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#BomDiaMuseu - ENSP não vai deixar essa história se apagar

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Publicado em:31/10/2018
A seção Súmula da Revista Radis de outubro, edição 193, traz uma matéria relembrando o incêndio do Museu Nacional, ocorrido em setembro. O texto enumera questões como o descaso do poder público, a falta de verba, de investimentos, entre outros. A ENSP não quer deixar mais essa tragédia ser apagada da história do nosso país. Para tanto, está lançando a campanha #BomDiaMuseu, uma oportunidade para os nossos leitores contarem a sua experiência no Museu Nacional. Quem inaugura a seção é a vice-diretora de Pesquisa da ENSP, Sheila Ferraz. 
 
Você também pode participar mandando a sua história e fotos no Museu. Nos conte a sua experiência! Não vamos deixar o Museu Nacional morrer!
 
#BomDiaMuseu - ENSP não vai deixar essa história se apagar
 
Bom dia, Museu Nacional!
 
Cheguei ao Museu pela primeira vez para pesquisar em 1976. Médica recém-graduada estava cursando uma especialização em Patologia Óssea com Claudio Lemos, no IASERJ, e frequentava o “Clube do Osso”. Minha proposta para uma bolsa era estudar esqueletos arqueológicos buscando sinais de doenças e associá-los aos respectivos contextos culturais.
 
Claudio Lemos havia me recebido muito bem, apesar do inusitado da proposta, e avançamos na ideia que me animava, já que havia começado alguns anos antes uma trajetória paralela à medicina, atuando em projetos de pesquisa arqueológica.
 
Apesar da timidez que o palácio monumental e seus austeros ocupantes impunham, apresentei-me ao Departamento de Antropologia, sabedora da coleção de ossos humanos de diferentes origens, principalmente provenientes de sambaqui e de Lagoa Santa. 
Recebida por Luiz de Castro Faria, monstro sagrado da Antropologia, quase não acreditei quando ele gentilmente me acolheu, disponibilizando, sem exigir tutoria de qualquer pesquisador da casa, meu pedido de acesso às coleções. Meus resultados me permitiram concluir minha primeira especialização, e alguns comunicados a congressos internacionais, além de modestas publicações.
 
Muitos nomes com quem passaria a conviver depois estavam em cena, inclusive de Marília Alvim, com quem eu passaria a trabalhar em pesquisas alguns anos depois, e que se tornaria também minha orientadora de mestrado, para uma dissertação em que eu propunha testar os seus próprios resultados. Muitos anos trabalhamos juntas.
 
Os resultados iniciais deste trabalho formaram a base de muitos outros que se seguiram, principalmente a base de uma carreira profissional em que fortaleci o diálogo entre saúde e passado. Foram a porta de entrada para muitos dias que passaria nos intermináveis corredores, entre caixas e gavetas, naquela casa que viria a ser, de certa forma, também minha.
 
Sheila Mendonça de Souza, pesquisadora do Departamento de Endemias Samuel Pessoa e vice-diretora de Pesquisa ENSP.
 
Foto: arquivo pessoal Sheila Mendonça
 
Para participar, você deve enviar o seu relato para o endeço eletrônico: informe@ensp.fiocruz.br ou para o whatsapp (21) 97376-5526.


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