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Pesquisadora da ENSP fala sobre HIV/Aids no Brasil

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Publicado em:03/02/2015
Pesquisadora da ENSP fala sobre HIV/Aids no BrasilTestagem e tratamento para o HIV/Aids foi o tema do programa do Canal Saúde Sala de Convidados, do qual a pesquisadora do Departamento de Ciências Sociais da ENSP Monica Malta participou. Monica foi uma das convidadas e falou sobre a epidemia da doença no Brasil e das estratégias da área da saúde para o seu combate. Recentemente, o Ministério da Saúde lançou nova campanha contra o HIV/Aids voltada para o público jovem e a estratégia tem foco na prevenção, testagem e tratamento.  
 
Dados do MS apontam que 734 mil pessoas vivem hoje no Brasil com HIV/Aids. Destas, 80% foram diagnosticadas. Além disso, cerca de 39 mil casos surgem a cada ano. Durante o programa, Monica ressaltou que, apesar da epidemia de HIV/Aids estar estabilizada no país, ela se encontra em patamares muito altos e, segundo a pesquisadora, isso precisa ser enfrentado. Outra questão destacada por ela foi a quantidade de óbitos ocasionado pela Aids – 12 mil pessoas ao ano -, apesar do acesso universal e gratuito ao tratamento. 
 
Além de Monica, também participaram do programa um representante da Área Técnica de DST/Aids e Hepatites Virais de Porto Alegre (RS) Paulo Behar e a infectologista do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) Sandra Wagner. 
 

 


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1 comentários
CELINA SANTOS BOGA MARQUES PORTO
04/02/2015 20:55
Bom programa! Não sou infectologista, mas acompanho pessoas que vivem com HIV/Aids e senti falta de uma melhor discussão sobre outros possíveis resultados do tratamento precoce. Um grande trabalho de adesão precisa ser feito. Muitos dos óbitos estão relacionados ao abandono da terapia ARV, abrindo uma grande porta para o adoecimento fatal. Isso existe, é real. Penso como ficará a questão de resistência viral, caso o uso contínuo dos medicamentos seja interrompido. Tínhamos - comparativamente a outros países desenvolvidos - uma taxa de resistência baixa. A despeito do que foi mencionado sobre a descentralização do acompanhamento para a Atenção Básica, acho que é preciso lembrar o grande sucateamento dos serviços especializados e da consequente fuga dos infectologistas do trabalho ambulatorial. A fuga, muitas vezes, ocorre para as pesquisas, para as universidades, para os centros de excelência ou mesmo para outras áreas da medicina. Vários profissionais que atualmente se especializam na área têm evitado o ?campo? da Aids. Hoje em dia é difícil, quase impossível chegar aos especialistas, seja ele um infectologista, um endocrinologista, um neurologista, um oftalmologista, etc. Continuam necessários e imprescindíveis, mas quem ordena esse acesso é um sistema de regulação inoperante e que atinge seu grau máximo quanto a demanda é por internação hospitalar. Nosso sistema de saúde não trabalha em rede. Não há rede! Não há trabalho colaborativo e complementar. Não tenhamos ilusão que com a descentralização os pacientes terão facilidade de optar por acompanhamento com outro profissional que não seja aquele de sua equipe de saúde da família e possam transitar livremente entre serviços de sua preferência. É fato reconhecido que a banalização do problema surge, em certa medida, com a migração da Aids entre os pobres, pelo esmorecimento do ativismo e em grande medida pela ausência da discussão política sobre as fragilidades do nosso sistema de saúde. Afinal o Programa de Aids não se restringe, nem se apoia - tão somente - no desenvolvimento de novas e potentes drogas ou esquemas terapêuticos. Atenciosamente Celina Boga