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ENSP mobiliza profissionais de saúde na prevenção da hanseníase

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Publicado em:04/02/2015
ENSP mobiliza profissionais de saúde na prevenção da hanseníaseEm comemoração ao Dia Mundial de Luta contra Hanseníase, o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP) realizou uma série de atividades voltadas para a sensibilização dos profissionais de saúde e para a população de Manguinhos atendida pela unidade, pela Clínica Victor Valla e pelas equipes de Saúde da Família integrantes da iniciativa Teias-Escola Manguinhos. Tais ações fizeram parte do movimento tradicional da ENSP em participar da campanha anual do Ministério da Saúde que, em 2015, teve como tema Hanseníase: quanto antes você descobrir, mais cedo vai se curar, focando no diagnóstico precoce e na divulgação do tratamento oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e profissionais técnicos que atuam na Estratégia de Saúde da Família (ESF) do Complexo de Manguinhos participaram de uma oficina de capacitação organizada pelo responsável técnico de Enfermagem do Centro de Saúde Júlio Cesar Pegado Bordignone e pela assistente social Juliana Ribeiro Gomes. Segundo a assistente social, o objetivo do encontro foi salientar a importância de se conhecer um pouco mais sobre a hanseníase, seus principais sinais e sintomas, além de inseri-la na rotina de atendimento da população coberta pela ESF.

“Agentes de Saúde treinados e atualizados nesse tema serão uma importante ferramenta para identificação e tratamento precoce de novos casos na região. As estratégias de educação em saúde e capacitação contínua dos profissionais de saúde fazem com que estes se transformem em potenciais multiplicadores de informação, contribuindo para a desmistificação da doença por parte da sociedade, em geral", afirmou Juliana.

O incentivo à busca ativa e a adesão ao tratamento daqueles que já foram diagnosticados também foram um dos assuntos reforçados na palestra. A assistente social lembrou que o Ambulatório Souza Araújo do Instituto Oswaldo cruz (IOC/Fiocruz) está à disposição como um serviço de referência a todos aqueles que forem encaminhados com suspeita de hanseníase e necessitem de diagnóstico. O tratamento poderá ser realizado no Ambulatório Souza Araújo, nas Clínicas da Família ou em Postos de Saúde que disponham do programa de hanseníase do Estado ou Município do Rio de Janeiro.

Para o responsável Técnico de Enfermagem do Centro de Saúde, Júlio Cesar Pegado Bordignone, a atividade foi de grande importância, visto que permitiu aos agentes comunitários de saúde e técnicos de enfermagem um contato mais aprofundado e atualizado sobre a hanseníase, seu tratamento e sua Epidemiologia no país. "Conhecer os sinais e sintomas, o diagnóstico e o tratamento da hanseníase são fatores que colaborarão para a identificação precoce de possíveis casos existentes em nosso território de atuação, bem como auxiliarão na adesão dos pacientes ao tratamento proposto, quando abordado por estes profissionais nas visitas domiciliares", alertou.

Júlio ressaltou também que a sensibilização dos Agentes Comunitários de Saúde e dos técnicos de enfermagem sobre a doença - na modalidade de Educação Permanente - potencializa o cuidado a ser prestado aos pacientes não só nos Serviços de Saúde como também nas comunidades, otimizando a busca ativa dos pacientes faltosos ao tratamento.

Hanseníase e a população

Além da atividade de capacitação realizada na ENSP, houve também a apresentação do filme Os Melhores Anos de Nossas Vidas, seguido do debate Hanseníase – como reconhecer, curar e prevenir, na Clínica da Família Victor Valla. As atividades foram conduzidas pela fisioterapeuta Lilian Pinheiro, do Asa/IOC, e pelo médico da CVV Jorge Esteves. A palestra teve como objetivo divulgar a hanseníase para a população. Os palestrantes falaram sobre as formas clínicas da hanseníase; modo de transmissão e contágio; sinais e sintomas; além do diagnóstico, tratamento e prevenção da doença.

Demonstrações de lesões de pele características da doença, e também outros sintomas como perda de sensibilidade, formigamento, fraqueza muscular, dores em choque, fisgada e queimação nas mãos e pés foram expostos no encontro. Jorge e Lilian aproveitaram a ocasião para estimular a procura do médico o quanto antes, citando a importância do diagnóstico precoce na prevenção da doença. 

Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase também participa de ação

Integrando as atividades comemorativas ao Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, representantes do projeto Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) também participaram da ação. De acordo com a coordenadora, Brenda Menezes, o projeto foi criado em junho de 1981 e já completou 28 anos de luta contra a doença e o preconceito no país.

O Morhan é uma entidade sem fins lucrativos, com sede no Rio de Janeiro e presente em vários outros estados brasileiros. Conta com aproximadamente 100 núcleos e com a participação de artistas e voluntários, tais como Ney Matogrosso, Ney Latorraca, Solange Couto, Nelson Freitas, Lino Vilaventura, Siron Franco, Targino Gondim, Karla Karenina, Elke Maravilha, Priscila Fantin, Patrícia Pilar, Geraldo Azevedo, Marco Aurélio, Mareliz Rodrigues, Luiz Ferrar e Cláudia Alencar.

Segundo Brenda, o Morhan depende única e exclusivamente do trabalho voluntário de seus colaboradores. Não é uma entidade assistencial. O trabalho é feito por pacientes, ex-pacientes e pessoas interessadas no combate ao preconceito em torno da doença.
Sua atividade é dirigida a toda a sociedade. O Movimento faz, através de seus núcleos espalhados pelo país, reuniões nos centros de saúde, palestras e teatro de fantoches em escolas, associações, sindicatos, centros comunitários, movimentos e igrejas. Estas atividades são realizadas gratuitamente, sem ônus de qualquer espécie para o solicitante.

"Em parceria com a APPAI (Associação Beneficente de Pais e Professores Ativos e Inativos), nosso objetivo é divulgar a Hanseníase e a forma de tratamento em nosso estado desmitificando a doença, acabando com o preconceito gerado ainda hoje em torno das pessoas atingidas pela doença. Além de formar multiplicadores da informação levando o público a se comprometer com a eliminação da Hanseníase", conclui Brenda.

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