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ENSP e Secretarias de Saúde intensificam ações de combate às arboviroses

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Publicado em:30/01/2017

A Fundação Oswaldo Cruz, por intermédio da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), e as Secretarias Municipais de Saúde, Educação e Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro intensificaram esforços no combate às arboviroses. No dia 31 de janeiro, o Grupo de Trabalho, composto de especialistas das quatro instituições, estará reunido na Escola, das 9h às 12h30, para o Seminário de Prevenção e Combate às Arboviroses, marcado para o auditório térreo. Durante a atividade, o GT apresentará as ações a serem desenvolvidas no "Plano Municipal de Enfrentamento ao Aedes", que será lançado na ENSP no dia 15 de fevereiro.

Às 9 horas, a mesa de abertura terá participação do secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Carlos Eduardo de Mattos, do secretário municipal de Educação, Esportes e Lazer, Cesar de Queiroz Benjamin, da secretária municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Maria Teresa Bergher, da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, e do diretor da ENSP/Fiocruz, Hermano Castro. A mesa seguinte, agendada para as 9h30, destacará a situação epidemiológica do município do Rio de Janeiro, a Política de Saneamento e as vulnerabilidades da cidade.

“O plano representa a soma dos esforços da academia e do poder público no enfrentamento às arboviroses. Reunimos os campos da Saúde, Educação e Assistência Social e Direitos Humanos para tentar mobilizar a população da melhor maneira possível, e a presença da Fiocruz, nesse processo, é fundamental. A educação popular é um importante passo a ser dado, principalmente quando nos referimos a locais de conflito da cidade, com coleta de lixo irregular, abastecimento insuficiente de água. Precisamos trabalhar ao lado da população e incentivar a proposta dos dez minutos contra a dengue”, reforçou Hermano Castro.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Carlos Eduardo de Mattos, o seminário e a parceria cada vez mais estreita com a Fiocruz são fatores determinantes e de extrema importância para o combate ao mosquito e a assistência que deve ser prestada à população. "Essa ação conjunta só engrandece a qualidade do serviço de saúde que a secretaria e a Fiocruz oferecem para a sociedade. Só prova que vamos trabalhar muito e em conjunto pelo bem estar dos cariocas", avalia o secretário.

A segunda mesa, às 11 horas, apresentará as propostas de promoção da saúde relacionadas à prevenção e ao controle do mosquito, elaboradas pelo GT. O segundo tema a ser debatido explorará as experiências bem-sucedidas de comunicação na prevenção das arboviroses. Veja a programação completa no cartaz.

O diretor da ENSP admite que o objetivo é expandir plano do Rio de Janeiro, de modo que se torne espelho para uma iniciativa nacional. "O Plano de Enfrentamento discutido aqui envolve inúmeras ações e políticas públicas nas áreas de saúde, educação, lazer, assistência urbana e social, qualificação de profissionais, educação popular. Podemos contribuir e ampliar a iniciativa em âmbito nacional junto ao Ministério", afirmou.

ENSP e Secretarias de Saúde intensificam ações de combate às arboviroses

Serviço:
Seminário de Prevenção e Combate às Arboviroses
Horário: 8h30 às 12h30
Local: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Endereço: Rua Leopoldo Bulhões, 1.480 - Manguinhos

 

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1 comentários
EDUARDO S. PONCE MARANHÃO
30/01/2017 17:01
Surto atual é mais grave e há risco de febre urbana, diz epidemiologista da UnB Pedro Luiz Tauil O epidemiologista da UnB Pedro Luiz Tauil ANGELA PINHO DE SÃO PAULO Não há razão para pânico, mas a atual emergência de casos de febre amarela no país é grave e requer providências imediatas, diz o médico epidemiologista Pedro Luiz Tauil, 75. Professor da Universidade de Brasília, ele acompanha há décadas o tema e avalia: o atual surto é mais preocupante que o anterior, ocorrido entre 2008 e 2009. Desde o início do ano, o Brasil tem 101 casos confirmados, o maior número desde o início da contagem, em 1980. Para conter essa escalada, diz, é preciso aumentar a imunização dos moradores de áreas atingidas e evitar que o vírus volte a ter transmissão urbana. Desde 1942, ele é transmitido apenas por mosquitos que da área silvestre. Mas, se uma pessoa com febre amarela for picada pelo Aedes aegypti, o mosquito poderá voltar a circular com o vírus pelas cidades. O epidemiologista também defende um controle maior dos governos sobre a imunização. Folha - Como o sr. avalia o atual surto de febre amarela? Qual o risco para quem vive em área urbana? Pedro Tauil - Hoje os casos que estão acontecendo são de febre amarela silvestre. Para evitá-los, a única medida é manter o nível de cobertura vacinal elevado, acima de 80%. Além disso, a gente vive o risco de a febre se urbanizar, isto é, passar a ser transmitida pelo Aedes aegypti. Isso pode se dar quando pessoas com febre amarela silvestre vão para a cidade no período de transmissibilidade, em que o vírus está circulando no sangue periférico, de dois dias antes do início dos sintomas a cinco dias após. É uma espada de Dâmocles sobre a nossa cabeça. Qual é o risco de que isso aconteça? É preciso ressaltar que isso não está acontecendo hoje e pode ser evitado, como já foi outras vezes. Mas, quanto mais gente com febre silvestre, maior é o risco de essas pessoas virem para a cidade e infectarem mosquitos urbanos. O surto atual é mais preocupante do que o anterior, de 2008 e 2009? Por quê? É mais grave porque tem mais casos de febre amarela silvestre, que eventualmente podem vir para as localidades onde existe o aedes. O que o país poderia fazer para avançar no combate ao vírus da febre amarela? É preciso ir além da vacinação em postos fixos. É importante que os níveis federal, estadual e municipal façam uma vigilância da cobertura vacinal, inclusive em "épocas de paz" [sem surto], com equipes móveis permanentes, que vão imunizar as pessoas que moram em áreas rurais e não chegam a ir à cidade. O país pode vir a eliminar a febre amarela silvestre? Não, febre amarela silvestre não é erradicável, porque vive entre os animais, em mosquitos silvestres. Não dá para acabar com as matas. O ciclo silvestre vai continuar existindo, assim como, provavelmente, mortes de macacos. O que nós não queremos e podemos evitar é casos humanos, por meio de uma boa cobertura vacinal. Há motivo para pânico? Não. O que precisa é pessoas que moram em áreas com transmissão silvestre ou para lá se dirigem serem vacinadas. As medidas para enfrentar estão sendo tomadas e é preciso prudência. Algumas pessoas não têm indicação da vacina [como doentes de câncer] e podem ter efeitos adversos. A que atribui o atual surto? Provavelmente à baixa cobertura vacinal na área onde ocorreu o ciclo silvestre [em Minas, era de 50%]. Não podemos baixar a guarda. E se der tudo errado e acontecer a transmissão urbana? Teria que vacinar rapidamente toda a população urbana, o que traria o desafio da quantidade de vacinas. Por isso precisamos introduzir a imunização no calendário infantil de todo o Brasil [hoje, está apenas nas áreas de vacina recomendada]. Assim, aos poucos, toda a população estaria protegida.