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Oficinas Clínicas sobre o Cuidado: inscrições prorrogadas até 14 de março

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Publicado em:28/02/2018
Foram prorrogadas, até o dia 14 de março, as inscrições para o curso de qualificação Oficinas Clínicas sobre o Cuidado: Narrando casos e (Re)construindo sentidos para o trabalho em saúde 2018. A formação, direcionada a profissionais de saúde do SUS que atuam em funções assistenciais, tem como objetivo contribuir com a compreensão e (re)construção de sentidos acerca das questões ligadas à dimensão (inter)subjetiva do trabalho em saúde e da produção do cuidado. Organizado em duas unidades, que articulam 24 sessões de trabalho - num total de 72 horas presenciais -, o curso se estrutura a partir de uma dinâmica pedagógica que prevê a combinação de atividades e recursos diversos, aliando a discussão teórico conceitual e o desenvolvimento de oficinas clínicas, apoiadas em processos grupais e na utilização de casos como dispositivos de intervenção nos processos de trabalho em saúde. Ao todo, foram disponibilizadas 30 vagas, sendo 20 destinadas à demanda livre de profissionais de saúde e 10 para profissionais da área assistencial do Instituto Nacional do Câncer (INCA/MS).

Oficinas Clínicas sobre o Cuidado: inscrições prorrogadas até 14 de março
 
O curso Oficinas Clínicas sobre o Cuidado pretende se constituir como um espaço de atualização/discussão teórica de conteúdos relativos ao cuidado em saúde e, simultaneamente, através das oficinas, uma experiência favorecedora da elaboração, pelos profissionais-alunos, dos sentidos de sua prática e de sua implicação como sujeitos na conformação da realidade dos serviços de saúde onde se inserem e na relação com os usuários e com a equipe. “Além dos espaços de reflexão teórica e discussão de conceitos, organizamos as oficinas propriamente ditas, a partir de uma abordagem clínica de base psicossociológica, e utilizando o dispositivo grupal e o recurso à construção de narrativas, de modo a valorizar a palavra dos profissionais, sua experiência, favorecendo a elaboração e o trânsito entre o que é preconizado pelas teorias do campo do cuidado em saúde e o que esses profissionais efetivamente vivem em seus serviços”, detalharam as coordenadoras do curso, as pesquisadoras Marilene de Castilho Sá e Lilian Miranda. 
 
Desenvolvido desde 2015, o curso está na quarta edição. A avaliação que os alunos fazem das aulas e demais atividades, segundo as coordenadoras, é bastante positiva. “Explicitam que se trata de um espaço de discussão e compartilhamento de experiências clínicas extremamente necessário, e reconhecem que os encontros têm lhes ajudado bastante na reflexão sobre os desafios do cotidiano de trabalho, bem como na elaboração de alguns conflitos e desconfortos advindos das dinâmicas relacionais que envolvem colegas e usuários dos serviços onde atuam”.
 
Oficinas Clínicas sobre o Cuidado: inscrições prorrogadas até 14 de março
 
CURSO “OFICINAS CLÍNICAS SOBRE O CUIDADO: NARRANDO CASOS E (RE)CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TRABALHO EM SAÚDE” 
 
Profª Marilene de Castilho Sá 
Profª Lilian Miranda 
 
Este curso está voltado para profissionais de saúde do SUS, que estejam atuando em funções assistenciais. Tem como objetivo contribuir com a compreensão e (re)construção de sentidos acerca das questões ligadas à dimensão (inter)subjetiva do trabalho em saúde e da produção do cuidado. A literatura da área da saúde coletiva no Brasil apresenta importantes publicações que acenam para a complexidade de questões inerentes ao trabalho em saúde. Entende-se que este, ainda que mediado por suportes teóricos, técnicos, metodológicos e tecnológicos, é um campo de ação no qual a subjetividade dos atores envolvidos (profissionais e pacientes) impacta profundamente todos os tipos de resultados. Sabe-se que os estudiosos se diferenciam no que diz respeito às concepções de subjetividade, gestão e clínica, bem como ao enfoque dado às variadas dimensões sobre as quais incidem a empatia, o interesse, a reflexibilidade, a autonomia, a resistência, o pavor, o medo, as fantasias, as pulsões amorosas e destrutivas, enfim, as incontáveis características de nossa humanidade. Entretanto, há certa concordância quanto à consideração de que os encontros intersubjetivos de usuários e trabalhadores e destes últimos entre si devem ser uma espécie de linha-guia para o planejamento e as práticas em saúde. É importante considerar ainda, no caso dos serviços públicos de saúde, o contexto muito pouco favorável a espaços ou momentos de discussão e reflexão pelos profissionais sobre seu trabalho, uma vez que se veem diante, simultaneamente, da pressão da demanda, da insuficiência de recursos e de exigências crescentes de produtividade pautadas numa lógica gerencialista, que desconsidera a complexidade da produção do cuidado. 
 
