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Disponível nova edição do ‘Cadernos de Saúde Pública’

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Publicado em:30/10/2014
Disponível nova edição do ‘Cadernos de Saúde Pública’A edição de setembro de 2014 da revista Cadernos de Saúde Pública (vol.30 n°9) aborda um problema enfrentado por milhares de pacientes que sofrem danos decorrentes da assistência insegura à saúde. De acordo com o editorial, assinado pela pesquisadora Enirtes Caetano Prates Melo, editora associada do Cadernos, o papel da assistência hospitalar tem sido amplamente discutido, como também a contribuição de fatores que interferem na distribuição do risco de ocorrência de incidentes em hospitais. “O mesmo não pode ser dito sobre a (in)segurança do paciente na atenção primária. A despeito do grande potencial de ocorrência de incidentes nesse nível de atenção, que envolve a maioria dos cuidados prestados, persistem diversas lacunas que tornam escassa a base de conhecimento sobre o tema nesse cenário.” O fascículo traz diversos artigos de autoria de pesquisadores da ENSP.
 
Segurança do paciente na atenção primária à saúde: revisão sistemática é o título do artigo assinado pelos pesquisadores da ENSP, Simone Grativol Marchon e  Walter Vieira Mendes Junior, publicado na seção 'Revisão'. O objetivo deste artigo foi identificar metodologias utilizadas para avaliação de incidentes na atenção primária à saúde, os tipos, seus fatores contribuintes e as soluções para tornar a atenção primária à saúde mais segura. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados bibliográficas: PubMed, Scopus, LILACS, SciELO e Capes, de 2007 até 2012. Os tipos de incidentes mais encontrados na atenção primária à saúde estavam associados à medicação e diagnóstico. Os fatores contribuintes mais relevante foram falhas de comunicação entre os membros da equipe de saúde. 
 
Reprodutibilidade, validade relativa e calibração de um questionário de frequência alimentar para adultos da Região Metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil é o tema abordado na seção 'Questões Metodológicas' pelos autores William Waissmann, da ENSP,Simone Bonatto, Ruth Liane Henn, Maria Teresa Anselmo Olinto, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, e  Luiz Antonio dos Anjos e Vivian Wahrlich, da Universidade Federal Fluminense. Este estudo testou reprodutibilidade e validade relativa, e estimou fatores de calibração de um QFA (questionário de frequência alimentar) com 120 itens alimentares, em 128 adultos. Aplicou-se um QFA e três inquéritos recordatórios de 24hs (IR24h). A validade foi testada pelo método de Bland-Altman, correlação intraclasse (CCI), classificação em quartos de ingestão e kappa ponderado. Os fatores de calibração foram estimados por meio de regressão linear, com os valores de ingestão alimentar do IR24h como variável dependente e os valores do QFA como variável independente. 
 
Entre os artigos publicados pela revista, Validade de indicadores de atividade física e comportamento sedentário da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar entre adolescentes do Rio de Janeiro, Brasil, de autoria de Letícia Oliveira Cardoso, da ENSP, Letícia Ferreira Tavares e Inês Rugani Ribeiro de Castro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro , Renata Bertazzi Levy, da Universidade de São Paulo, Rafael Moreira Claro, da Universidade Federal de Minas Gerais, e Andreia Ferreira de Oliveira, do Instituto de Nutrição Annes Dias,, analisa a validade relativa dos indicadores de atividade física do questionário utilizado na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) entre adolescentes da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Foram estudados 174 alunos, sendo avaliados os seguintes indicadores referentes ao tempo semanal acumulado com a prática de atividade física: ATIVO-300MIN (acumulou 300 minutos ou mais); ATIVO-150MIN (acumulou 150 minutos ou mais); INATIVO (não praticou atividade física). Também foram estudados os indicadores de comportamento sedentário referentes ao tempo diário despendido assistindo TV, jogando videogame e usando computador. 
 
Características clínicas e evolutivas de mulheres com diagnóstico de lesões precursoras de câncer cervical, rastreadas e tratadas na região amazônica brasileira, artigo assinado por Rosalina Jorge Koifman, da ENSP, Patricia Rezende do Prado, da Universidade Federal do Acre , e Ilce Ferreira da Silva, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, visou determinar a dinâmica de lesões pré-cancerosas em mulheres de uma coorte tratada para neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) e seguiu-se ao longo dos próximos dois anos. Das 237 mulheres que foram tratadas, 51,5% foram acompanhados ao longo de 24 meses, e seu tratamento falhou por 21,9% das pessoas acompanhadas. A história da gravidez mais frequentes e um diagnóstico histológico de NIC II / III estão diretamente correlacionados com o risco de falha do tratamento CIN, enquanto estar em um relacionamento estável é inversamente correlacionada com este risco.
 
No artigo Análise espacial de indicadores integrados de saúde e ambiente para morbimortalidade por diarreia infantil no Brasil, 2010, as autoras Souza Hacon, da ENSP, e Helena Ferraz Bühler, Eliane Ignotti, Sandra Mara Alves da Silva Neves, da Universidade do Estado de Mato Grosso apresentam indicadores integrados de saúde e ambiente para diarreia em crianças menores de um ano no Brasil. Foi utilizado um desenho de estudo ecológico, com a aplicação do modelo teórico Geo Saúde, que inclui as dimensões: força motriz, pressão, estado do meio ambiente, exposição e efeito à saúde humana. No Brasil, a probabilidade de crianças menores de um ano serem hospitalizadas ou chegarem a óbito por doença diarreica aguda, nas microrregiões brasileiras, é maior naquelas localizadas nas regiões Norte e Nordeste. A taxa de internação por diarreia infantil mostrou-se associada com o percentual da população sem coleta de lixo; a taxa de mortalidade com a razão de dependência e percentual de moradores sem coleta de lixo. Conclui-se que o saneamento básico persiste como problema socioambiental nas regiões Norte e Nordeste, e a redução da diarreia infantil depende de políticas públicas nesse setor.
 
No artigo Interações medicamentosas potenciais entre idosos em uso dos anti-hipertensivos da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais do Ministério da Saúde do Brasil, produzido pelos pesquisadores Pablo Mibielli e Suely Rozenfeld, da ENSP, Guacira Corrêa de Matos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro,  Francisco de Assis Acurcio, da Universidade Federal de Minas Gerais foi estimada a prevalência de interações medicamentosas potenciais entre anti-hipertensivos e outros fármacos. No inquérito domiciliar com pessoas de 60 anos ou mais de idade, residentes no Rio de Janeiro, Brasil, foram entrevistados 577 idosos (média de idade = 72 anos), 45,2% dos quais em uso de anti-hipertensivos, sendo 31,0% deles sujeitos a interações medicamentosas potenciais. A maioria das interações foi moderadamente grave. Comparados aos demais, os sujeitos às interações medicamentosas potenciais têm chance acima de 4 vezes de usar 5 ou mais medicamentos e acima de duas vezes de ter sido hospitalizado no ano anterior. Entre os pares de interações mais frequentes, 75% produzem redução do efeito hipotensivo (65/87), o que pode resultar em baixa efetividade no controle da pressão arterial, prescrição de mais medicamentos e risco de outros efeitos adversos e de interações.
 

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