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'Medicamento contra tuberculose é eficaz e melhora a adesão ao tratamento'

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Publicado em:11/05/2018
A adoção do novo medicamento para tratamento da tuberculose, além de alinhar o Brasil às recomendações internacionais, em especial da OMS, é considerada a mais eficaz forma de combate à doença, uma vez que a redução do número de comprimidos facilita a adesão ao tratamento (o paciente precisa tomar apenas um comprimido em vez de quatro) e evita o abandono da terapia, que pode provocar o aparecimento de formas resistentes e ainda mais difíceis de tratar da TB. O 4x1, assim denominado por reunir em um único comprimido quatro princípios ativos (isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida), é oferecido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), que somente neste ano já disponibilizou mais de 7 milhões de comprimidos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e tem previsão de distribuir um total de mais de 24 milhões de unidades farmacêuticas.

'Medicamento contra tuberculose é eficaz e melhora a adesão ao tratamento'
 
"O Brasil deu enorme passo ao aderir o 4x1 em Dose Fixa Combinada (DFC). As medicações foram adquiridas de Laboratórios pré-qualificados pela OMS, têm registro assegurado na Anvisa desde o início de sua implementação e os estudos para avaliação de qualidade foram sistematicamente desenvolvidos pelo Instituto Nacional Controle Qualidade em Saúde da Fiocruz (Incqs)”, explicou Margareth Dalcolmo, pesquisadora do Centro de Referência Professor Hélio Fraga da ENSP/Fiocruz e membro do Comitê Assessor em Tuberculose do Ministério da Saúde, indicando o posicionamento da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.
 
O medicamento é fruto de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre Farmanguinhos e o laboratório indiano Lupin. A previsão é de que em julho de 2019 sejam fabricados os lotes pilotos nas instalações do Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM).
 
'Medicamento contra tuberculose é eficaz e melhora a adesão ao tratamento'“A adoção do novo medicamento protege a rifampicina, o fármaco principal do tratamento da TB no país, e os resultados das avaliações da Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT) revelam aumento da adesão ao tratamento e facilidade de implementação e operacionalização. Sem dúvida alguma, a adesão ao DFC é louvável e tem apoio de toda comunidade científica, bem como todos os serviços de modo geral”, destacou a pesquisadora que também representa o Expert Group for Essential Medicines List da OMS.
 
Nos últimos 10 anos, o coeficiente de incidência da tuberculose no país caiu 14%, passando de 39,0 casos a cada 100/mil habitantes, em 2008, para 33,5 casos/100 mil habitantes em 2017. Em números absolutos isso significa 73.924 casos em 2008, passando a 69.569 casos novos notificados, em 2017. Em 2012, o Brasil atingiu a meta dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio e da Estratégia Stop TB – previstos para 2015 – de reduzir em 50% o coeficiente de mortalidade por tuberculose comparado com 1990.
 
Confira a nota da Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose em resposta ao alerta divulgado pelo Observatório Tuberculose Brasil sobre o novo medicamento contra TB
 
NOTA INFORMATIVA Nº 4/2018-CGPNCT/DEVIT/SVS/MS
 

Em resposta ao alerta divulgado pelo Observatório Tuberculose Brasil, remetendo à entrevista veiculada no Programa VideoNews da BandNews e reproduzida no portal Uol Mais, a Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT), do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (DEVIT), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde esclarece que:
 
1. Nos últimos 10 anos, o coeficiente de incidência da tuberculose no país caiu 14%, passando de 39,0 casos a cada 100/mil habitantes, em 2008, para 33,5 casos/100 mil habitantes em 2017. Em números absolutos isso significa 73.924 casos em 2008, passando a 69.569 casos novos notificados, em 2017.
 
