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Especialistas internacionais condenam nomeação do novo coordenador de Saúde Mental do MS

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Publicado em:12/01/2016
Especialistas internacionais condenam nomeação do novo coordenador de Saúde Mental do MSMais de 250 especialistas da área de saúde mental, oriundos de 24 países, manifestaram preocupação com a nomeação do psiquiatra Valencius Wurch Duarte Filho para o cargo de coordenador de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde. Os participantes, que estiveram na companhia do pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Paulo Amarante, durante o Encontro Internacional "Uma sociedade sem isolamento", realizado em dezembro de 2015, na cidade de Trieste, na Itália, aprovaram a carta de Abraço Internacional à Reforma Psiquiátrica Brasileira. No final de dezembro, a ENSP/Fiocruz uniu-se à Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), à Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), ao Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes) e a demais entidades, instituições e movimentos sociais contra a nomeação do psiquiatra.
 
O documento, aprovado por aclamação no evento internacional, alega que a experiência brasileira é um dos exemplos mais emblemáticos de desinstitucionalização e de inclusão social de pessoas em sofrimento mental grave. Em contrapartida, aponta a indicação como um retrocesso em relação às conquistas obtidas pelo movimento de reforma psiquiátrica. "A indicação do Ministro da Saúde de um novo coordenador para a Saúde Mental que já demonstrou aversão quanto à reforma ao longo de sua carreira como psiquiatra e como diretor de um hospital psiquiátrico causou polêmica no mundo todo", diz um trecho da carta.
 
Durante o evento internacional, Paulo Amarante mencionou o trabalho da reforma psiquiátrica brasileira, que fez com que milhares de vidas fossem resgatadas, reconstruídas, reinventadas e recuperadas. “Nosso trabalho de reforma psiquiátrica também possibilitou que muitas outras milhares de vidas não chegassem a ser jogadas fora nos manicômios, que nem chegassem a conhecer os manicômios, pois fomos criando os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS), os Centros de Referência em Saúde Mental (Cersams), os Centros de Convivência, as estratégias de residencialidade, as Cooperativas e projetos de trabalho e geração de renda, os projetos culturais e tantas outras possibilidades que contribuíram para os tornar sujeitos, sujeitos verdadeiramente de direitos”, afirmou o presidente de honra da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme). 
 
O pesquisador da ENSP/Fiocruz esteve na companhia de referências internacionais no campo da saúde mental, como Franco Rotelli, Giuseppe Dell'Acqua, Roberto Mezzina, Maria Grazia Giannicheda, Allen Francis, John Jenkins, John Stacey, Ricardo Guinea e muitos outros internacionais e muitos brasileiros. 
 
A carta de Abraço Internacional à Reforma Psiquiátrica Brasileira foi reproduzida em português, italiano e inglês e foi divulgada em vários países. Leia abaixo.

CARTA DE TRIESTE DE APOIO À REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA A LUTA É INTERNACIONAL 
 
Abraço Internacional à Reforma Psiquiátrica Brasileira 
 
Mais de 250 participantes do Encontro Internacional "Uma sociedade sem isolamento" - Trieste, 15 a 18 de dezembro de 2015 -, oriundos de 24 países, bem como de toda a Itália, desejam manifestar sua preocupação acerca do novo direcionamento do processo de reforma psiquiátrica brasileira.
 
A experiência brasileira é um dos exemplos mais emblemáticos de desinstitucionalização e de inclusão social de pessoas em sofrimento mental grave.
 
A indicação do Ministro da Saúde de um novo coordenador para a Saúde Mental que já demonstrou aversão quanto à reforma ao longo de sua carreira como psiquiatra e como diretor de um hospital psiquiátrico causou polêmica no mundo todo.
 
Os participantes querem demonstrar-se solidários a usuários, familiares, Associações e trabalhadores da Saúde Mental que estão lutando pela evolução e pelo fim deste processo, a partir da oposição a qualquer possibilidade de retrocesso quanto a posicionamentos éticos, políticos e sociais importantes.
 
Os participantes comprometem-se a divulgar informações a esse respeito e a apoiar a luta contra hospitais psiquiátricos em seus países e diante de organizações internacionais.

Trieste, 17 de dezembro de 2015

 


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2 comentários
FELIPE EDUARDO PASCUCCI
14/01/2016 20:19
A Estrutura do Governo mantém mais de 3000 pessoas aprisionadas por dia, durante a Segunda Guerra Mundial já houve mais prisioneiros do que hoje, porém nas estruturas Governamentais que hoje se mantêem em voga todas as pessoas são quebradas em pedaços com remédios como Rivotril, Mezopotan, Auriconitonil, Mitocondria Paronifera e mais outros medicamentos volatizados em empresas e retirados de plantas como Salmonela Samonifera, Unicafe Oneicatonita, Mulao Peticonitus e outras plantas volatizadas em meios médicos ilegais, como Salmonela Pentatonicus, o nome dessa planta pode parecer estranho, mas por incrível que pareça é o nome de uma planta extremamente conhecida na Ásia Central, onde se volatizam a maior Indústria de Remédios da Ámericas, onde se é volatizado também o maior remédio chamado Rivotril dado para doentes mentais em muitos hospitais como Santa Casa de Parcimonia, na Itália, em Botucatu no Hospital das Clínicas e no Hospital Santa Maria Misericórdia em São Paulo, onde se concentram mais de 2000 presos políticos e mais de 3000 pessoas hospitalizadas por demência precoce, como a mim. Essa carta é para todos aqueles que estão me vendo em lojas e hospitais como uma assombração. Escrevo essa carta para lhes dizer que estou bem. Nunca estive em outro lugar e assim que me recuperar posso visitar a todos e ver tudo o que não vi durante esses dias que se computam em 3 meses, no mínimo, dado que minha esquizofrenia e psicose é rescente tenho mais 2 meses de internação dentro de um domicílio com pais que não sabem muito bem o que fazer com um drogado que fez uso de muitas substâncias desconhecidas como Mescalina 2++ e Rivotril com Peiote e Cogumelos Psicolocibina com computação e alegação falsa da Delegacia da Polícia Civil. (Carta de Origem Anônima) 06 de Janeiro de 2016?
TEREZA MARLUCE ROCHA TAVARES
12/01/2016 18:58
Que pena, que miséria, que desastre se AS GRADES voltarem!!!! Os CAPS são realidades que funcionam nos municípios e que garantem dignidade aos portadores de sofrimento mental. Tereza Marluce