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Zika nas Américas: confira as respostas para as perguntas mais frequentes sobre o vírus

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Publicado em:15/01/2016
Zika nas Américas: confira as respostas para as perguntas mais frequentes sobre o vírusA infecção pelo vírus Zika é causada pela picada de mosquitos infectados do gênero Aedes. Geralmente, causa febre, erupções na pele, conjuntivite e dores musculares leves. De março de 2014 até a semana passada, 14 países e territórios das Américas relataram casos de infecção pelo vírus. A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS) está trabalhando com seus Estados-Membros para prevenir, detectar e responder a esta nova ameaça.

Sobre o Zika
 
O que é o vírus zika?

A infecção pelo vírus Zika é causada pela picada de mosquitos infectados do gênero Aedes. Geralmente, causa febre, erupções cutâneas (vermelhidão e coceira), conjuntivite e dores musculares leves.

O vírus foi isolado pela primeira vez em 1947 na floresta de Zika, em Uganda. Desde então, é encontrado principalmente na África e tem gerado surtos esporádicos e pequenos na Ásia. Em 2007, uma grande epidemia foi descrita na ilha de Yap (Micronésia), onde aproximadamente 75% da população foi infectada.

No dia 3 de março de 2014, o Chile notificou à Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) um caso de transmissão autóctone (ocorrida dentro do território nacional) de febre por vírus Zika na Ilha de Páscoa. O vírus foi detectado até junho daquele ano nessa área. Em maio de 2015, as autoridades de saúde pública do Brasil confirmaram a transmissão do vírus Zika na Região Nordeste.

Desde outubro de 2015, outros países e territórios das Américas vêm registrando a presença do vírus. Veja a lista atualizada em: www.paho.org/viruszika.

Quais são os sintomas?

Os sintomas mais comuns de zika são febre leve e exantema (erupção cutânea ou urticária). Muitas vezes a pessoa também apresenta conjuntivite, dores musculares ou nas articulações, com um mal-estar que começa entre dois e sete dias após a picada de um mosquito infectado.

Uma em cada quatro pessoas infectadas apresenta os sintomas da doença e em todos aqueles que desenvolvem, a doença é geralmente leve e pode durar entre dois e sete dias. Os sintomas são semelhantes aos da dengue ou chikungunya, que são transmitidas pelo mesmo mosquito. As complicações (neurológicas, autoimunes) são raras, mas foram relatadas em surtos da Polinésia e, mais recentemente, no Brasil. A propagação do vírus no continente das Américas, ao fornecer mais experiência com os sintomas e complicações, permitirá caracterizar melhor esta doença.

Como o zika é transmitido?

O zika é transmitido aos seres humanos por meio da picada de mosquitos infectados do gênero Aedes. Este é o mesmo mosquito transmissor da dengue e chikungunya.

Pode ser transmitido por sangue ou contato sexual?

Em geral, o zika precisa de um vetor (meio de transporte), que é o mosquito, para infectar as pessoas. No entanto, o vírus foi isolado no sêmen e se documentou a transmissão de pessoa para pessoa em relação sexual. O impacto desse tipo de transmissão em saúde pública ainda não foi avaliado e, de acordo com as evidências disponíveis, seria um mecanismo pouco frequente de propagação da doença.

O zika pode ser transmitido por meio do sangue, mas é um mecanismo de transmissão raro. Nesse sentido, devem-se seguir as recomendações usuais para a realização de transfusões seguras (com doadores voluntários saudáveis, por exemplo).

Pode ser transmitido de mãe para filho?

As informações sobre a transmissão de mãe para filho durante a gravidez ou no momento do nascimento são muito limitadas. A transmissão perinatal tem sido relatada com vírus transmitidos por vetores, como dengue e chikungunya. No momento, estão em curso estudos sobre a possível transmissão do vírus da mãe para o bebê e seus possíveis efeitos sobre a criança.

Qual é o tratamento?

