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'Adoecimentos e sofrimentos de longa duração' é tema de revista da Abrasco

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Publicado em:06/03/2018
'Adoecimentos e sofrimentos de longa duração' é tema de revista da AbrascoA revista Ciência e Saúde Coletiva (vol. 23 n. 2) aborda o tema Adoecimentos e sofrimentos de longa duração: contribuições das Ciências Sociais e Humanas em Saúde. Esse número temático divulga as contribuições de pesquisadores nacionais e internacionais sobre a temática, principalmente, no que se refere às interpretações dos adoecidos quanto aos modos de refletir, atuar e de lidar com os adoecimentos, seus tratamentos, diagnósticos, efeitos e implicações sobre as suas vidas e biografias. Uma parte dos estudos integrou as apresentações do Grupo de Trabalho sobre Adoecimentos e Sofrimentos de Longa Duração do VII Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, realizado em Cuiabá, em 2016, coordenado pelos organizadores deste número da publicação
 
Num dos artigos que compõem a revista, Homicídio e lesão corporal em Itaboraí, Brasil: análise em diferentes escalas, de autoria de Edinilsa Ramos de Souza, Heitor Levy Ferreira Praça, Eliane Santos da Luz, Paulo Chagastelles Sabroza e Liana Wernersbach Pinto, da ENSP, foram analisadas as taxas de homicídio e de lesão corporal ocorridas em Itaboraí, nos anos 2010-2011, considerando-se o total do município, áreas críticas e não críticas do mesmo. Os dados provêm do Sistema de Informação do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. Os territórios foram identificados e delimitados consultando-se estudos sobre ocupações irregulares. Calcularam-se as taxas municipais usando-se a estimativa populacional do IBGE; para as áreas críticas fez-se a estimativa pelo número de habitações multiplicado por um fator igual à média da densidade intradomiciliar no setor censitário correspondente. Observou-se diminuição da taxa de homicídio e crescimento de lesão corporal em Itaboraí; maior risco de lesão corporal nos territórios críticos com as piores condições de vida, sugerindo a existência de iniquidades sociais que tornam certos espaços sociais mais vulneráveis aos agravos violentos.
 
O artigo Demandas psicológicas e controle do processo de trabalho de servidores de uma universidade pública, de Denise Cristina Alves de Moura, Rosangela Maria Greco e Heloisa Campos Paschoalin, Cristina Arreguy-Sena e Alfredo Chaoubah, da Universidade Federal de Juiz de Fora; e Luciana Fernandes Portela, da ENSP,  analisa a demanda psicológica e o controle do trabalho autorreferido pelos Técnicos Administrativos em Educação de uma universidade pública. Amostra de seleção completa composta por 833 Técnicos Administrativos em Educação, que auto preencheram um questionário com questões estruturadas em 2013/2014. Realizada análise descritiva e bivariada com cálculo do estresse psicossocial no trabalho, utilizando os quadrantes do Modelo Demanda-Controle categorizados como: trabalho de baixa exigência (baixa demanda e alto controle) grupo de referência, trabalho passivo (baixa demanda e baixo controle), trabalho ativo (alta demanda e alto controle), alta exigência (alta demanda e baixo controle) grupo de maior exposição. Houve contribuições da investigação para a saúde destes trabalhadores, na medida em que propiciou um diagnóstico da categoria. Há recomendação para que tais dados subsidiem intervenções no sentido de empoderálos e fazer readequação dos postos de trabalho.
 
No artigo Avaliação dos serviços de acolhimento institucional de crianças e adolescentes no Recife, os pesquisadores Raquel Moura Lins Acioli, Maria Luiza Carvalho de Lima e Maria Luiza Lopes Timóteo de Lima, do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz; Alice Kelly Barreira, da Universidade Federal de Pernambuco; e Simone Gonçalves de Assis, da ENSP, avaliaram a estrutura e o processo dos acolhimentos institucionais para proteção de crianças e adolescentes vítimas de abandono e/ou violência no Recife. Foi aplicado um questionário estruturado aos responsáveis pelos serviços, e então calculadas as frequências das variáveis e estabelecida a seguinte classificação do grau de implantação: crítico, quando a adequação à norma preconizada for inferior a 40%; inadequado, de 40-59%; aceitável, de 60%- 89%; adequado e ótimo, de 90-100%. Para análise qualitativa foram realizadas entrevistas com um gestor do poder judiciário e três do executivo. Das cinco instituições filantrópicas, duas apresentaram estrutura padrão ótimo, duas, aceitáveis, e uma, inadequada. Dentre as instituições públicas, uma municipal foi considerada inadequada e as demais, aceitáveis. Com relação ao processo, uma instituição apresentou padrão ótimo e as outras, aceitáveis. A análise de conteúdo permitiu observar que os maiores entraves para a realização das medidas previstas pelo Estatuto da Criança e de Adolescente decorrem do uso de drogas, distanciamento geográfico da família, falta de integração com outras instituições e rotatividade dos profissionais.
 
Leia a edição completa de fevereiro da revista Ciência e Saúde Coletiva.

Fonte: Ciência e Saúde Coletiva vol. 32 n. 2
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