Busca do site
menu

Perfil da Enfermagem no Brasil é lançado em Mato Grosso

ícone facebook
Publicado em:08/07/2015

Perfil da Enfermagem no Brasil é lançado em Mato GrossoNa sexta-feira, 3 de julho, foi lançado em Mato Grosso o Perfil da Enfermagem no Brasil. O estudo inédito, que foi destaque na edição de 6/7 do jornal A Gazeta, aponta que cerca de 55% dos profissionais de enfermagem do estado dizem não se sentir seguros durante a prestação de serviço à população. Além disso, 69,7% desses profissionais afirmaram sofrer violência psicológica no ambiente de trabalho e 23,1% disseram já ter sidos agredidos fisicamente. Confira a íntegra da reportagem.

Pesquisa traça perfil de enfermeiros
Redação do GD

Cerca de 55% dos profissionais de enfermagem de Mato Grosso dizem não se sentir seguros durante a prestação de serviço à população. É o que aponta o estudo inédito realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), divulgado na última sexta-feira (03). Além disso, 69,7% desses profissionais afirmaram sofrer violência psicológica no ambiente de trabalho e 23,1% disseram já ter sidos agredidos fisicamente.

Durante a divulgação da pesquisa, foi traçado também o perfil do profissional da área. Um total de 72,3% é representado por técnicos e auxiliares de enfermagem. As mulheres representam a maioria na profissão (83,7%) enquanto os homens são apenas 15,9%. No quesito faixa etária, os profissionais são considerados em sua maioria jovens, uma vez que mais da metade (58,4%) tem até 40 anos.

Nas fases profissionais, 44% se encaixam na modalidade maturidade profissional e 37,4% estão na fase pós formação profissional e 1,7% se aposentou. Os profissionais de enfermagem atuante são 98,5% brasileiros e apenas 1,5% estrangeiros. Já no quesito naturalidade, mais da metade é de Mato Grosso (55,8%) e o restante se divide entre pessoas de Paraná (5,3%) , São Paulo (4,4%), Minas Gerais (4%), Goiás (3,9%) e Mato Grosso do Sul (3,9%). Quanto a cor, os profissionais que se consideram pretos ou pardos são maioria (67%), os brancos representam 25,6% e os indígenas apenas 0,5%.

A pesquisa aponta ainda que a maioria dos pais dos profissionais de enfermagem do Estado possuem baixa escolaridade. Para se ter uma ideia, 37,6% dos pais só possuem o ensino fundamental e 17,5% não tem qualquer tipo de estudo. O índice é mais preocupante entre as mães, que 40,5% só têm o ensino fundamental e 21,4% não tiveram qualquer tipo de acesso a alfabetização.

Para a pesquisadora responsável pelo levantamento, Maria Helena Machado, existe uma grande desvalorização do profissional de enfermagem. Prova disso é que 25,8% dos profissionais recebem por mês até R$ 1 mil e 3,1% têm rendimento de menos de R$ 680. Em contrapartida, apenas 14% recebem salários entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, com uma carga horária semanal entre 30 e 40 horas (37,5%). Dos mais de 20 mil profissionais de enfermagem do Estado, 92,6% estão empregados e a maioria (33,3%) tem até cinco anos de profissão. Dos 4,1% que se encontram fora do mercado de trabalho, 72,7% garantem estar enfrentando dificuldades em encontrar um emprego. Por outro lado, existem aqueles (34,7%) que mantêm mais de um vínculo empregatício na intenção de complementar a renda.

Mais da metade dos enfermeiros (51,2%), técnicos e auxiliares de enfermagem trabalham em instituições públicas e 21,6% em unidades privadas. O restante (5,6%) é autônomo ou atua em cooperativas e fundações.

(Com informações da repórter Elayne Mendes, do jornal A Gazeta)

O Perfil da Enfermagem no Brasil

O Perfil da Enfermagem no Brasil é o mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina. Além de inédito, o estudo abrange um universo de 1,6 milhão de profissionais. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de saúde compõe-se de um contingente de 3,5 milhões de trabalhadores, dos quais cerca 50% atuam na enfermagem (cerca de 1,7 milhão).

A pesquisa, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos).

“Traçamos o perfil da grande maioria dos trabalhadores que atuam do campo da saúde. Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino. Isso demonstra a dimensão da pesquisa, que não contempla apenas os que estão na ativa, mas a corporação como um todo”, comenta a coordenadora-geral do estudo e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria Helena Machado.

A pesquisa foi encomendada pelo Cofen para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. “Este diagnóstico detalhado da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação da realidade. Não se faz Saúde sem recursos humanos, e a equipe de enfermagem representa mais da metade desse contingente”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Carlos Neri.


Seções Relacionadas:
ENSP na Imprensa

Nenhum comentário para: Perfil da Enfermagem no Brasil é lançado em Mato Grosso