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'Cadernos de Saúde Pública' lança último número de 2017

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Publicado em:27/12/2017
'Cadernos de Saúde Pública' lança último número de 2017Encerrando o ano de 2017, o Cadernos de Saúde Pública lança o seu vol.33 n.12 fazendo um balanço das publicações do ano. A inovação ficou por conta da proposição de um estágio em editoria para os alunos de doutorado da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. As vagas foram abertas em junho e obtiveram 14 inscrições, e após entrevistas, cinco alunos foram selecionados, contemplando três diferentes programas de pós-graduação. “Trata-se, portanto, de um aprender fazendo”, afirmam as editoras do CSP Marilia Sá Carvalho, Cláudia Medina Coeli e Luciana Dias de Lima. Elas consideraram a duração do estágio, apenas quatro meses, curta. “Somente agora, já no final do ano, eles conseguem ajudar de fato nas tarefas de editoria. E por isso, pretendemos mantê-los por mais um semestre. E abriremos vagas novamente em 2018!”, saudaram. Os estagiários Giselle Goulart de Oliveira Matos, José Rodolfo Mendonça de Lucena, Laís Picinini Freitas, Mario Jorge Sobreira da Silva e Suelen Carlos de Oliveira estão gratos pela oportunidade. “Os bastidores da publicação científica, entendido e divulgado como uma grande ‘caixa preta’ por muitos estudantes e pesquisadores, é, na verdade, um lugar simplesmente fascinante para quem tem a oportunidade de conhecê-lo. A dedicação exercida por quem faz editoria é algo extraordinário e admirável”, opinam.
 
Entre os vários artigos desse número do CSP, Validação do modelo lógico teórico da vigilância alimentar e nutricional na atenção primária em saúde, de autoria de Santuzza Arreguy Silva Vitorino, Marly Marques da Cruz e Denise Cavalcante de Barros, da ENSP, descreve as etapas de desenvolvimento e os resultados do processo de validação do modelo lógico teórico da vigilância alimentar e nutricional na atenção primária à saúde (APS). Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, no qual foram envolvidos vinte especialistas em alimentação e nutrição, incluindo pesquisadores, gestores, profissionais de saúde e usuários, por meio de uma técnica de consenso, realizada em duas rodadas. Nelas, os participantes classificaram os componentes estruturais necessários para a realização da vigilância alimentar e nutricional e seus respectivos resultados esperados segundo a pertinência e a relevância. A validação da teoria de funcionamento da intervenção cumpriu o seu objetivo de aumentar a validade de conteúdo do constructo e dar suporte à generalização analítica do método de estudos de caso, estratégia adotada para avaliar a implantação da vigilância alimentar e nutricional em um dado contexto, além de criar espaço para o diálogo entre a teoria e sua crítica ao envolver diferentes interessados no processo avaliativo e oportunizar uma ferramenta útil para a gestão.
 
A Resenha de Ana Paula Guljor, da ENSP, sobre o livro A Linha Curva: O Espaço e o Tempo da Desinstitucionalização, de Ernesto Venturini, mergulha nas semelhanças do caminho percorrido para a transformação do modelo assistencial em saúde mental na Itália e no Brasil. Destaca-se que, nesses processos, o que estava em curso não era apenas a reorganização de serviços de saúde mental, mas a busca pela ruptura com uma lógica excludente, reflexo de sociedades desiguais. A desinstitucionalização configura-se como um movimento de transformação da própria sociedade. No cenário brasileiro, inicia-se em fins da década de 1970, pela articulação de amplos setores da sociedade civil organizada - denominado “Movimento da Luta Antimanicomial”, em 1987. A agenda apontava para a extinção dos hospitais psiquiátricos e do paradigma manicomial por ele representado. Ao mesmo tempo, pautava-se pela construção de dispositivos de cuidado em liberdade que resgatassem o papel social do louco como um sujeito de direitos. Esse processo teve na psiquiatria democrática italiana a sua principal influência teórica. Venturini, psiquiatra italiano, foi um dos atores mais importantes na elaboração e implantação do novo modelo de cuidado na Itália. Neste livro, transita pela abordagem da macropolítica como determinante para a compreensão do contexto de transformação do modelo assistencial em saúde mental, mas não se engessa em um determinismo radical. Ao mesmo tempo, detém-se, com delicadeza ímpar, no universo molecular do cuidado cotidiano dos sujeitos em sofrimento, entrelaçando-o com a articulação da política. Sua percepção de que a desinstitucionalização é um contínuo movimento caracteriza-a como não finalizada. “Após quarenta anos do início da experiência de desinstitucionalização italiana, este livro realiza um conjunto de análises consistentes dos seus avanços e reflete criticamente sobre seus impasses. Assim, a linha curva é uma leitura fundamental para aqueles que atuam no campo da saúde mental e para os que buscam ferramentas para pensar a experiência brasileira”, finaliza Ana Paula.

'Cadernos de Saúde Pública' lança último número de 2017
 
Todos os artigos do Cadernos de Saúde Pública (vol. 33 n. 12) podem ser acessados aqui.
 

Fonte: CSP vol 33 n 12

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