2. A afirmação de que “com o tratamento atual as pessoas estão curando menos e morrendo mais” não está de acordo com os dados oficiais. Esses dados mostram que não houve aumento dos óbitos e o percentual de cura do país apresentou um valor médio de 75%, nos últimos dez anos, sem tendência de queda. Na verdade, o coeficiente de mortalidade por tuberculose no Brasil atingiu, já em 2012, a meta dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio e da Estratégia Stop TB previstos para 2015, de reduzir em 50% o coeficiente de mortalidade por tuberculose comparado com 1990. O coeficiente de mortalidade caiu de 2,6 óbitos/100 mil habitantes, em 2007, para 2,1 óbitos/100 mil habitantes, em 2016.
 
3. A alteração de indicadores, como o percentual de cura ou coeficiente de mortalidade, envolve múltiplos fatores, tanto relacionados à pessoa (presença de outras morbidades, uso correto dos medicamentos, uso de outros medicamentos e outros) sob tratamento, quanto relacionadas ao contexto social (desemprego, estigma, preconceito, situação de pobreza e outros) em que ela está inserida. Dessa forma, não se pode atribuir à introdução do 4 em 1 (dose fixa combinada - DFC) para o tratamento da tuberculose, quaisquer mudanças no percentual de cura, ou demais indicadores, sem considerar os outros determinantes envolvidos, no mesmo período.
 
4. A CGPNCT discorda do entrevistado quando ele diz que “comprimidos juntos para pessoas com tuberculose não têm a mesma eficácia”. Conforme evidenciado por diversos estudos, a redução do número de comprimidos a serem ingeridos resulta em melhor conforto posológico e tem potencial contribuição para a adesão ao tratamento, mas não é o único fator envolvido. Um estudo, que comparou o tratamento anterior com doses individuais e as apresentações em DFC incorporadas em 2009 no Sistema Único de Saúde (SUS), mostrou que o tratamento com DFC reduziu o percentual de abandono do tratamento em 14% entre os casos novos de tuberculose, em cinco cidades brasileiras. Além disso, a inclusão de uma nova droga, o etambutol, ao esquema vigente permitiria também melhorar o desempenho do tratamento, uma vez que havia tendência de aumento da resistência à isoniazida no país. Vale salientar que a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2016, estimou que, no Brasil, 1,5% dos casos novas de tuberculose apresentavam alguma resistência aos medicamentos anti-TB enquanto, no mundo, esse percentual foi de 4,1%. Destacamos, ainda, que todos os medicamentos recomentados para o tratamento da tuberculose no Brasil estão em conformidade com os critérios de qualidade exigidos pelas agências reguladoras nacionais e também pela OMS.
 
5. Além disso, entre os motivos para a mudança do tratamento da tuberculose de doses individuais para DFC dos medicamentos também se incluiu a necessidade de alinhar o país às recomendações internacionais, em especial da OMS. O Brasil era o único país de alta carga para tuberculose que não fazia uso desse esquema. Ressaltamos, ainda, que essa mudança ocorreu com a anuência do Comitê Técnico Assessor da CGPNCT.
 
6. Em relação a afirmação de que “o Brasil está entre os 20 piores países de controle da doença”, a CGPNCT informa que o Brasil foi citado pela OMS, em seu relatório global de 2017, como exemplo de país de alta carga que tem realizado um bom trabalho em relação aos demais indicadores da tuberculose. O país também foi parabenizado, por meio de carta enviada pelo Secretário Geral das Nações Unidas, Dr Ban Ki Moon, em 2012, pelas ações de controle da tuberculose.
 
7. As afirmações do médico pesquisador Marcelo Rabahi sobre o uso dos medicamentos em DFC para o tratamento da tuberculose são baseadas em artigo, de sua autoria, publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia em novembro 2017. Contudo, além de diferenças entre os dados oficiais e os dados reportados no estudo, a CGPNCT considera que o estudo apresenta sérias limitações metodológicas, uma vez que as análises realizadas não permitem aos autores as conclusões apresentadas.
 
Imagem Medicamento: Farmanguinhos

Fonte: Com informações de Farmanguinhos
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