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Pesquisa observa redução de imunidade pós-vacinação contra febre amarela em crianças

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Publicado em:15/07/2016
Pesquisa observa redução de imunidade pós-vacinação contra febre amarela em criançasQual a duração da imunidade pós-vacinação contra febre amarela em crianças? Esta foi a questão levantada pela tese da aluna do doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública da ENSP, Tatiana Guimarães de Noronha. “Em função dos questionamentos a respeito dos resultados de um estudo de duração da imunidade em adultos realizado no Brasil, identificou-se a necessidade avaliar a duração da imunidade para febre amarela em crianças de 9 meses a 12 anos pimovacinadas nos dois primeiros anos de vida, explicou a aluna. A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus, pertencente ao gênero Flavivirus, e transmitida por artópodes hematófagos, como os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Aedes. A pesquisa observou uma redução na proporção de soropositividade (SP), com destaque para a queda mais acentuada a partir dos 31 meses pós-vacinação. Na categoria de 31 a 72 meses pós-vacinação (mediana de 51 meses ou 4,25 anos), a proporção de SP foi de 59%.
 
Segundo Tatiana, esses dados reforçam não só a necessidade de revacinação das crianças residentes em área de risco para febre amarela, primovacinadas nos dois primeiros anos de vida, como também indicam a necessidade de revacinação em um intervalo inferior aos 10 anos anteriormente recomendados pela OMS, idealmente, até 4 anos após a dose inicial.
 
Devido à sua gravidade clínica e potencial de disseminação, a febre amarela é objeto do Regulamento Sanitário Internacional. A vacinação é a medida mais importante para prevenção e controle da doença no homem. É indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para aplicação em moradores de áreas endêmicas, idealmente, nos calendários rotineiros de vacinação das crianças entre 9 e 12 meses de idade, além de campanhas de imunização em massa e vacinação de viajantes para áreas de risco, a partir dos 9 meses de idade. Até 2013, estavam indicadas doses de reforço dessa vacina a cada 10 anos, mas a OMS retirou essa recomendação, indicando dose única como suficiente para proteção a longo prazo.
 
As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.
 
O trabalho de campo da pesquisa, orientada pelo pesquisador Luiz Antônio Bastos Camacho, ocorreu nos municípios de Ribeirão das Neves e Contagem (Minas Gerais), e as análises englobaram um total de 884 crianças de 9 meses a 12 anos de idade.
 
Sobre a autora
 
Tatiana Guimarães de Noronha possui graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (1999), residência médica em Pediatria (2002), especialização em Infectologia Pediátrica (2004), pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e mestrado em Saúde Pública (2008) pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. É analista de pesquisa da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos/Fiocruz, onde trabalha como responsável pela área de Epidemiologia Clínica e atua no delineamento e análise de dados de Ensaios Clínicos de fase 1, 2, 3 e 4, com vacinas, biofármacos e reativos diagnóstico, com ênfase em estudos pediátricos. Apoia também atividades de fármaco e tecnovigilância para produtos biológicos. Tem experiência na área de Pediatria, com ênfase em Infectologia e Epidemiologia, atuando, principalmente, nos seguintes temas: pesquisa clínica com imunobiológicos em crianças e estudos com reativos para diagnóstico

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