Busca do site
menu

Saúde da Família é o melhor modelo da Atenção Básica

ícone facebook
Publicado em:15/05/2015
Tatiane Vargas

Finalizando as discussões do X Ciclo de Debates - Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família, o último dia de atividades (8/5) girou em torno dos avanços e desafios da Política de Atenção Básica. Considerada a principal porta de entrada do SUS, a Atenção Básica (AB) se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, individuais e coletivas, que abrangem promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde, com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde. Para discutir o tema estiveram presentes o representante do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (DAB/MS) Eduardo Alves e o subsecretário geral de saúde do município do Rio de Janeiro, José Carlos Pedro Junior. A mesa foi coordenada pela pesquisadora da ENSP e coordenadora do curso, Márcia Fausto. Na ocasião ocorreu também a formatura dos alunos da turma 2013-2015 da Residência Multiprofissional em Saúde da Família.

Saúde da Família é o melhor modelo da Atenção Básica

O representante do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (DAB/MS) e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Eduardo Alves citou alguns dos principais atributos e diretrizes da AB, entre eles, acessibilidade e acolhimento, territorialização e responsabilização sanitária, cuidado longitudinal, e trabalho em equipe multiprofissional. Em seguida, o professor apresentou alguns números sobre a cobertura da Atenção Básica no Brasil. 72% da população brasileira é coberta pela AB, levando em consideração além das Equipes de Saúde da Família (ESF), equipes equivalentes, formadas por clínicos gerais, ginecologistas-obstetras e pediatras. “Ao todo 62% da população é coberta por Equipes de Saúde da Família. São cerca de 39 mil equipes que cuidam de mais de 120 milhões de cidadãos, em aproximadamente 40 mil Unidades Básicas de Saúde. São mais de 700 mil profissionais atuando na Atenção Básica”, destacou.

Saúde da Família é o melhor modelo da Atenção BásicaA cobertura da Atenção Básica no país, segundo Eduardo, dobrou nos últimos doze anos, saindo de 31,8% em 2002 para 62,4% em 2014. Atualmente, 5.460 municípios possuem Estratégia de Saúde da Família, 39.228 equipes já foram implantadas e 121 milhões de pessoas estão sendo beneficiadas. No contexto da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), alguns pontos como foco central na promoção e prevenção e rigidez da Estratégia de Saúde da Família - no que diz respeito ao formato e organização do trabalho - estão em disputa. Muitos avanços também foram obtidos, entre eles, o crescimento do financiamento federal da AB, que foi para 100% nos últimos quatro anos; a criação do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB); a ampliação e as novas diretrizes do Telessaúde; o Programa Mais Médicos; e a universalização dos Núcleos de Assistência à Saúde da Família (NASF), entre outros.

Para Eduardo, muitos desafios e perspectivas ainda se põem a Política de Atenção Básica. “É necessário consolidar a reestruturação das Unidades Básicas de Saúde, expandir a utilização do prontuário eletrônico na atenção básica, ampliar a integração das Unidades Básicas de Saúde com outros pontos de atenção das redes, intensificar a oferta de dispositivos de qualificação do trabalho na atenção básica, além de garantir um financiamento tripartite compatível com os custos de uma atenção básica mais resolutiva, dar suporte à gestão municipal nas regiões de saúde, consolidar uma política sustentável de gestão do trabalho e ampliar o acesso , a resolutividade e a capacidade de cuidado da atenção básica”, descreveu. Por fim, o representante do Ministério pontuou algumas estratégias para ampliar a capacidade de coordenação do cuidado na Atenção Básica que vão desde disponibilizar e incentivar a pactuação e o uso de protocolos de encaminhamento até incorporar funcionalidade de regulação.

Saúde da Família é o melhor modelo da Atenção Básica

A Atenção Básica no município do Rio de Janeiro

Para debater algumas questões da Política Nacional de Atenção Básica e falar sobre a experiência do município do Rio de Janeiro o subsecretário geral de saúde do Rio, José Carlos Pedro Junior, abordou a reforma da Atenção Primária e evidenciou a evolução da fala do Departamento de Atenção Básica. “Hoje existem evidências de que o modelo de Saúde da Família é o melhor modelo da AB”, destacou. Ele também expôs a evolução da população coberta por Equipes de Saúde da Família implantadas no Brasil, de basicamente 0% para 100% e apresentou alguns eixos do Plano Estratégico 2013-2017. Sobre a evolução da cobertura, o subsecretário apontou os números no município. Até maio de 2015 o Rio de Janeiro possui 893 equipes, 97% da Estratégia de Saúde da Família completa e 47,16% de cobertura do Saúde da Família.

Saúde da Família é o melhor modelo da Atenção BásicaJosé Carlos citou o aumento dos números de Equipes de Saúde da Família implantadas no Rio de Janeiro entre 2008 e 2012. Em 2008 eram 128 equipes, em 2009 foram para 165. Em 2010, 266 equipes realizavam o trabalho, número que foi para 506 em 2011 e saltou para 734 em 2012. “Se comparada a outras capitais, o Rio de Janeiro se destaca como um dos Estados que mais aumentou o número de ESF implantadas entre 2008 e 2012. Ele apresentou também uma linha do tempo com a inauguração das Unidades de Atenção Básica que foi de zero até 29 unidades implantadas em 2011. Ainda sobre a evolução da cobertura, o subsecretário explicou a divisão do município em Áreas de Planejamento (A.P) e afirmou que a zona oeste do município, que corresponde a A.P 5.1 possui 92% de cobertura.

O subsecretário destacou ainda que muitas conquistas foram obtidas no Rio de Janeiro, mas que há muito o que ser feito. “Temos desafios conceituais, que envolvem a população, o governo e os formadores de opinião. Temos desafios da ordem financeira, que precisam incluir a priorização de investimentos. Além da formação e a da fixação de profissionais, com equipes completas, que também fazem parte dos nossos desafios bem como a organização da média e alta complexidade”, finalizou.

100% dos residentes inseridos no mercado de trabalho 

No último dia do X Ciclo de Debates houve também a formatura dos alunos da Residência Multiprofissional em Saúde da Família turma 2013-2015. Ao todo 15 alunos foram certificados e todos eles já estão inseridos no mercado de trabalho. Para a coordenadora do curso, Maria Alice Pessanha - que dividiu a mesa com a vice-diretora de Pós-Graduação da ENSP, Tatiana Wargas, o professor e também coordenador da Residência, José Wellington, e a preceptora Renata Estrela – a formação dos residentes transforma a forma do fazer saúde. “Vocês sabem o quanto cada um de vocês representa e sabem mais ainda da capacidade transformadora com a qual vocês saem daqui. Parabéns a todos pela escolha pela Saúde Pública”, disse a Alice Pessanha.  

O professor José Wellington destacou a importância da participação da família em um momento tão importante para a vida profissional de cada aluno presente e finalizou citando uma frase de Francis Bacon, ‘Saber é poder’. “Agora vocês têm esse poder”. A vice-diretora da ENSP, Tatiana Wargas, ressaltou que a Residência propicia a cada aluno uma história muito particular, mas também uma história de compartilhamento com a Escola e com a população. “Construir e sustentar uma Escola é um grande desafio e vocês como alunos são responsáveis, são aquilo que nos alimenta e que nos ergue a cada dia”, concluiu.

Saúde da Família é o melhor modelo da Atenção Básica

 


Seções Relacionadas:
Sessões Científicas

Nenhum comentário para: Saúde da Família é o melhor modelo da Atenção Básica