O tratamento para zika consiste em aliviar a dor e a febre ou quaisquer outros sintomas que causem desconforto ao paciente. Para evitar a desidratação causada pela febre, recomenda-se controlá-la, repousar e beber muita água. Não há vacina ou medicamento específico contra este vírus.

Pode causar a morte?

Trata-se de um novo vírus para a região, que até o momento havia tido uma distribuição geográfica e demográfica muito limitada, sem evidências de letalidade. No entanto, casos esporádicos foram relatados em pacientes com doenças ou condições pré-existentes, em que as manifestações e complicações poderiam ser mais graves, causando a morte.

Quem está em risco de contrair zika?

São suscetíveis de infecção todas as pessoas não previamente expostas ao vírus que vivem em áreas onde o mosquito está presente e onde se registraram casos importados ou locais. Como a espécie de mosquitos Aedes está espalhada por toda a região (com exceção de Chile continental e Canadá), é provável que os surtos se espalhem para outros países onde atualmente não há casos registrados.

Como o zika é diagnosticado?

Na maioria das pessoas, o diagnóstico é baseado em sintomas clínicos e circunstâncias epidemiológicas (como surtos de zika no lugar onde mora ou viagens para locais onde circula o vírus).

Há exames de sangue que podem ajudar a confirmar o diagnóstico. Alguns (PCR-virológicos) são úteis nos primeiros três a cinco dias após o início dos sintomas, enquanto outros (serológicos) detectam a presença de anticorpos, mas só são úteis depois de cinco dias.

Uma vez demonstrada a presença do vírus em uma zona ou território, não é necessária a confirmação em todos os pacientes e o uso de testes de laboratório será ajustado à vigilância rotineira virológica da doença.

Qual a diferença entre zika, dengue e chikungunya?

Todas estas doenças têm sintomas semelhantes, mas alguns permitem suspeitar tratar-se de uma ou outra. A dengue geralmente envolve febre mais alta e dores musculares mais fortes. Pode gerar complicações quando a febre cai. Deve ser dada atenção a sinais de alerta como sangramento.

No caso do chikungunya, além de uma febre mais alta, a dor nas articulações é mais intensa e afeta mãos, pés, joelhos, costas e pode incapacitar pessoas, curvando-as de modo a não conseguirem caminhar e realizar ações tão simples como abrir uma garrafa de água.

O zika não possui características particulares, mas na maioria dos pacientes se observam erupções na pele e, em alguns casos, conjuntivite.

Existe uma relação entre síndrome de Guillain-Barré e zika?

Em áreas onde se tem documentado epidemia de zika (como na Polinésia Francesa e no Brasil), houve um aumento de pessoas com a Síndrome de Guillain-Barré (SGB).

No entanto, ainda não foi estabelecida uma relação causal direta entre a infecção com o vírus e SGB. Há outros fatores, como a infecção prévia por dengue ou fatores genéticos, que poderiam contribuir ou influenciar o aumento de casos de SGB. No momento, estão sendo realizados vários estudos para melhor estabelecer a relação entre zika e SGB.

A Síndrome de Guillain-Barré ocorre quando o sistema imunológico de uma pessoa ataca a ele próprio, afetando particularmente as células do sistema nervoso. Esse processo pode ser iniciado pela infecção de várias bactérias ou vírus. Os principais sintomas são fraqueza muscular e formigamento (parestesia) nos braços e pernas. Podem ocorrer ainda complicações graves se os músculos respiratórios forem afetados. Os pacientes em estado mais grave precisam de assistência em unidades de terapia intensiva.

Sobre a circulação do zika

Quais países reportaram casos de zika nas Américas?

No dia 3 de março de 2014, o Chile notificou à Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) um caso de transmissão autóctone (ocorrida dentro do território nacional) de febre por vírus Zika na Ilha de Páscoa. O vírus foi detectado até junho daquele ano nessa área. Em maio de 2015, as autoridades de saúde pública do Brasil confirmaram a transmissão do vírus Zika na Região Nordeste. Desde outubro de 2015, outros países e territórios das Américas vêm registrando a presença do vírus.

