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Pesquisador da ENSP lança livro sobre música e diversidade cultural

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Publicado em:25/07/2016
O professor e pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) Paulo Amarante, lançou, no dia 18 de julho, o livro "Educação Musical na Diversidade: construindo um olhar de reconhecimento humano e equidade social em educação". Organizado por Paulo e pela pesquisadora Thelma Syndenstricker Alvares, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que também é co-autora de um dos capítulos da publicação junto com Paulo, o livro trata de temas como a educação musical para pessoas com deficiência visual, auditiva ou transtorno mental, partindo de um entendimento de que a diferença é a manifestação e não a distorção da natureza humana.   

Pesquisador da ENSP lança livro sobre música e diversidade cultural
 
Em entrevista ao 'Informe ENSP', Paulo Amarante falou um pouco mais desse trabalho, fruto de uma longa trajetória de oficinas, encontros, debates e muita militância pela vida.
 
Informe ENSP: Paulo, as experiências de que fala o livro nascem de um trabalho que você vem realizando há anos. Conta um pouco dessa história?
 
Paulo Amarante: É um trabalho a que tenho me dedicado há alguns tempo, a questão da arte e cultura na diversidade cultural. Comecei com um trabalho mais ligado à pessoas com transtorno mental. Isso deu origem à oficina “Loucos pela Diversidade”, que aconteceu na Fiocruz, aberta pelo ministro Gilberto Gil. Depois fizemos  a entrega de um prêmio na Caixa Cultural, com a presença do ministro Juca Ferreira. Foram premiados 55 trabalhos do Brasil inteiro sobre diversidade cultural, com a participação de usuários. Eram grupos de teatro, música, artista individuais, corais. Realizamos também shows com grupos como “Sistema Nervoso Alterado”, “Harmonia Enlouquece”, “Back Confusion”, vários grupos de música a e de teatro, eu fui convidado a coordenar outro trabalho junto com o Ministério da Cultura em parceria com a ENSP, que foi o “Nada  Sobre Nós Sem Nós”, um título dado pelos próprios sujeitos que participaram do projeto. Eram artistas com deficiência que consideravam importante essa iniciativa de fazer uma política, uma oficina, um trabalho em que eles fossem protagonistas, não só objetos dessa política, mas autores dela. Nós os convidamos para formular a política, a proposta.
 
Informe ENSP: Além de deficientes físicos e pessoas com transtornos mentais, esses trabalhos tinham uma diversidade grande de participantes. 
 
Paulo Amarante: Tivemos trabalhos em arte e cultura de pessoas em varias situações de vulnerabilidade: deficientes auditivos, visuais, idosos em situação de vulnerabilidade, pessoas com transtorno mental e varias outras que apareceram e que, aparentemente, visualmente, não podem ser caracterizadas como pessoas em vulnerabilidade, mas que se diziam serem vulneráveis e necessitando de um espaço de troca, um espaço coletivo onde se produz arte, música, contatos. 
 
Informe ENSP: Qual a contribuição que esse trabalho pretende trazer para aqueles que acreditam na potência transformadora da arte e da cultura na vida das pessoas?
 
Paulo Amarante: Esse me parece que é um trabalho que abre uma perscpectiva nova sobre o valor da arte e da cultura na construção da cidadania, na produção de subjetividade das pessoas de uma maneira em geral. Não é somente a música como terapia ou o ensino da música, mas a educação artística e musical, a construção dessa prática como uma possibilidade de reorganização da vida, da cidadania, dos sujeitos.

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