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Pesquisadora da ENSP sugere alternativas para falta do teste PPD

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Publicado em:07/11/2014
Pesquisadora da ENSP sugere alternativas para falta do teste PPDA pesquisadora do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, da ENSP, Margareth Dalcomo, falou à imprensa sobre a interrupção do fornecimento de kits para o diagnóstico de tuberculose latente. (O teste é feito com pessoas que convivem com pessoas contaminadas com a doença ou que apresentem problemas de imunidade). Em reportagem publicada no jornal O Estado de São Paulo, na sexta-feira (7/11), a professora explicou que o governo brasileiro tem dinheiro para comprar os equipamentos, mas o laboratório que os fornecia, na Dinamarca, fechou as portas. Uma das soluções apontadas pela pesquisadora seria a transferência de tecnologia para que se fabriquem os kits aqui no Brasil. Veja os detalhes no texto abaixo:

Revista VejaBrasil está sem teste que detecta tuberculose latente

O Estado de S. Paulo | Metrópole | BR
 
País enfrenta falta de teste para tuberculose 
7 de novembro de 2014
 
Laboratório produtor dos kits interrompeu a fabricação; Ministério da Saúde discute alternativas e afirma que o problema é mundial
Clarissa Thomé
 
O Brasil enfrenta a falta de teste para diagnóstico de tuberculose latente, aquela em estágio inicial, em que o paciente é assintomático. O problema ocorre porque o laboratório produtor dos kits, na Dinamarca, foi vendido e interrompeu a fabricação. O governo brasileiro foi avisado no primeiro semestre, quando fazia a encomenda para o período de 2014/2015.
 
O Ministério da Saúde está discutindo as alternativas: a compra de testes mais caros para grupos vulneráveis ou a transferência de tecnologia para fabricação nacional. Já há falta dos kits nos Estados. A tuberculose é a quarta causa de morte entre as doenças infecciosas. Em 2013,71.123 novos casos foram registrados e 4.406 pessoas morreram.
 
O teste tuberculínico ou PPD (derivado de proteína purificada, na sigla em inglês) é um exame subeutâneo em que uma fração do bacilo de Koch, bactéria causadora da tuberculose, é injetada no braço. Se houver reação, indica que o paciente foi infectado. Ele ainda está assintomático e não transmite a doença. Nesse caso, inicia-se o tratamento preventivo, com apenas um medicamento - a tuberculose ativa é tratada com um coquetel de remédios.
 
O exame é indicado para menores de 5 anos, que morem com pessoas contaminadas; para pacientes com baixa imunidade (HIV positivo ou portadores de doenças inflamatórias autoimunes, como artrite reumatoide, psoríase, doença de Crohn, que serão tratados com medicamentos imunossupressores); e profissionais de saúde. Em Estados como São Paulo e Rio, os kits acabaram em junho.
 
"Esse não é um problema do governo brasileiro. Há dinheiro para comprar, mas não há quem venda. Tanto o Statens Ser um Institut, da Dinamarca, quanto a Sanofi suspenderam a fabricação. Agora, é discutir o que fazer, como substituir", disse Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e integrante do comitê técnico que assessora o Ministério da Saúde.
 
"A recomendação do Ministério da Saúde em caso das crianças é radiografá-las. Se não estiverem doentes, e conviverem com pessoa com tuberculose, deve-se iniciar o tratamento profilático", explica ela, para quem, no caso de pacientes com HIV e doenças inflamatórias autoimunes, a "decisão é mais complexa". "Para esses grupos de maior risco, sem dúvida seria desejável que tivéssemos acesso ao PPD ou a outros tipos de testes." Nos Estados Unidos, o PPD foi substituído pelo Igra (ensaios de detecção de interferon gama em sangue, na sigla em inglês), exame mais caro, o que dificulta a compra em larga escala. "Esse exame está disponível em laboratórios privados. É caro. Há a sugestão de que testes Igra sejam incorporados ao Programa de Controle da Tuberculose, mas isso depende de estudos econômicos. Outra sugestão é que a tecnologia de produção do PPD seja transferida para algum laboratório brasileiro", afirmou.
 
O presidente da Sociedade de Pneumologia do Rio de Janeiro, Domenico Capone, criticou a demora por uma solução. "Esse rastreamento é fundamental porque dá o panorama da tuberculose e ajuda a excluir outras doenças. A resposta do Ministério da Saúde precisa ser rápida", defendeu.
 
Outro lado. Em nota, o Ministério da Saúde afirma que o teste PPD "é um exame complementar aos principais métodos de diagnóstico laboratorial da doença, que são o baciloscopia, exames clínicos e de raio X". Segundo a pasta, "a rede pública está abastecida com estes diagnósticos. Além disso, o Brasil já oferece o teste rápido de tuberculose, sendo um dos primeiros do mundo a implementar este método de diagnóstico. A feita do exame PPD é mundial".

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