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Lançamento de livro e visitante internacional pautam atividades do Laboratório de Saúde Mental

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Publicado em:09/12/2015
Lançamento de livro e visitante internacional pautam atividades do Laboratório de Saúde MentalO curso de especialização em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, oferecido pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (Laps/ENSP/Fiocruz), receberá nesta quinta-feira (10/12), às 13h30, na sala 410 da ENSP, o professor Ernesto Venturini, um dos principais nomes da Psiquiatria Democrática italiana. Na mesma data, os pesquisadores Paulo Amarante e Fernando Freitas, do Laps/ENSP, participarão do lançamento do livro Medicalização em Psiquiatria, às 17h30, no Espaço Educação do Museu da República, no Catete. A iniciativa é da Editora Fiocruz, que promoverá o lançamento de sua mais recente produção editorial.
 
Ernesto Venturini
 
Internacionalmente reconhecido por seu engajamento pela luta antimanicomial em seu país de origem, Venturini é autor, dentre outros livros sobre psiquiatria e reforma psiquiátrica, de O Crime Louco. Psiquiatra, colaborou com Franco Basaglia no processo de desinstitucionalização na Itália, desde o princípio, em Gorizia e em Trieste. Contribuiu ativamente para o êxito da lei da reforma psiquiátrica na Itália. Foi diretor do Departamento de Saúde Mental em Ímola e desempenhou papéis de responsabilidade na Saúde Pública na Região Emilia Romagna. É colaborador de universidades italianas e internacionais. Cooperou com a OMS (WHO) em alguns países da África. Como assessor da Opas para a América Latina, acompanhou a reforma psiquiátrica brasileira desde 1992.
 
Medicalização em Psiquiatria
 
O livro “Medicalização em Psiquiatria” tem como proposta ser uma fonte de consulta e informação accessível para orientar não apenas os profissionais de saúde e saúde mental, mas pessoas interessadas no tema da medicalização. 
 
“É preciso salientar, primeiramente, o conceito de medicalização, pois o entendimento corriqueiro sobre este termo é que ele diz respeito a utilização de medicamentos. Mas medicalização, na tradição iniciada por Michel Foucault, diz respeito a um processo muito mais amplo, grosso modo, de tornar médico ou objeto do saber médico, aquilo que é de outra natureza (social, cultural, política, e assim por diante). Em outras palavras, ao processo de captura, pela medicina, o que é da ordem da vida cotidiana. Uma expressão alternativa é “patologização” que acentua o processo de tornar patológico aquilo que é externo à medicina, ou não é predominantemente ou exclusivamente de natureza médica, e que ressalta que também não se trata exclusivamente de uma característica da medicina, pois a psicologia, a psicanálise, a nutrição, e tantas outras disciplinas, são também vigorosamente patologizantes”, explicou o pesquisador Paulo Amarante.
 
O livro percorre uma trajetória histórica resgatando os principais autores e os principais conceitos que tratam do tema, chegando aos tempos atuais com as teorias sobre a etiologia dos transtornos mentais, destacando como o saber psiquiátrico, ou melhor, os interesses da indústria farmacêutica no campo da psiquiatra, sobre-determinam o que se considera transtorno e como eles são tratados. “A situação chega ao extremo neste momento, com a edição do DSM 5, a classificação dos transtornos mentais pela associação psiquiátrica dos EUA, que influencia a prática psiquiátrica no mundo, e mesmo a CID elaborada pela OMS, onde tudo é transtorno mental, e o resto também é”, dizem os autores.
 
“No livro analisamos duas situações emblemáticas do jogo de interesses por detrás das classificações e da produção de conhecimento na área. Trata-se, por um lado, do caso da homossexualidade, considerada patológica pela psiquiatria, mas que, graça à uma ampla mobilização e resistência da sociedade, iniciadas com o clássico episódio do Stonewall Inn, um bar localizado em Greenwich Village, Manhattan, a homossexualidade foi despatologizada”, revelam. Por outro lado, a publicação cita o caso dos soldados que retornaram da guerra do Vietnam, nos anos 1960, e que, de acordo com o que argumentam, não recebiam a devida consideração pelo que fizeram pelo país, sendo objeto de críticas e de sofrimento. “Assim, foi desencadeado um movimento para que fosse incluído no DSM, uma nova categoria, a do Transtorno de Stress Pós-Traumático”.
 
“Finalmente, acredito que a importância do livro está também no fato de começar a demonstrar que é possível não-patologizar ou não-medicalizar, ao mesmo tempo em que é possível e preciso, instaurar processos de desmedicalização”, almeja Amarante. A publicação é dedicada a José Rubem de Alcântara Bonfim e a José Augusto Cabral de Barros, dois pioneiros na pesquisa e abordagem do tema da medicalização no Brasil.

Confira a lista de toda produção editoral a ser lançada no Museu da República

Serviço

Aula de Ernesto Venturini no curso de especialização em Saúde Mental e Atenção Psicossocial
Dia: Quinta-feira (10/12)
Horário: 13h30
Local: sala 410 da ENSP
A atividade é aberta aos interessados


Lançamento do livro Medicalização em Psiquiatria

Dia: Quinta-feira (10/12)
Horário: 17h30
Local: Espaço Educação do Museu da República, no Catete

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