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Entrevista: Dermatologistas da ENSP indicam melhor forma de utilizar o repelente e o protetor solar

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Publicado em:09/03/2018
O Ministério da Saúde atualizou na quarta-feira, dia 7 de março, as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação da febre amarela no país. No período de monitoramento (de 1º de julho/2017 a 6 de março de 2018), foram confirmados 846 casos de febre amarela no país, sendo que 260 vieram a óbito. Ao todo, foram notificados 3.234 casos suspeitos, sendo que 1.560 foram descartados e 828 permanecem em investigação, neste período.
 
Para aumentar a cobertura vacinal, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo decidiram continuar a estratégia de vacinação da população. No entanto, crianças menores de 9 meses; mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade; pessoas com alergia grave ao ovo; pessoas que vivem com HIV e que tem contagem de células CD4 menor que 350; pessoas em de tratamento com quimioterapia/ radioterapia; pessoas portadoras de doenças autoimunes; e pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo) não devem tomar a vacina. 

Entrevista: Dermatologistas da ENSP indicam melhor forma de utilizar o repelente e o protetor solar
 
Em relação aos casos de contraindicação, o Ministério da Saúde recomenda outros cuidados como o uso de repelente de insetos de acordo com as indicações do produto; proteção da pele através do uso de calça comprida, blusas de mangas compridas e sem decotes, de preferência largas, não coladas ao corpo, meias e sapatos fechados; e o distanciamento das áreas rurais e das matas. “Recomenda-se atenção às crianças menores de 9 meses, pois não irão receber a vacina, devendo utilizar-se repelente de acordo com as orientações de faixa etária de cada produto, bem como utilizar mosquiteiros e ou ambiente protegido”, afirma o Ministério.
 
Entretanto, o uso do repelente requer alguns cuidados. A aplicação combinada com o protetor solar, utilizado para prevenir doenças de pele como miliária (brotoeja), micoses, acnes, queimaduras solares e, principalmente, câncer, requer atenção sobre o tempo de duração de cada substância, a faixa etária recomendada, a ordem de aplicação e os possíveis riscos à saúde. Para esclarecer essas questões, o Informe ENSP ouviu as dermatologistas do Serviço de Dermatologia do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador da ENSP/Fiocruz Graça Mota e Ana Luiza Villarinho. Leia a entrevista abaixo.
 
Informe ENSP: O repelente é recomendado para as pessoas que não podem tomar a vacina da febre amarela. No entanto, em diversas épocas do ano no Brasil, principalmente em virtude das altas temperaturas e da exposição da pele ao sol, recomenda-se o uso do filtro solar. O uso mútuo dos dois produtos pode causar algum dano à pele?
 
Entrevista: Dermatologistas da ENSP indicam melhor forma de utilizar o repelente e o protetor solarGraça Mota e Ana Luiza: Existe a possibilidade do uso combinado desses produtos diminuir o efeito deles de modo individual e aumentar o risco de toxicidade, por favorecer a absorção do repelente. Por esse motivo, deve-se aplicar primeiramente o protetor solar, aguardar o tempo de secagem do produto, e só então utilizar o repelente. 
 
Informe ENSP: Há diferença entre o uso em crianças, idosos, mulheres e homens?
 
Graça Mota e Ana Luiza: As subtâncias ativas sintéticas registradas pela Anvisa como repelente de pele são N,N-Dietil-meta-toluamida ou N-N-Dietil-3-metil benzamida (DEET), Hydroxyethylisobutylpiperidinecarboxylate (Icaridin ou Picaridin) e o Ethylbutylacetylaminopropionate (EBAAP ou IR3535).
 
A Anvisa recomenda que as crianças entre dois e 12 anos utilizem repelente à base de DEET na concentração máxima de 10%, restringindo a três vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos.
 
Para crianças maiores do que seis meses existe no mercado brasileiro repelentes à base do IR3535 e Icaridina a 20% em gel. O adulto deve aplicar o produto na criança evitando a área das mãos. O repelente na forma de spray não deve ser aplicado diretamente na pele da criança.  
 
Anvisa não faz restrições para gestantes no uso dos repelentes registrados.
 
Informe ENSP: Como e qual a ordem de aplicação dos produtos?
 
Graça Mota e Ana Luiza: O protetor solar deve ser aplicado primeiro; após 15 minutos, o repelente. Há trabalhos científicos mostrando que essa forma de aplicação evita o aumento de absorção do repelente, o que reduz o risco de toxicidade. 
 
Informe ENSP: Os filtros solares e os repelentes têm quanto tempo de duração? O uso indiscriminado pode ocasionar algum problema de saúde?
 
Graça Mota e Ana Luiza: A duração dos repelentes depende da natureza do princípio ativo e da sua concentração na formulação. Nesse sentido, o rótulo do produto deve ser pesquisado.
 
Os filtros devem ser reaplicados de modo generoso pelo menos a cada duas horas, já o uso infrequente do protetor propicia o fotodano e o câncer de pele. Esse intervalo pode ser menor dependendo de imersão na água ou condições que cursem com sudorese intensa. Os repelentes não devem ser aplicados de forma frequente pelo risco de toxicidade. Deve-se sempre seguir as orientações dos rótulos. Ainda há evidência limitada da eficácia e segurança da combinação desses produtos. 
 
Confira abaixo as dicas sobre o uso do protetor solar e repelente:

Entrevista: Dermatologistas da ENSP indicam melhor forma de utilizar o repelente e o protetor solar
 

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