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'Ciência e Saúde Coletiva' debate os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

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Publicado em:13/05/2016
'Ciência e Saúde Coletiva' debate os Objetivos do Desenvolvimento SustentávelA edição de março de 2016 (vol.21 n.3) da Revista Ciência & Saúde Coletiva, disponível on-line, intitulada Questões ambientais relacionadas à água e seus efeitos sobre a saúde, apresenta a multidimensionalidade da relação entre esse elemento vital e a qualidade da vida humana e ambiental. Organizada por pesquisadores de referência internacional, como Léo Heller, relator especial das Nações Unidas para o Direito Humano à Água e ao Esgotamento Sanitário; Daniel Buss, pesquisador da Fiocruz e consultor da Organização Pan-Americana de Saúde; além da colaboração de Bernard Barraqué, do Centre International de Recherches sur l’Environnement et le Développement de Paris, este número temático se alinha aos novos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), recém-lançados e que deverão ser implementados entre 2016 e 2030 pelos países que compõem a Organização das Nações Unidas (ONU). “O marco atual dos ODS pode ser visto como oportunidade de se criar estratégias para inclusão de todos os seres humanos em condições dignas de abastecimento de água e esgotamento sanitário”, aponta Maria Cecília de Souza Minayo, editora chefe da revista e pesquisadora da ENSP. De acordo com a publicação, as metas que se referem à água e ao esgoto (Objetivo 6) dialogam com o conceito do direito humano, incorporando as dimensões de qualidade, segurança, acessibilidade financeira e proteção ambiental, em especial, para as populações mais vulneráveis.
 
O artigo Medindo o invisível: análise dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em populações expostas à seca, de autoria dos pesquisadores Aderita Sena e Christovam Barcellos, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz); Carlos Machado de Freitas, da ENSP; Walter Ramalho, da Universidade Federal de Brasília; e Carlos Corvalan, da University of Canberra/Austrália, considera as implicações desses objetivos e metas propostos para a região do semiárido do Brasil, região que apresenta secas recorrentes e que pode ser agravada com as mudanças climáticas, piorando a situação de acesso à quantidade e qualidade da água para consumo humano e, como consequência, também as condições de saúde das populações expostas. Importantes desigualdades entre os municípios dessa região e os do resto do Brasil foram identificadas e discutidas no contexto do que é necessário para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na região do semiárido, principalmente em relação às medidas de adaptação para o acesso universal e equitativo à água potável.
 
No artigo O Uso de Dados de satélite para Estudar a Relação Entre chuva e Doenças diarreicas em Uma Bacia na Amazônia Sul-Ocidental, Paula Andrea Morelli Fonseca, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; Sandra de Souza Hacon, da ENSP; Vera Lúcia Reis, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Rio Branco/Acre; Duarte Costa, da Universidade de Exeter/Reino Unido; e Irving Foster Brown, da Woods Hole Research Center/ Estados Unidos, investigam a relação entre a precipitação e nível da água durante a estação chuvosa, principalmente com a taxa de incidência dessa doença em uma bacia amazônica do sudoeste. Os resultados desse estudo podem suportar alocação de planejamento e recursos financeiros para priorizar ações para serviços locais de Defesa Civil e de cuidados de saúde antes, durante e após o período chuvoso.
 
A Educação Ambiental como estratégia de mobilização social para o enfrentamento da escassez de água é o título do artigo produzido por Andrezza de Souza Piccoli, Débora Cynamon Kligerman, Simone Cynamon Cohen e Rafaela Facchetti Assumpção, da ENSP. Ele objetiva apresentar uma metodologia de mobilização para o enfrentamento da escassez dos recursos hídricos, tendo como pressuposto o Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento (PEAMSS). Conclui-se que o alcance e universalização dos direitos humanos à água e ao saneamento se darão somente com a gestão de águas de modo democrático e participativo. A partir desse estudo, observou-se que são necessárias ações para avaliar o alcance do =PEAMSS e traçar novos caminhos para implementação do programa.
 
O artigo Desastres relacionados à seca e saúde coletiva – uma revisão da literatura científica, escrito pelos pesquisadores Carlos Machado de Freitas e Tais Ariza Alpino, da ENSP; e Aderita Ricarda Martins de Sena, do Icict, apresenta uma revisão dos artigos científicos sobre a relação seca e saúde coletiva. Dentre os efeitos sobre a saúde encontrados, destacam-se os relacionados à desnutrição e deficiências nutricionais, saúde mental, qualidade das águas e do ar, além do comprometimento da qualidade e do acesso aos serviços de saúde. Considerando-se as tendências de episódios de seca mais intensos e frequentes e de escassez de água até 2030, torna-se urgente ampliar as pesquisas sobre o tema e revisões da literatura.
 
Padrões de buscas sobre câncer na internet: reatividades, riscos e afetos é o artigo de Paulo Roberto Vasconcellos Silva e Luis David Castiel, da ENSP; e Franciso Romão Ferreira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que analisa padrões de acessos ao site do Instituto Nacional de Câncer, assim como as distâncias entre propósitos e resultados das campanhas de prevenção do câncer. Identifica-se um padrão reativo de buscas que se mostra indiferente às informações sobre prevenção, embora interessado em tecnologias de tratamento e na veiculação de notícias sobre doenças de celebridades. Isso contrasta com o paradigma das melhores informações para as decisões, radicado na heteronomia da educação bancária coletiva, seus meios e resolutividade.
 
No artigo Situação da alimentação complementar de crianças entre 6 e 24 meses assistidas na Rede de Atenção Básica de Saúde de Macaé, RJ, Leticia Maia Forte Marinho, Jane de Carlos Santana Capelli, Camilla Medeiros Macedo da Rocha, Alice Bouskela, Maria Fernanda Larcher de Almeida e Juliana da Silva Pontes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Cleber Nascimento do Carmo, da ENSP; Silvia Eliza Almeida Pereira de Freitas e  Alexandra da Silva Anastácio, da  Universidade Federal Fluminense, analisaram a situação da alimentação complementar de crianças entre 6-24 meses assistidas na Atenção Básica de Saúde de Macaé/RJ. Detectou-se o consumo de 72,3% de verduras/legumes, 75,3% de frutas e 63,4% de carnes, sendo considerados indicadores de alimentação complementar saudável. Em contrapartida, 23,8% já consumiam alimentos fontes de açúcar (mel, melado, açúcar simples e rapadura), 34,7% suco industrializado e 17,8% refrigerantes. O consumo de suco industrializado foi significativamente maior em meninos (p valor < 0,001). Em crianças entre 12-18 meses, detectou-se que 77,6% consumiam verduras/legumes, 77,4% frutas e 86,3% carnes. O consumo de alimentos fontes de açúcar era de 31%, 58,6% de suco industrializado e 50% de refrigerantes. Entre 18-24 meses, observou-se 89,9% das crianças consumindo verduras/legumes, 83,1% frutas e 96,7% carnes. O consumo de alimentos fontes de açúcar foi de 33,9%, 69,5% de suco industrializado e 55,5% de refrigerantes. Conclui-se que os indicadores de alimentação complementar saudável se aproximam da meta do Ministério da Saúde (80%).
 
Confira na íntegra a edição de março de 2016 (vol.21 n.3) da Revista Ciência & Saúde Coletiva.

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