Sensíveis a estas questões, reconhecemos a necessidade de oferecer aos profissionais dos serviços um curso que possa se constituir como um espaço de atualização/discussão teórica de conteúdos relativos ao cuidado em saúde e, simultaneamente, uma experiência favorecedora da elaboração, pelos profissionais alunos, dos sentidos de sua prática e de sua implicação como sujeitos na conformação da realidade dos serviços de saúde onde se inserem e na relação com os usuários e com a equipe. Para tanto, além dos espaços de reflexão teórica e discussão de conceitos, organizamos as oficinas propriamente ditas, a partir de uma abordagem clínica de base psicossociológica, e utilizando o dispositivo grupal e o recurso à construção de narrativas, de modo a valorizar a palavra dos profissionais, sua experiência, favorecendo a elaboração e o trânsito entre o que é preconizado pelas teorias do campo do cuidado em saúde e o que esses profissionais efetivamente vivem em seus serviços. Tal abordagem valoriza a análise e a intervenção no nível micro e na dinâmica do cotidiano dos serviços de saúde, de seus grupos e sujeitos, nos vínculos afetivos, imaginários e simbólicos que estabelecem entre si, com seu trabalho e com a organização, bem como a intervenção na dinâmica prazer-sofrimento no trabalho e nos sentidos ali produzidos. Do ponto de vista pedagógico, partimos do pressuposto de que o processo de aprendizagem não compreende apenas uma dimensão cognitiva e consciente, mas também uma elaboração psíquica, apoiada nas vivências subjetivas associadas ao trabalho realizado pelos profissionais de saúde e, igualmente, às suas implicações, como sujeitos, com este trabalho, com as organizações/serviços de saúde onde o exercem, e com demais sujeitos (usuários e outros trabalhadores de saúde) junto aos quais (e para os quais) os o exercem. Assim, tratar da formação de profissionais de saúde, especialmente para profissionais que têm experiência e inserção na realidade do Sistema Único de Saúde (SUS), impõe o reconhecimento, por um lado, dos desafios que advêm do contexto dos SUS – perante os quais as teorias organizacionais e tecnologias do campo do planejamento e da gestão não são suficientes – e, por outro, do debate que vem ocorrendo no campo da educação em saúde, que igualmente questiona a potência das estratégias tradicionais de formação para produzir mudanças substantivas nas práticas de saúde e na qualidade do cuidado. 
 
O curso já vem sendo desenvolvido desde 2015. Esta é a quarta edição. A avaliação que os alunos fazem das aulas e demais atividades é bastante positiva. Explicitam que se trata de um espaço de discussão e compartilhamento de experiências clínicas extremamente necessário, e reconhecem que os encontros têm lhes ajudado bastante na reflexão sobre os desafios do cotidiano de trabalho, bem como na elaboração de alguns conflitos e desconfortos advindos das dinâmicas relacionais que envolvem colegas e usuários dos serviços onde atuam. A equipe de professores avalia que os alunos chegam com necessidade de aprofundamento teórico acerca dos processos de trabalho e do cuidado em saúde, bem como grande carência de oportunidades de apresentação de seus problemas e desafios profissionais, bem como de elaboração das experiências intensas que vivenciam nos serviços. Nos três cursos já realizados, pudemos verificar que seus participantes têm feito apreensões de algumas ferramentas teóricas, têm conseguido construir novos significados para a relação com o trabalho e novos projetos ou estratégias de cuidado.
 

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