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Coordenadores de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Abrasco divulgam Carta Aberta

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Publicado em:29/12/2015
Coordenadores de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Abrasco divulgam Carta AbertaPara discutir e avaliar a pós-graduação na Saúde Coletiva, o Fórum de Coordenadores de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Abrasco se reuniu na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que recebeu os membros do Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Abrasco, durante os dias 26 e 27 de novembro de 2015, no último encontro deste gênero, em 2015. A abertura do encontro foi prestigiada pelo reitor da UFMG, Jaime Arturo Ramirez; o diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, Tarcizo Afonso Nunes; a diretora da Fundação Oswaldo Cruz Minas, Zélia Maria Profeta da Luz; o presidente da Abrasco, Gastão Wagner Souza Campos; o coordenador da Área de Saúde Coletiva na Capes, Guilherme Loureiro Werneck; a coordenadora do Fórum, Aylene Bousquat; a coordenadora do Programa de Pós-Graduação de Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG, Sandhi Barreto; e a coordenadora do Programa de Saúde Coletiva da Fiocruz Minas, Josélia Firmo.

Sob a coordenação de Silvana Granado, Aylene Bousquat e Raimunda Magalhães, a programação contou com a participação especial de Guilherme Werneck e do professor Maurício Lima Barreto – do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, que trouxe valiosa contribuição sobre sistema atual da pós-graduação. Para Maurício, um sistema de avaliação mantido constante no longo prazo tem influência conservadora sobre o sistema avaliado. Segundo o professor, o Brasil forma 15 mil doutores por ano, e mesmo com esse número expressivo, é preciso repensar o sistema de avaliação da Pós-Graduação em Saúde Coletiva no país. “O papel do sistema hoje é ranquear instituições, quando deveria elaborar as bases do futuro da ciência”, destacou.

Na apresentação de Gastão Wagner, foi divulgada a, até então, inédita revista Ensaios & Diálogos em Saúde Coletiva, nova publicação da Abrasco que trouxe neste primeiro número, contribuições importantes sobre os desafios da avaliação e da gestão do sistema de pós-graduação. A revista traz uma entrevista com Guilherme Werneck, sobre possíveis mudanças nos rumos da avaliação – ‘Explorar novos indicadores e fortalecer nossa capacidade de avaliar os outros itens é uma forma de desmistificar a visão da produção científica como o vetor central da avaliação (…) Em longo prazo, vejo a necessidade clara de reformular a lógica do sistema de avaliação, adotando um modelo híbrido, com normas e critérios. Em curto prazo, para a avaliação que se avizinha daqui a um ano e meio, proponho que a gente faça as mudanças possíveis dentro do atual modelo’ sinaliza Werneck.

Os restantes artigos que tratam do mesmo tema, foram assinados por Tatiana Wargas (que trata da formação em saúde coletiva e os desafios da avaliação); por Maurício Barreto (que titulou seu artigo como a ‘Avaliação da pós-graduação: importante, porém necessitando urgentes redirecionamentos’) e ainda por Gastão Wagner de Sousa Campos (que explica um pouco mais do Sistema de avaliação, em lugar de uma política em formação para a pós-graduação). Para Gastão, a avaliação ideal dos programas deveria acontecer por méritos. “Atualmente a Capes realiza uma centralização do que são bons resultados, que geram indicadores e metas a serem alcançadas”, comentou. Segundo ele, a distribuição de recursos governamentais aos programas parte desses indicadores, o que prejudica projetos menores ou mais novos.

Encerramento com Maurício Barreto

Sobre a avaliação da Medicina no ensino da pós-graduação, Maurício lembrou que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável pela análise, dividiu a Medicina em três áreas. Dessas, retirou-se a Saúde Coletiva, dando a ela uma nova divisão nos anos 90, o que contribuiu para o aumento da produção e publicação científica do tema. “Isso partiu da forma de avaliação, que considera o número de publicações nas revistas científicas”, afirmou Barreto. “Mas agora é o momento de avaliar os efeitos da produção científica na sociedade e nas políticas públicas, e nossa análise atual não contribui nesse âmbito”, destacou o professor.

De acordo com Barreto, as publicações viraram algo definidor da manutenção dos cursos, ou seja, quanto mais artigos publicados, melhor avaliada a pós-graduação é. “Nosso sistema é capitalista, e algumas instituições têm mais poder de publicação”, disse. Esse método coloca valor nas pesquisas e pesquisadores, além de reduzir as autonomias das universidades. “E isso leva a uma padronização exacerbada dos programas e métodos de ensino”, explicou.

Leia aqui a matéria na íntegra.

Fonte: Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco)
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