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Pesquisador da ENSP fala sobre os sete anos de atuação do PPGBIOS

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Publicado em:02/03/2018
O Pós-Graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva (PPGBIOS) foi criado em 2010 e já formou mais de 100 mestres e doutores. Ele foi criado pela ENSP/Fiocruz em associação ampla com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense e (UFF) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Este programa tem como objeto o desenvolvimento da área de bioética. Levando em conta as dimensões do país, a quantidade de cursos superiores da área da saúde a demandar adequação às diretrizes curriculares que enfatizam a formação ética e bioética do profissional, é imperativa a necessidade de uma pós-graduação forte que responda a esse desafio. As inscrições para o programa estão abertas e as informações, links e editais podem ser conferidas aqui: Bioética: inscrições abertas para mestrado e doutorado 2018
 
Informe ENSP: Qual a expectativa para a nova seleção do PPGBIOS?
 
Pesquisador da ENSP fala sobre os sete anos de atuação do PPGBIOSSergio Rego: Nossas expectativas para os processos seletivos são sempre muito boas. Temos tido a possibilidade de realizar seleções com muitos candidatos, o que nos possibilita ser bastante criterioso na identificação de concorrentes mais bem preparados para os cursos escolhidos. Agora, estamos iniciando o nono processo seletivo. Nosso objetivo é conseguirmos, cada vez mais, selecionar os candidatos mais apto para os desafios da pós-graduação, tendo clareza de que não estamos selecionando pessoas para desenvolver uma reflexão etérea, mas totalmente inserida na realidade nacional.
 
Informe ENSP: Como você avalia o desenvolvimento do Programa nesses sete anos de atuação? 
 
Sergio Rego: O programa está se desenvolvendo muito bem e em conformidade com as expectativas de nossas instituições. Com ele, o nosso objetivo é abrir e fortalecer um novo campo acadêmico e profissional. Para tanto, contamos com a forte parceria entre as instituições envolvidas, que apostam na cooperação institucional para a produção do conhecimento. Nossos passos têm sido cautelosamente elaborados e realizados no sentido de mantermos a identidade temática e não perdermos a perspectiva de inserção no campo da saúde coletiva; nossas responsabilidades decorrentes desta inserção e nosso compromisso social e político.
 
O PPGBIOS tem nota 4 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o que é considerado um bom desempenho. Embora aspiremos a nota 5, estamos satisfeitos com essa avaliação neste momento de desenvolvimento do Programa. 
 
Informe ENSP: Como se dá a relação entre as instituições em favor do campo da saúde coletiva e como acontecem as cooperações e parcerias?   
 
Sergio Rego: Procuramos ser inclusivos e valorizamos as diferentes formas de contribuição para o trabalho acadêmico que os docentes podem oferecer. No programa, vivenciamos um processo contínuo de aprendizagem e enfrentamos os desafios de responder às questões éticas que se multiplicam no setor saúde em uma perspectiva social e laica com muita paixão e firmeza.
 
Contamos hoje com 31 docentes permanentes das quatro instituições envolvidas. Na ENSP, somos 7 docentes permanentes, dois cedidos formalmente por suas instituições para participarem do programa e dois colaboradores: Fermin Roland Schramm, Maria Helena Machado, Claudia Osório de Castro, Ana Lúcia Pontes, Sergio Rego, Angela Esher, Claudio Cordovil, Murilo Vilaça (Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPJV) e Debora Diniz e Andréa Patricia Gomes (cedidas, respectivamente, pela Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal de Viçosa (UFV). 
 
As instituições associadas ao PPGBIOS têm se beneficiado também da estruturação do programa. Nossos alunos, de acordo com as opções deles, podem participar dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) das referidas instituições às quais estão ligados, de acordo com os critérios de cada comitê, e isso conta como crédito para eles. Um outro exemplo de ação mutuamente interessante é a possibilidade que é dada aos alunos de participarem de disciplinas de graduação e especialização com a supervisão de nossos docentes, como atividade obrigatória para os bolsistas ou eletiva para os não bolsistas.
 
O campo da bioética também tem se desenvolvido nas instituições, sendo que na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o processo está melhor sedimentado. Desde a criação do PPGBIOS, a Universidade instituiu a Câmara Técnica de Ética em Pesquisa -instância consultiva que atua junto à Pró-reitoria de Pesquisa no campo de ética e integridade em pesquisa -, e, no final do ano passado, o Núcleo de Bioética e Ética Aplicada (Nubea), como instância acadêmica aprovada pelos órgãos colegiados. Atualmente, o Nubea é dirigido pela primeira coordenadora-geral do programa, professora Marisa Palácios.
 
Na Fiocruz, o PPGBIOS contribuiu para a criação do Fórum de Coordenadores de Comitês de Ética em Pesquisa e para a Comissão de Integridade em Pesquisa. Já aqui na ENSP, criamos a Unidade do Rio de Janeiro da Rede Internacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), organizada pela Cátedra da Unesco na Universidade em Haifa.
 
A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) está em processo de criação de seu Laboratório de Bioética, que congregará docentes de diferentes faculdades, como o PPGBIOS já atua. Muitos de nossos ex-alunos estão sendo aprovados em concursos em todo país, seja como docentes regulares ou como substitutos.
 
Informe ENSP: Quantos alunos já se formaram pelo PPGBIOS?
 
Sergio Rego: Até este ano já formamos 61 alunos no curso de mestrado e 43 no doutorado. A cada ano conseguimos que nossos alunos realizarem estágios sanduíches em respeitadas instituições de diferentes países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Portugal, Espanha e Itália.  
 
Nosso programa cobre diversos campos do conhecimento e de prática. Temos uma atuação forte em relação a bioética clínica, políticas públicas, bioética animal, bioética ambiental e ética em pesquisas (tanto em humanos como em animais não-humanos).

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1 comentários
JOSÉ LUIZ TELLES DE ALMEIDA
09/03/2018 14:58
Este programa tem o mérito de articular o campo da saúde coletiva com as questões éticas prementes que permeiam a construção de um sistema de saúde universal e público. Parabéns Sergio e sua equipe de coordenação.