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ENSP colabora na implantação da Escola de Governo em Saúde na Argentina

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Publicado em:14/07/2015

ENSP colabora na implantação da Escola de Governo em Saúde na ArgentinaApesar da rivalidade no esporte, no campo da Saúde Pública Brasil e Argentina mantêm uma parceria histórica na formação dos respectivos sistemas de saúde. E esta cooperação será ampliada ainda mais, uma vez que a ENSP está ajudando na consolidação de uma Escola de Governo em Saúde (EGS) no referido país sul-americano. Inaugurada agora em julho, a EGS Argentina pretende, inicialmente, oferecer uma pós-graduação stricto sensu na área de gestão de epidemiologia em diferentes programas de formação. Para colaborar neste processo, a Direção da ENSP recebeu a visita de representantes do Ministério da Saúde da Argentina para articular melhor esta parceria. Pela Escola, participaram da reunião o diretor Hermano Castro e o vice-diretor de Escola de Governo em Saúde, Frederico Peres. Já pelo lado argentino, estiveram presentes o secretário de Políticas, Regulação e Institutos do Ministério da Saúde, Mario Rovere, e o subsecretário de Políticas, Regulação e Fiscalização do MS, Pablo Kohan.

O vice-diretor Frederico Peres explicou que o Ministério da Saúde da Argentina está em fase de renovação e que tomou a decisão política de organizar uma Escola de Governo em Saúde com o objetivo de orientar a formação em Saúde Pública. “Esta Escola pretende levar ainda a pauta política da Saúde Pública para outros setores além da saúde. Foram identificados, principalmente, os movimentos sociais que lá reacenderam fortemente na última década, tal qual o Brasil, e que precisam se apropriar dos temas Saúde e governança de um Sistema de Saúde forte e articulado com as políticas de governo”, ressaltou.

Mario Rovere, do Ministério da Saúde da Argentina, destacou que esta nova Escola de Governo em Saúde busca seguir a experiência brasileira ao articular uma rede de pós-graduação em Saúde Coletiva tal qual a existente no Brasil. “A possibilidade de gerar uma instituição nova dentro da Argentina seria seguir a lógica que a Fiocruz tem com a ENSP, uma vez que nossa Escola [Argentina] nasce dentro do prédio da Administración Nacional de Laboratorios e Institutos de Salud (Anlis), nossa equivalente da Fundação brasileira. Esta parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca nos ajudará, ainda mais, a ampliar a cooperação com os demais países da região, uma vez que já fazemos parte do Isags (Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde) e da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Outro ponto vital desta colaboração é facilitar o acesso da produção brasileira em espanhol porque, mesmo sendo línguas parecidas, na prática há uma barreira muito grande para o acesso à leitura”, disse.

“Penso que temos uma longa experiência pessoal de cooperação com a Fiocruz e que agora podemos colocar a serviço de uma decisão política do governo argentino. Atualmente, nosso ministro da Saúde tem uma liderança na área de produção pública de medicamentos. A Argentina está gerando uma agencia nova de produção pública de medicamentos, que articula cerca de 129 laboratórios em todo o país, seguindo a lógica brasileira, em especial, Farmanguinhos”, informou Rovere.

“Mais do que levar a nossa experiência, primeiro é elevar para outro nível uma parceria que já existe, é histórica, não só por conta dos dois mestrados que já realizamos com a Anlis, mas no desenvolvimento tecnológico e na formação de quadros para o sistema deles, além de oferecer um pouco da nossa experiência, das vantagens, desvantagens, do aprendizado e dos obstáculos que vivenciamos ao longo dos anos na consolidação de nossa EGS”, destacou Frederico Peres. Durante a reunião, foram lembrados que vários diretores e importantes gestores do sistema de saúde da Argentina passaram pela ENSP e fizeram algum tipo de formação na Escola.

Frederico Peres informou também que a cooperação vai possibilitar à ENSP, ao ascender a este nível de parceria, influenciar mais nas políticas, nos sistemas e nos programas de saúde no nível regional, cumprindo um pouco do papel que a Escola tem em secretariar a Rede de Escolas de Saúde Pública do Brasil. “O dr. Mario, em particular, conhece a nossa Rede Brasileira pessoalmente e compreende bem a importância da formação em Rede. Este tipo de ação é uma das estratégias possíveis para amplificar a governança em saúde através da melhoria das capacidades formativas no país. Estamos muito orgulhosos e satisfeitos em participar deste momento histórico, não só na parceria, mas para o renascimento na formação em Saúde Pública na Argentina”, concluiu Fred.

Por fim, Mario Rovere agradeceu a ENSP. “Eu queria fazer uma pequena homenagem porque, na recuperação da democracia argentina, e ambos os países tiveram ditaduras ao mesmo tempo, a ENSP teve uma participação muito especial com a realização do primeiro curso de planejamento em saúde no Rio de Janeiro, mas com alunos da Argentina. Parte deste movimento sanitário, que nasce na recuperação da nossa democracia, está hoje chegando ao Ministério da Saúde. Então, temos que agradecer a nomes como Mario Hamilton, Paulo Buss, Adolfo Chorny e todos os demais que fizeram parte daquele curso que foi estratégico para nós”, encerrou.


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