Atualmente (informações até 9 de janeiro), 13 países da Região das Américas reportam transmissão autóctone de zika: Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Guiana Francesa, Honduras, Martinica, México, Panamá, Porto Rico, Paraguai, Suriname e Venezuela.

Veja a lista atualizada em: www.paho.org/viruszika.

Por que a transmissão em um território pode ser rápida?

Há dois fatores para a rápida transmissão que tem sido documentada em outros países: 1) Trata-se de um novo vírus para as Américas e toda a população é suscetível de ser infectada por não ter sido anteriormente exposta e 2) Porque o mosquito Aedes é amplamente distribuído na região pelas condições climáticas, temperatura e umidade dos países tropicais.

É aconselhável evitar viagens para países com circulação do zika?

A OPAS/OMS não recomenda restrições de viagens ou comércio internacional relacionada a surtos de zika. Recomenda-se aos viajantes que tomem as precauções indicadas para prevenir picadas de mosquito.

Quantos casos de zika foram registrados na região das Américas?

Os países começam a reportar quando detectam a circulação do vírus no seu território. No entanto, a contagem de casos é difícil porque os sintomas da doença são geralmente leves e nem todos os afetados procuram os serviços de saúde. O importante é a detecção da circulação do vírus, para fortalecer a resposta dos serviços de saúde e intensificar a vigilância de casos graves ou complicações.

Sobre a prevenção

Quais medidas devem ser tomadas para prevenir a infecção pelo vírus Zika?

A prevenção consiste em reduzir populações de mosquitos e evitar picadas, que costumam ocorrer durante o dia. Com a eliminação e controle de criadouros de Aedes aegypti, diminuem as chances de que o zika, chikungunya e dengue sejam transmitidos. É necessária uma resposta abrangente, que envolva várias áreas de atuação, desde a saúde até a educação e o meio ambiente.

Para eliminar e controlar o mosquito, é recomendado:

Evitar conservar água em recipientes deixados do lado de fora (panelas, garrafas, recipientes que possam acumular água) para evitar que se transformem em criadouros de mosquitos
Cobrir os tanques ou reservatórios de água para uso doméstico, a fim de impedir a entrada de mosquitos
Evitar a acumulação de lixo e jogá-lo em sacos plásticos fechados e mantidos em recipientes fechados
Desentupir ralos que possam deixar água parada
Usar telas nas janelas e portas para reduzir o contato com mosquitos
Para evitar picadas de mosquito, é recomendado tanto para as pessoas que vivem em áreas onde há casos quanto para viajantes
(especialmente, para as mulheres grávidas):

Cobrir a pele exposta com mangas compridas, calças e chapéus
Usar repelentes recomendados pelas autoridades de saúde e aplicar conforme o rótulo
Dormir em lugares protegidos com mosquiteiros
Quem tiver sintomas de zika, dengue ou chikungunya, deve procurar um centro de saúde.

Qual a atuação da OPAS/OMS?

A OPAS/OMS está trabalhando ativamente com os países das Américas para que possam desenvolver ou manter a capacidade de detectar e confirmar os casos de zika; saibam como atender às pessoas afetadas pela doença; e possam implementar estratégias efetivas para reduzir a presença do mosquito e minimizar a possibilidade de surto.

A atuação envolve:

Reforço das capacidades laboratoriais, para que possam detectar o vírus em tempo hábil (em colaboração com outros centros colaboradores e parceiros estratégicos).
Assessoria em comunicação de risco, em resposta à introdução do vírus no país.
Controle vetorial, ou seja, como trabalhar com a população ativamente para eliminar as populações de mosquitos
Desenvolvimento de recomendações para os cuidados clínicos e acompanhamento de pessoas com zika, em colaboração com
associações profissionais e especialistas dos países.
Monitoramento da dispersão geográfica do vírus e o aparecimento de complicações e casos graves por meio da vigilância de eventos e
notificação dos países através do canal do Regulamento Sanitário Internacional
Apoio a iniciativas dos Ministérios da Saúde para saber mais características do vírus, seu impacto e as possíveis consequências de sua infecção.

Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS)
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