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Entrevista: Ocupa Centro de Saúde Escola une profissionais de saúde, alunos e cidadãos em defesa do SUS

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Publicado em:09/06/2016
Nesta sexta-feira (10/6), os trabalhadores da Fiocruz farão uma paralisação de 24 horas em defesa da democracia, do SUS, pelo cumprimento na íntegra dos acordos salariais, contra o governo ilegítimo e pelo Fora Temer! Durante a atividade, que prevê um Ato no Castelo Mourisco e outros programas culturais, o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria da ENSP estará ocupado em defesa do SUS e das demais políticas públicas. O #OcupaCSEGSF promoverá a integração entre profissionais, alunos e usuários moradores de Manguinhos. Confira, na entrevista da psicóloga Eliane Chaves Vianna, chefe do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, as ações programadas para a atividade desta sexta-feira (10/6) e as respostas da unidade contra os ataques ao SUS.
 
Informe ENSP: O Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP), diante da atual conjuntura política, econômica e dos recentes ataques aos SUS, tem sido protagonista em diversas frentes na defesa do Sistema, além de apoiar profissionais de saúde, mobilizar alunos e usuários. O que suscitou esse movimento?
 
Entrevista: Ocupa Centro de Saúde Escola une profissionais de saúde, alunos e cidadãos em defesa do SUSEliane Chaves Vianna: O Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria é uma unidade de Serviço, de Ensino e Pesquisa, e faz parte da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Então, se o SUS sofre ataques, nós os sentimos não só em relação à pesquisa e ao ensino, mas o atendimento direto ao cidadão também é afetado. E isso se traduz na perda de qualidade da assistência, principalmente em função das anunciadas restrições ao orçamento da saúde e no retrocesso que pode existir em relação aos direitos de cidadania conquistados a duras penas e do trabalho em saúde, como por exemplo a não obrigatoriedade do ACS nas equipes de Saúde da Família. 
 
Ter um trabalhador de saúde morador do território sempre foi uma prática do CSEGSF desde a década 1980, por intermédio de um projeto do Unicef. Ver essa proposta sendo detonada e ameaçada nos afeta profundamente porque sempre tivemos contato muito próximo com a comunidade. Não há como não nos posicionarmos! Esse protagonismo não é nada mais do que missão do próprio Centro de Saúde, pela relação e compromisso que possui com a comunidade.
 
Informe ENSP: Ser um campo de ensino, pesquisa e assistência facilita o diálogo com os profissionais, alunos e moradores, certo?
 
Eliane Chaves Vianna: A vocação da Escola - que é eminientemente acadêmica -, se consolida através da formação de profissionais de saúde para o sistema público e do estudo, da formulação e implementação de novas e melhores políticas públicas.  A vocação do CSE, além das já citadas, é aproximar a teoria da prática, levando em conta as necessidades manifestadas pelos usuários e a realidade deste território. Nesse cenário, os diálogos com os alunos são fundamentais. 
 
Informe ENSP: O que propõe o #OcupaCSEGSF -  em defesa do SUS? Como nasceu a iniciativa?
 
Eliane Chaves Vianna: A iniciativa é mais uma resposta, entre tantas, à atual conjuntura política do país que ameaça o sistema público e todas as conquistas advindas da Constituição de 1988. No CSE compreendemos que seria mais lógico fazer nossa mobilização mantendo nossas agendas e realizando atividades de esclarecimento e informação sobre as ameaças que o país vem sofrendo. Com a "ocupação", teremos mais uma oportunidade de nos aproximarmos da comunidade e mostrarmos todo o movimento em defesa do SUS, ou seja, de um sistema de saúde que é público, de todos e para todos.
 
Informe ENSP: Detalhe a programação do #OcupaCSEGSF.
 
Eliane Chaves Vianna: A atividade exibirá vídeos sobre a importância do Sistema Único de Saúde e as possíveis perdas na atual conjuntura.  Além da apresentação de vídeos, teremos uma Oficina de Cartazes - da mesma maneira no Ocupa ENSP - como forma de nos integrarmos nas atividades de mobilização dentro da Fiocruz. Além disso, convidaremos a comunidade a participar das atividades no Castelo e haverá distribuição de laço azul (simbolizando o SUS) e fitas azuis para expressar o comprometimento com o Sistema.

Entrevista: Ocupa Centro de Saúde Escola une profissionais de saúde, alunos e cidadãos em defesa do SUS

Ocupação no Ministério da Saúde*

O Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro está ocupado desde o fim da manhã de quarta-feira (8/6). O protesto é contra a política do governo federal para o setor, alegando que ela coloca em risco a integridade do Sistema Único de Saúde (SUS).

Cleiber Silveira, psicólogo e mestrando em saúde pública na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), esclareceu os motivos da ocupação, afirmando que o principal é o temor de que haja um ataque contra o SUS, a fim de beneficiar os planos de saúde.
 
“Primeiro eles sucateiam, desprestigiam, precarizam o trabalho dos servidores em saúde e depois dizem que não funciona, para poder vender um lucrativo setor aos interesses privados. O SUS corre um grande risco com este governo, desvinculando receitas obrigatórias que eram para a saúde. Há pressa em fazer o desmonte em políticas de saúde”, criticou Cleiber.

Entrevista: Ocupa Centro de Saúde Escola une profissionais de saúde, alunos e cidadãos em defesa do SUS

Confira as atividades da paralisação na Fiocruz**
 
Conforme deliberação em Assembleia da Asfoc-SN, os trabalhadores da Fiocruz farão uma paralisação (com ocupação) de 24 horas, na próxima sexta-feira (10/06), em defesa da democracia, do SUS, pelo cumprimento na íntegra dos acordos salariais, contra o governo ilegítimo e pelo Fora Temer!
 
A intenção é ocupar todos os Campi da Fiocruz, participando de uma série de atividades, políticas/culturais, ao longo de todo o dia, culminando num grande Ato, às 11 horas, na frente do Castelo – concentração a partir das 9 horas, na Estação do Trenzinho.
 
Em respeito à sociedade, a paralisação não afetará o compromisso dos trabalhadores da Fiocruz com as atividades assistenciais, de emergência dos hospitais e de produção de vacinas e medicamentos que possam gerar perdas nas linhas já iniciadas. Neste dia, o atendimento nas Unidades de Assistência será considerado como atividade de paralisação e uma oportunidade de troca e esclarecimento àqueles que por direito são os nossos empregadores: a população.
 
A direção da Asfoc orienta que os trabalhadores de outras atividades não relacionadas aos serviços essenciais compareçam à instituição exclusivamente para participar das atividades de mobilização.
 
No mesmo dia, a Asfoc também estará presente nas manifestações em defesa da democracia que acontecerão no Largo da Carioca, no Centro do Rio. Ao longo de todo o dia, haverá uma série de atividades unificadas com os servidores públicos federais do estado. A direção do Sindicato também orienta a participação dos trabalhadores neste evento. 
 
AGENDA CAMPUS FIOCRUZ
9 horas -  Concentração na Estação do Trenzinho
Oficinas de faixas e cartazes/Stands entidades sindicais e movimentos sociais
10 horas - Apresentação Teatro do Oprimido
11 horas - ATO NO CASTELO
Grupos musicais Harmonia Enlouquece/Trio Espírito Santo
13h30 – Encerramento com Batuca Oswaldo
 

*Informações da Agência Brasil

** Asfoc


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