode evitar uma cesariana desnecessária, mas muitas vezes não é ofertada à gestante, conta a pesquisadora. Ela denuncia, também, que as mulheres negras são as maiores vítimas desse tipo de violência no Brasil.

"Nós temos um estudo, que comparou brancas, pardas e pretas, e a gente observa que a preta tem muito mais pré-natal inadequado, é menos informada sobre o trabalho de parto, sobre as complicações na gravidez. A mulher preta peregrinou mais [para achar uma maternidade], teve menos acompanhante durante a hospitalização", detalha.

A mortalidade materna, que tem maior incidência entre as mulheres pretas, é outro fator que evidencia a violência pela cor da pele, mas também pela desigualdade socioeconômica, o que segundo Silvana merece atenção especial no mês que celebra a Consciência Negra.
"Para cada 100 mil nascidos vivos no município do Rio de Janeiro, entre 2010 e 2017, houve 71 mortes de mulheres brancas, 81 de mulheres pardas e 188 de mulheres pretas", descreveu.

Confira, abaixo, a entrevista de Silvana Granado na íntegra ou acesse aqui

Entrevista: pesquisadora da ENSP fala sobre mortalidade materna, violência obstétrica e racismo

 


Seções Relacionadas:
Entrevistas

  • Seminário debaterá temas referentes à saúde das mulheres
  • 'Cadernos de Saúde Pública' de maio faz balanço sobre a pesquisa da ENSP Nascer no Brasil
  • Abertura do ano letivo discute os olhares femininos no cárcere
  • Nascer nas prisões: pesquisa da ENSP ajudou a embasar decisão do STF sobre mães encarceradas
  • Nascer nas prisões: gestação e parto atrás das grades no Brasil
  • Brasil possui elevado número de bebês prematuros
  • Prematuridade provocada por intervenção médica chega a 40% no Brasil
  • Reportagens destacam elevada prevalência da gravidez não planejada no país
  • ENSP apresenta novos dados da pesquisa Nascer no Brasil
  • Pesquisadora comenta aumento da gravidez tardia no país
  • 'É preciso diminuir as intervenções desnecessárias no parto'
  • Site o O Globo publica carta de instituições científicas contra PL que quer liberar cesariana
  • Pesquisadores publicam carta aberta contra o PL nº5687 que libera cesáreas a partir de 37 semanas de gestação
  • Apenas 35% das grávidas presas passam por um pré-natal adequado
  • Reportagem destaca resolução que veta cesariana antes da 39ª semana de gestação
  • Depressão pós-parto acomete mais de 25% das mães no Brasil
  • Medos relacionados ao parto é tema de programa
  • Programa discute os fatores que interferem na escolha do parto
  • Jornal francês destaca o elevado número de cesarianas no Brasil
  • Reportagem destaca obstáculos da opção pelo parto normal
  • Reportagem destaca a redução do número de cesarianas no país
  • Parto na água é uma importante ferramenta no alívio da dor
  • Programa de TV aborda maior estudo já realizado sobre parto e nascimento no Brasil
  • Pesquisa Nascer no Brasil é citada por jornal do Paraná
  • Gravidez indesejada: falta de acesso e informação elevam casos
  • Nascer no Brasil: pesquisa da ENSP é fonte de reportagem sobre parto normal
  • Reportagem analisa gravidez adolescente e pré-natal insuficiente no Rio de Janeiro
  • Lançamento do DVD 'Nascer no Brasil' emociona plateia
  • Nenhum comentário para: Entrevista: pesquisadora da ENSP fala sobre mortalidade materna, violência obstétrica e racismo