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Evento analisa crise ambiental e seus impactos na saúde

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Publicado em:14/04/2014
 
Evento analisa crise ambiental e seus impactos na saúdeNa sessão científica A crise socioambiental e o materialismo histórico e dialético, promovida pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP), o pesquisador Ary Miranda alertou para o crescimento econômico e populacional, além de comentar os impactos sobre o meio ambiente e a saúde provocados pela produção e consumo de energia no país. De acordo com o palestrante, as relações entre os componentes de desenvolvimento geram impactos sobre o solo, ar, água, clima, trabalho, estilo de vida e saúde. “A exaustão dos serviços na natureza é justificada pela lógica do desenvolvimento do capitalismo e do consumo”, explicou. Ary Miranda apresentou ainda dados que apontaram a forma como o capitalismo produz efeitos sobre o ambiente.
 
O pesquisador, que já foi vice-presidente de Ambiente da Fiocruz, explicou que o fenômeno entre o processo de produção e os recursos da natureza gera essa crise - justificada pelos diversos movimentos sociais - devido à escassez desses recursos. “A questão da saúde está no centro disso. Ela tem um papel importante no despertar dessa consciência e na capacidade de mobilização. O dossiê de agrotóxicos que a Abrasco elaborou, por exemplo, é uma forma se apurar cientificamente esses impactos.”
 
Conforme expôs Ary, 1,1 bilhão de pessoas não possuem acesso adequado à água, segundo dados da Organização das Nações Unidas de 2007. O palestrante alertou que para alcançar os objetivos do milênio - reduzir até 2015 à metade a proporção das pessoas que não têm acesso adequado à agua e saneamento - o custo estimado seria de 10 bilhões de dólares. O valor, segundo ele, é menor que o valor global gasto com despesas militares durante cinco dias e à metade do que os países ricos gastam com água mineral.
 
Durante a atividade, ele apresentou um panorama sobre o ar, cujo resultado constata que a partir de 1992 morreram de 300.000 a 700.000 pessoas ao ano, por ar contaminado. Já entre 1950 e 1997, morreram de 20 a 30 milhões de pessoas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O pesquisador citou ainda o último relatório da OMS, no qual os dados apontam que um em cada oito óbitos no mundo - o equivalente a 7 milhões de casos - é causado pela poluição atmosférica.

Evento analisa crise ambiental e seus impactos na saúde
 
O pesquisador revelou ainda que, no  Brasil, mais de 80% da população vive em áreas urbanas, sendo que mais de 5 milhões moram em favelas. E também falou sobre a contaminação do solo, que tem como componente de maior frequência o uso de agrotóxicos e fertilizantes. Além disso, Ary destacou as mudanças climáticas e o aumento da temperatura da terra que, conforme o exemplo apresentado, entre 1890 e 1990 teve um acréscimo de 0,3 a 0,6ºC, ocasionando dessa forma diversos desastres naturais como enchentes, secas e queimadas, vetores de uma variedade de doenças.
 
A palestra ocorreu no dia 2 de abril e foi a segunda de uma série de três sessões científicas realizadas pelo Cesteh. O próximo encontro, marcado para 16 de abril, terá como tema as Aplicações da cronobiologia na saúde pública, com palestra da também pesquisadora do Cesteh, Liliane Reis Teixeira. 

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