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'Saúde deve reforçar ações na Amazônia', diz especialista

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Publicado em:13/02/2014
'Saúde deve reforçar ações na Amazônia', diz especialistaO pesquisador do Núcleo de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz (Nubio), Bernardo Elias Correa Soares, participou do II Encontro Internacional de Ciências da Saúde, Meio Ambiente e Economia Verde, realizado no campus da Universidade Estadual de Roraima (UERR), em Boa Vista. O evento internacional teve a participação de convidados de 23 instituições científicas, representando cinco países: Brasil, Venezuela, México, Alemanha e Espanha. Na ocasião, o sanitarista ministrou a conferência Clima e Saúde: Medicina Tropical ou Global? Após essa atividade, o pesquisador acompanhou as equipes locais do Ibama, do Serviço de Saúde Indígena do Ministério da Saúde e dos campi avançados da UERR até regiões de conservação ambiental e áreas indígenas no estado de RR, participando de ações de saúde na terra indígena da etnia Macuxi, a leste do estado e próximo da fronteira com a Guyana Inglesa.
 
O tema da palestra referiu-se aos impactos do clima sobre determinadas doenças e como a atividade antropogênica influi nessas alterações. O entendimento dessa relação entre clima e saúde permite desenvolver medidas de prevenção ou redução dos riscos de doenças transmissíveis, especialmente por meio do saneamento básico e do controle de vetores em áreas estratégicas. O assunto despertou interesse de pesquisadores locais, em função das condições climáticas, geográficas  e socioambientais da região amazônica, que oferece riscos dessa natureza para a saúde das populações.

As singularidades socioculturais e ecológicas da região, segundo Bernardo, trazem desafios ainda maiores para o campo da saúde. “Além disso, a questão da educação e hábitos culturais diversos refletem na formação em todos os níveis educacionais, especificamente dos profissionais de saúde. Ainda assim, precisamos intensificar ações de saúde que possam impactar mudanças dessa realidade, com aproximação das políticas de saneamento e assistência social. A ENSP, por sua vez, que já oferece cursos para diversas regiões do país, poderia atuar na ampliação da oferta de qualificação da força de trabalho, em especial para serviços específicos da demanda regional”, analisou o pesquisador.
 
Aulas de biologia para as crianças na escola indígena dos Macuxi, na opinião do pesquisador, foram gratificantes por interagir com professores e profissionais de saúde da região. “É muito importante perceber que a consciência de preservação ambiental e a necessidade de promoção da saúde, felizmente, estão inseridas na trajetória curricular como valores transmitidos aos alunos de forma natural”, disse Bernardo, que atua também na área da prevenção e manejo de riscos em saúde no NuBio/ENSP. 

'Saúde deve reforçar ações na Amazônia', diz especialista

O pesquisador teve contato, ainda, com professores de vilarejos próximos da fronteira (com a Guyana Inglesa), que manifestaram o desejo de conhecer a atuação da Fiocruz e revelaram o desejo de terem acesso às expedições científicas da Fundação pela possível presença do caminhão da “Ciência Móvel”, na Amazônia.  
 
O NuBio é ligado à Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca e atua em todas as linhas de investigação da Biossegurança, principalmente na elaboração e execução de atividades relevantes à segurança de pacientes e de profissionais em unidades de assistência e promoção da saúde. Isso se efetiva por intermédio de treinamentos e ensino especializado (pós-graduação), pela interlocução técnica com outras unidades da Fundação Oswaldo Cruz, com o Ministério da Saúde e com instituições de pesquisa nacionais e interacionais.

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