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‘Cadernos’ evidencia dois temas vigentes: o Zika e a democracia na saúde

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Publicado em:23/06/2016
‘Cadernos’ evidencia dois temas vigentes: o Zika e a democracia na saúdeA revista Cadernos de Saúde Pública em seu volume 32 número 4 evidencia dois temas vigentes: o Zika e a democracia na saúde. Sobre o vírus Zika, a editoria de CSP decidiu que artigos que tratassem de qualquer aspecto do tema seguiriam um "fast track" editorial. Isto porque, para Marilia Sá Carvalho, uma das editoras da publicação, a evolução do conhecimento sobre a relação entre infecção pelo vírus Zika na gestação e a ocorrência de afecção neurológica congênita grave - até o momento denominada pelo seu principal sinal, a microcefalia - foi de uma rapidez, seriedade e consistência que ficará na história da ciência e da saúde. Ressalta também o papel do Sistema Único de Saúde (SUS), que atende à maioria dos partos da população brasileira, em especial a mais pobre. "O SUS trouxe a possibilidade de ver o conjunto e levantar a suspeita epidemiológica. Além disso, existe pesquisa séria e de alta qualidade no Brasil, capaz de unir a investigação à assistência, sem perder de vista a centralidade do paciente.” Em outro editorial, o CSP discorre sobre Democracia e Saúde Coletiva, lembrando que a história de conformação da Saúde Coletiva no Brasil está relacionada às reivindicações por mudanças na sociedade e nas políticas públicas e por melhorias na estrutura socioeconômica e no perfil de saúde da população. “Sem democracia, em um Estado capitalista marcado por profundas desigualdades, as condições para a justiça social permanecem extremamente restritas."
 
A Comunicação Breve Microcefalia no Estado de Pernambuco, Brasil: Características Epidemiológicas e Avaliação da Acurácia Diagnóstica dos Pontos de Corte Adotados para Notificação de Caso traz as bases técnicas da redefinição do ponto de corte para casos suspeitos de microcefalia. O aumento das notificações de casos de microcefalia em Pernambuco, Brasil, e no Nordeste caracterizou uma epidemia que levou o Ministério da Saúde a decretar emergência nacional de saúde pública. Inicialmente, o Ministério da Saúde definiu como suspeitos recém-nascidos de 37 semanas ou mais de idade gestacional (IG) e com perímetro cefálico (PC) ≤ 33cm, tendo, em dezembro de 2015, reduzido essa medida para 32cm. 
 
Mais dois textos na seção Perspectivas tratam do Zika. Ameaças de retrocesso nas políticas de saúde sexual e reprodutiva no Brasil em tempos de epidemia de Zika conclui que o cenário atual de epidemia do vírus da Zika, considerada uma emergência global, e as ameaças de retrocessos no Legislativo, a exemplo do Projeto de Lei 5.059, levam o país a correr o perigo de caminhar na contramão das medidas necessárias para garantir a saúde sexual e reprodutiva de mulheres, expressas pela Organização Mundial da Saúde e pelo Escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas, que conclama a responsabilidade dos governos para reverem leis e políticas restritivas, ampliarem o acesso a serviços integrais de saúde sexual e reprodutiva, e garantirem o acesso à informação e ao direito à saúde para todas as mulheres, sem discriminação.
 
O outro texto intitulado Do Ebola ao Zika: as emergências internacionais e a securitização da saúde global explicita que, a partir dos anos 1990, foi difundida a expressão "saúde global" que corresponde originalmente à consciência de que um evento ocorrido em qualquer parte do planeta constitui uma potencial ameaça à população mundial ou à segurança nacional de outros países, especialmente a dos Estados Unidos. A recente crise sanitária ocasionada pela epidemia da doença do vírus do Ebola na África Ocidental consolidou a tendência de securitização da resposta internacional às emergências. Securitização, neste caso, é referida como o processo pelo qual um tema é socialmente construído como um problema de segurança.
 
Confira aqui todos os artigos do volume 32 número 4 da revista Cadernos de Saúde Pública de abril de 2016.
 

Fonte: CSP

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