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Fiocruz faz ato contra a violência em Manguinhos

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Publicado em:26/04/2017

Fiocruz faz ato contra a violência em ManguinhosEstudantes, trabalhadores da Fiocruz e lideranças comunitárias fizeram um grande ato contra a violência crescente em Manguinhos, decorrente, principalmente, das incursões policiais nas favelas do território. Nas últimas semanas, morreram ou ficaram feridos moradores, policiais, jovens, estudantes. Confirmando a triste estatística, em sua maioria, as vítimas eram negros e pobres. Um tiro atingiu uma janela da Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio e as aulas foram suspensas no Politécnico e na ENSP. Com cartazes, perfomances de teatro e falas cheias de indignação, o protesto chamou a atenção da grande mídia, presente no ato, e serviu para reafirmar o compromisso da ENSP e da Fiocruz com as comunidades do território de Manguinhos, do qual orgulhosamente fazem parte.

A concentração para o ato começou às 08:30 da manhã, na rotatória que fica em frente à Escola Politécnica. Depois da oficina de cartazes, o grupo partiu em direção ao Castelo da Fiocruz. Nos cartazes, epunhandos principalmente pelos estudantes, frases como: "Lutar faz bem à saúde", "Favelado morre a rodo e por aqui ninguém se choca". Por volta das 11:00 da manhã, a manifestação chegou até a escadaria do Castelo, onde encontrou com um outro grupo que vinha do prédio da Expansão, que também sofre cotidianamente com tiroteios. Em uma espécie de jogral, os alunos lembraram alguns dos nomes das vítimas da violência que ganharam as págias dos jornais nos últimos anos: Amarildo, morador da Rocinha sequestrado, torturado e morto por policiais em 2013; a adolescente Maria Eduarda, baleada dentro de uma escola recentemente; Cláudia Ferrreira da Silva, que teve seu corpo arrastado por uma viatura, depois de ser baleada, em 2014. Rafael Braga, considerado o único preso político das manifestações de 2013, preso em flagrante portando produtos de limpeza que os laudos dizem serem incapzes de produzir explosivos, condenado a 11 anos de prisão.

As falas lembravam como os negros e pobres são as vítimas preferenciais da violência do estado. Em uma das perfomances, um jovem sujou suas camisas de tinta vermelha enquanto lembrava que o sossego e a indirerença dos que, agora, lavam suas mãos diante da violência é uma mentira, uma vez que a cada dia fica mais evidente que ninguém está a salvo de ter o seu sangue ou de algum parente derramado.

Francisco de Assis, lider comunitário de Samora Machel (Mandela 2) lembrou da importância de se pensar nas crianças em um momento como esse:

- Se não olharmos agora por elas, vai ser difícil construirmos um futuro. Nós queremos educação, saúde e nosso direito de ir e vir, que não temos.

Falando em nome da ENSP, Eliane Chaves Vianna, atual chefe do Centro de Saúde Germano Sinval Faria, lembrou do impacto que a violência traz aos serviços de saúde que a Fiocruz promove em suas unidades no território.

- Além dos moradores, que são usuários desses serviços, temos ainda muitos trabalhadores que são moradores de Manguinhos. É por isso que a Fiocruz não pode ficar restrita ao Castelo. Somos muito mais do que isso e, nesse momento, Manguinhos precisa de nós.

Seguida ao ato, foi feita uma caminhada com representantes da Fiocruz pelo Centro de Saúde e pela Clínica Victor Valla e pelo CAPS que ficam no território de Manguinhos.
 

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