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Revista promove debate sobre adolescência e saúde coletiva

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Publicado em:19/01/2016
Revista promove debate sobre adolescência e saúde coletiva

Organizada pelas pesquisadoras da ENSP, Simone Gonçalves Assis e Joviana Quintas Avanci, e Cristiane S. Duarte, da Colúmbia University, a edição de novembro de 2015 (vol. 20 n. 11), da Revista Ciência & Saúde Coletiva, foca especificamente nos dilemas da saúde do adolescente: questões associadas ao desenvolvimento físico através da alimentação e dos cuidados com a saúde oral; presença de problemas mentais como depressão, decorrentes do bullying e de outras formas de violência; e a temática da desigualdade social que permeia a qualidade de vida. O tema da sexualidade, em especial da masculinidade, também está presente. De todos os adolescentes brasileiros (45 milhões entre 10 a 19 anos), os mais frágeis estão na Região Nordeste, onde a pobreza e os dados de frequência escolar desnudam a desigualdade social e de oportunidades.

Segundo o editorial da Revista, é comum se encontrarem referências à população adolescente como aquela que menos adoece ou menos procura os serviços de saúde. Contudo, hoje, os adolescentes entre 15-19 anos engrossam as estatísticas brasileiras de violência, apresentando elevadas taxas de mortes. Além disso, o uso abusivo de drogas, a vivência na rua, a exploração do trabalho, a vida escolar deficiente para a profissionalização futura, as doenças sexualmente transmissíveis e as gestações não planejadas são temas de extremo interesse para o país. Aproximadamente 11% das internações hospitalares no Brasil são de jovens nessa faixa etária, em especial por duas causas: gravidez precoce e acidentes e violências.

Pelo menos três entraves estão presentes na abordagem dos adolescentes no cotidiano dos servi­ços de saúde, de acordo com as pesquisadoras: o precário acesso ao atendimento público; a dificuldade dos profissionais em lidar com assuntos polêmicos, como questões ligadas à sexualidade; e a falta de reconhecimento dos profissionais de saúde de que também é sua a tarefa de formação dos jovens como cidadãos.

Estado nutricional e distribuição de gordura corporal em crianças e adolescentes com Fibrose Cística, artigo de autoria de Célia Regina Moutinho de Miranda Chaves, Ana Lúcia Pereira da Cunha, Roseli de Souza Santos da Costa, Speranza Vieira Lacerda, do Instituto Fernandes Figueira; e  Ana Carolina da Costa, da ENSP, avalia a distribuição de gordura corporal por meio da absorciometria de duplo feixe de energia, do estado nutricional por estatura/idade e índice de massa corporal/idade e a ingestão dietética pelo recordatório alimentar de 24 horas, em 56 pacientes com idade entre 8 e 18 anos. Aproximadamente 50% da amostra apresentou estado nutricional adequado. A maioria apresentou a ingestão calórica e de lipídios inadequada. O artigo indica que pacientes com fibrose cística devem associar a avaliação antropométrica à composição corporal e à distribuição de gordura corporal para um diagnóstico mais precoce de desnutrição e fatores de risco cardiometabólico.

No artigo Entre evidências e negligências: cobertura e invisibilidade de temas de saúde na mídia impressa portuguesa, os pesquisadores Aline Guio Cavaca, Paulo Roberto Vasconcellos-Silva, da ENSP, Patrícia Ferreira, João Arriscado Nunes, da Universidade de Coimbra, Portugal, analisam a divulgação midiática da saúde em Portugal a fim de problematizar as questões da cobertura e invisibilidade dos temas de saúde, as quais apontariam temas midiaticamente negligenciados. Para tanto, foram comparadas a cobertura de saúde do Jornal Público com o contexto epidemiológico sobre as prioridades de saúde e as percepções dos atores-chave acerca da divulgação midiática e dos temas relevantes à população portuguesa. Evidenciou-se, nos resultados, que os temas ligados à saúde mais recorrentes na mídia portuguesa não se referem às doenças propriamente ditas, mas às políticas e à economia da saúde e medicamentos. Foram identificados como temas midiaticamente negligenciados no contexto lusitano as doenças transmissíveis, como as hepatites e a tuberculose; questões relacionadas à saúde mental e ao suicídio; as enfermidades e consequências sociais da crise econômica que assola o país e, a partir da percepção dos comunicadores entrevistados, as doenças negligenciadas, a hemocromatose e demais doenças raras.

Confira na íntegra a edição de novembro de 2015 (vol. 20 n. 11) da Revista Ciência & Saúde Coletiva.

 


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