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Fiocruz participará da primeira reunião de alto nível da ONU para debater fim da tuberculose

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Publicado em:24/09/2018
Fiocruz participará da primeira reunião de alto nível da ONU para debater fim da tuberculoseOs pesquisadores da Fiocruz Margareth Dalcolmo (ENSP) e Júlio Croda (Fiocruz Mato Grosso do Sul) integram a delegação brasileira que participará da Reunião de Alto Nível de Tuberculose, que será realizada na Assembleia Geral da ONU, no dia 26 de setembro, em Nova York. O encontro, cuja finalidade é definir estratégias globais contra a doença, reunirá chefes e ministros de Estado.
 
"Trata-se de uma reunião de extrema importância. O impacto da mortalidade de jovens acometidos pela TB no mundo, o sofrimento humano e a necessidade de erradicação de uma doença que tem tratamento e precisa oferecer acesso igualitário a todas as pessoas serão debatidos pelos chefes de Estado e as Nações Unidas”, afirmou Dalcolmo, nomeada, pelo Banco Mundial, para integrar o Comitê Regional de Apoio a Projetos nas Áreas de Doenças Respiratórias Ocupacionais e Tuberculose para a África Subsaariana.
 
A primeira reunião de Alto Nível da ONU sobre o tema objetiva promover um consenso sobre recomendações para eliminar a doença em todo o mundo até 2030, como determinam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em 2016, 1,7 milhão de pessoas morreram por causa da infecção - 25% dos óbitos foram registrados entre indivíduos vivendo com HIV.
 
Para o pesquisador Júlio Croda, que preside a Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose (Rede-TB), a reunião é esperada há muito tempo, principalmente porque a TB, mesmo tendo superado o HIV/Aids como principal causa de óbito entre as doenças infecciosas, ainda é pouco valorizada no contexto global. “A tuberculose acomete os mais vulneráveis, aqueles que vivem em comunidades carentes, com baixo acesso a serviços de saúde; e isso tem pouca visibilidade entre os stakeholders da saúde pública mundial. O investimento realizado não é suficiente para atingirmos a meta da OMS, ou seja, chegar a menos de 10 casos por 100 mil habitantes até 2035. Se não houver investimento maciço em inovação, não atingiremos a meta estabelecida. 

Experiência brasileira
 
Para os representantes da Fiocruz na delegação brasileira, o país tem muito a acrescentar na reunião, particularmente no que diz respeito aos três pilares da doença (assistência, proteção social e pesquisa e inovação). “Para o campo da pesquisa e inovação, o modelo da Rede TB indicou para a OMS a importância de cada país estabelecer uma agenda de prioridades. Na área da Proteção Social, por exemplo, temos evidências que programas, tais como o Bolsa Família, trouxeram impacto positivo na redução do abandono e óbito. Tal fato está em discussão no mundo todo. No pilar da assistência, o Sistema Único de Saúde garante acesso gratuito ao diagnóstico e tratamento, o que não é realidade em muitos países em desenvolvimento. Portanto, nossa expectativa é contribuir com diferentes pontos no controle da doença”, admitiu Croda.
 
A delegação será chefiada pelo ministro da Saúde, Gilberto Occhi, e também terá participação de representantes da sociedade civil. “O Brasil é signatário de acordos para eliminação da tuberculose, e participaremos não só da Reunião de Alto Nível, mas também de encontros paralelos que discutirão as formas de tratamento e normas adotadas pelos países no controle da doença”, revelou Margareth, pesquisadora do Centro de Referência Professor Hélio Fraga da ENSP/Ficoruz.

Fiocruz participará da primeira reunião de alto nível da ONU para debater fim da tuberculose
 
Tuberculose
 
Embora seja tratável e evitável, a tuberculose foi a nona maior causa de morte em todo o mundo em 2016. Um dos meios de combater a patologia é garantir o acesso a diagnóstico e tratamento nos serviços de atenção primária - tema a ser debatido no encontro em Nova York.
 
O evento reunirá chefes de Estado, parlamentares, prefeitos e governadores de localidades com altas taxas de tuberculose, além de representantes da sociedade civil, ONGs, lideranças indígenas, organizações comunitárias, fundações filantrópicas, setor privado, academia e redes de pessoas vivendo com a doença.
 
*Texto com informações da ONU Brasil

* Foto Assembleia: ONU/Manuel Elias

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