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Diretor da ENSP comenta dados da OMS sobre poluição do ar

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Publicado em:27/03/2014
Diretor da ENSP comenta dados da OMS sobre poluição do arSegundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), um em cada oito óbitos no mundo - o equivalente a 7 milhões de casos - é causado pela poluição atmosférica. O levantamento levou em conta dados coletados em 2012. Quatro anos antes, foram constatadas 3,2 milhões de mortes devido à poluição do ar. Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor da Escola Nacional de Saúde Pública´(ENSP/Fiocruz), Hermano Castro, acredita que a conta ainda não reflete a realidade. "Vários países não têm estatísticas confiáveis. Os pacientes morrem sem diagnóstico, então não sabemos quantos casos podemos atribuir a doenças que podem estar ligadas à poluição do ar, como pneumonia e infecções respiratórias", lembrou o pneumologista. Leia a reportagem completa aqui.
 
 
Medidas como rodízio de carros e uso de máscaras não substituem investimento em fontes de energia renováveis e no transporte público. Baixa qualidade do ar provocou 7 milhões de mortes em 2012
 
LONDRES - O ar imprescindível para a vida do homem é, também, uma das maiores causas de sua morte. Segundo um novo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), um em cada oito óbitos no mundo - o equivalente a 7 milhões de casos - é causado pela poluição atmosférica. O levantamento levou em conta dados coletados em 2012. Quatro anos antes, foram constatadas 3,2 milhões de mortes devido à poluição do ar.
 
Grandes cidades tentam driblar a baixa qualidade do ar com máscaras - como ocorre nas metrópoles chinesas - e com rodízio de carros - medida adotada na semana passada por Paris. A OMS, no entanto, acredita que os “problemas básicos” sobrevivem a estas iniciativas.
 
- O poder público precisa definir a poluição do ar como um problema prioritário e que vai ser respondido por medidas específicas e em um tempo determinado - ressalta Carlos Dora, coordenador do Departamento de Saúde Pública e Determinantes Sociais e Ambientais da OMS. - As empresas particulares perceberão que um novo mercado foi criado, e investirão em soluções.
 
A OMS investigou a ligação entre a poluição e estudos epidemiológicos. Os principais males causados pelo ar poluído são doença cardíaca isquêmica, infecção respiratória, derrame e câncer de pulmão.
 
- Além de contarmos com estudos sobre epidemias, que nunca havíamos considerado em nossos relatórios, conseguimos associá-los a outros fatores de risco, como tabaco, pressão arterial e dieta - explica Dora.
 
Nos próximos meses, a OMS divulgará a lista das cidades com pior qualidade de ar do planeta.
 
Embora o número de óbitos tenha mais do que duplicado entre os relatórios, o pneumologista Hermano Castro, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), acredita que a conta ainda não reflete a realidade.
 
- Vários países não têm estatísticas confiáveis. Os pacientes morrem sem diagnóstico, então não sabemos quantos casos podemos atribuir a doenças que podem estar ligadas à poluição do ar, como pneumonia e infecções respiratórias - lembra.
 
Países do Sudeste Asiático e de regiões do Pacífico Ocidental registraram a maior quantidade de óbitos relacionados à qualidade do ar - somados, ambas regiões respondem por mais dos 3,3 milhões de casos. Em seguida vieram África, a região do Mediterrâneo Ocidental, Europa e Américas. Das 7 milhões de mortes, apenas 19 mil foram em nações de alta renda.
 
As mulheres experimentem níveis mais elevados de exposição pessoal à poluição - e, por isso, correm mais risco de desenvolver efeitos adversos à saúde -, mas os homens respondem pela maior parte dos óbitos, devido à combinação da baixa qualidade do ar com outras doenças.
 
Cerca de 4,3 milhões de óbitos são atribuídos à poluição de origem doméstica, enquanto 3,7 milhões derivam da exposição à poluição externa. Além dos índices mapeados nas pesquisas anteriores, a OMS fez inventários de emissões por satélite e observou o deslocamento dos poluentes na atmosfera. O novo método, destaca Dora, aumentou a visualização de áreas rurais, onde vive metade da população mundial.
 
O campo, porém, não era a única região que fugia da lupa da OMS. Diversos poluentes da cidade, como o uso de energia em edifícios e as emissões dos meios de transporte e da construção civil, eram subestimados.

 


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1 comentários
EDUARDO S. PONCE MARANHÃO
27/03/2014 22:18
A poluição do ar matou 7.000.000 de pessoas em 2012, segundo relatório divulgado nesta terça-feira, 25 [março/2014], pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - um número 4,5 vezes maior do que o de mortes causadas pela Aids e cerca de 10 vezes maior do que os óbitos por malária, por exemplo. Os resultados confirmam a poluição atmosférica como problema ambiental de maior impacto na saúde mundial, segundo a OMS. Uma em cada 8 mortes no mundo pode ser atribuída ao consumo de ar poluído, segundo a organização. O cálculo leva em conta causas de morte que podem ser diretamente relacionadas à exposição prolongada ao material particulado, ozônio e outros poluentes presentes no ar - principalmente nas grandes metrópoles, mas não apenas nelas. A maior parte das mortes está associada à poluição doméstica, produzida em ambientes fechados por fogões a lenha, carvão ou esterco - muito usados em regiões pobres da Ásia, como fonte de aquecimento e para cozinhar. Cerca de 4.300.000 de mortes foram causadas por esse tipo de contaminação do ar em 2012. Outras 3.700.000 de mortes foram atribuídas à poluição atmosférica tradicional, típica das cidades (mas também presente em áreas rurais), oriunda do trânsito e das indústrias. Dessas, 40% foram causadas por doenças cardíacas isquêmicas, 40% por derrames cerebrais e 20% por problemas pulmonares, como o câncer de pulmão. Uma parte das mortes é associada a ambas as formas de poluição (interna e atmosférica). Um estudo divulgado no ano passado pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade calculou que mais de 17.000 pessoas morrem por ano no Estado de São Paulo em decorrência da poluição do ar - 4.600 só na capital. -- Comunicado por: ProMED-PORT [- Para ter acesso ao documento técnico da OMS/WHO sobre a questão da poluição atmosférica e os riscos à saúde em âmbito global, acesse: - Para ter acesso aos dados estatísticos e estimativas, acesse: - Para ter acesso aos documentos técnicos referentes aos riscos à saúde relacionados à poluição domiciliar, acesse: