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Resistência microbiana apresenta elevados índices em todo o mundo

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Publicado em:24/06/2016

Resistência microbiana apresenta elevados índices em todo o mundoO Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos da ENSP trouxe para discussão um tema que vem preocupando as autoridades de saúde em todo mundo: a resistência microbiana. Segundo a representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Carmem Lucia Pessoa da Silva, que participou da atividade, toda população mundial sofre com a resistência microbiana, principalmente aquela que reside nos países em desenvolvimento. Carmen expôs o Plano de Ação Global para Resistência Microbiana, que está sendo desenvolvido pela OMS com o objetivo de conscientizar as populações acerca dos perigos da resistência microbiana com risco emergente para a saúde pública global. O Ceensp, realizado em 8 de junho, contou também com a participação do gerente-geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Diogo Penha Soares, e com a pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Marise Dutra Asensi. A atividade foi coordenada pesquisadora da ENSP Lenice Gnocchi da Costa Reis.

 

Carmem Lucia Pessoa da Silva, que coordena a Rede de Vigilância Global de Resistência Microbiana da OMS e também é professora da Faculdade de Medicina da UFRJ, apresentou um gráfico que aponta a evolução natural acelerada pelo uso de antimicrobianos em alguns países do mundo, como Canadá, França, Estados Unidos, Itália, Portugal, entre muitos outros. Segundo ela, era visível que a resistência iria surgir, mas que somente agora há uma preocupação com isso. “Toda população mundial sofre com a resistência, e quanto mais pobre é o país, maior é o impacto, principalmente sob o ponto de vista da saúde pública”. Para Carmen, é necessário conscientização e compromisso para evitar os efeitos da resistência a longo prazo. A professora apresentou ainda o Plano de Ação Global para Resistência Microbiana, que objetiva assegurar a continuidade do sucesso na prevenção e tratamento das doenças infecciosas através de medicamentos, vacinas de qualidade e seguros, utilizados de forma responsável e acessível a todos que deles necessitam. Confira abaixo a apresentação de Carmen Lúcia na íntegra.

 

 

O Gerente Geral da gerente-geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Diogo Penha Soares, falou sobre as ações e estratégias voltadas para o monitoramento e prevenção da resistência microbiana nos serviços de saúde. Segundo ele, confere à Anvisa a atribuição de Coordenadora Nacional do Controle de Infecções Hospitalares. A Coordenação Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Hospitalares é composta por representantes das Comissões Estaduais de Controle de Infecções Hospitalares (CECIH) das cinco regiões do país, e tem por objetivo assegurar a Diretoria Colegiada da Anvisa na elaboração de diretrizes, normas e medidas para prevenção e controle de infecções hospitalares em serviços de saúde no Brasil. Diogo falou ainda sobre o Programa Nacional  de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (PNPCIRAS), os indicadores nacionais obrigatórios para notificação, além das propostas do Programa no período 2016-2020. Confira abaixo a apresentação de Diogo Penha na íntegra.

 

 

Encerrando as apresentações do Ceensp, a chefe do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (LAPIH/IOC/Fiocruz) Marise Dutra Asensi, falou um pouco sobre o LAPIH, que realiza pesquisa, desenvolvimento tecnológico, inovação e formação de recursos humanos relacionados ao estudo fenotípico e genotípico de bactérias envolvidas em processos de infecções associadas aos serviços de saúde ou causadas por microrganismos multirresistentes. Para isso, aborda o diagnóstico e a taxonomia destes microrganismos, investiga a epidemiologia molecular, mecanismos de resistência a medicamentos antimicrobianos e aspectos de virulência das diversas espécies de bactérias isoladas de pacientes atendidos nos serviços de saúde.

 

Segundo ela, em 2005, foi criada a Rede de Resistência Microbiana, por uma iniciativa da Anvisa e da Opas, e desde então vem se trabalhando a resistência antimicrobiana nacionalmente. Inicialmente formada por 110 hospitais sentinelas, atualmente a Rede é composta por aproximadamente 1.800 hospitais, 27 Laboratórios de Referência (Lacens) e o LAPIH como Centro Colaborador da Rede para detecção de genes de resistência. “Essa Rede passou a contar, desde 2012, como o Sistema de Gerenciamento Laboratorial, no qual os Lacens que enviam as amostras para os laboratórios, cadastram os pacientes, e depois, no laboratório liberam o resultado dentro desse Sistema de Gerenciamento Ambulatorial, então o Ministério da Saúde e a Anvisa tem acesso quase que em tempo real as informações. Isso representa um marco para nós para visualização do que fazemos no Laboratório em termos de genes de resistência”, explicou ela.

 

Marise comentou ainda que entre 2013 e 2014 formou-se uma Sub Rede Analítica para detecção molecular de carbapenemases, formada pelo LAPIH e pelo Lacens Paraná, São Paulo, Distrito Federal e Piauí, os mais capacitados para detecção de genes de resistência e genotipagem. “Essa Rede ficou responsável por centralizar e monitorar regionalmente as cepas resistentes encaminhadas para os Lacens de cada região”. Em seguida, Marise focou sua apresentação nas carbapenemases, que segundo ela, tem assumido uma importância muito grande nos últimos dez anos. Uma bactéria produtora de carbapenemases tem o potencial de resistência muito grande, pois essa carbapenemase acompanha a resistência para outros antimicrobianos. De acordo com Marise, todos os laboratórios citados por ela monitoram a presença de carbapenemases nas amostras hospitalares que chegam ao LAPIH. Por fim a pesquisadora citou alguns achados ao longo dos últimos anos. 


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