Entrevistas: balanço destaca temas relevantes da saúde pública em 2013
Publicado em:20/12/2013
Ao longo de 2013, 45 entrevistas semanais foram publicadas no Informe ENSP. O espaço abordou temas de interesse geral da saúde pública, ouvindo especialistas da própria instituição e pesquisadores de outros centros a respeito dos assuntos que foram notícia no campo da saúde. Confira os principais temas destacados.
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O enfrentamento ao crack foi um dos temas mais comentados em 2013, com três grandes entrevistas publicadas. A primeira trouxe o pesquisador da ENSP Paulo Amarante, presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental, numa importante discussão a respeito da internação compulsória e do papel do papel dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para combater o que chamou de “retrocesso do processo de reforma psiquiátrica no país”. As duas outras reportagens detalharam a Pesquisa Nacional sobre o Crack. Na primeira, os coordenadores do estudo Francisco Inácio Bastos e Neilane Bertoni, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), comentaram as repercussões da pesquisa que apontou 370 mil usuários regulares de crack nas capitais do Brasil. A segunda entrevista trouxe o psicólogo Carlos Linhares, que falou sobre as cenas de uso de crack no município do Rio de Janeiro, fruto da sua tese de doutorado defendida na ENSP.
Em 2013, a eleição para diretor da Escola Nacional de Saúde Pública movimentou a instituição. Desse modo o Informe ENSP publicou duas entrevistas. Uma com o ex-diretor, Antônio Ivo de Carvalho, que fez um balanço dos oito anos em que esteve à frente da Escola, destacando os avanços nas áreas de pesquisa, ensino e assistência. Logo após a eleição para diretor, realizada em maio, o médico pneumologista Hermano Castro, eleito novo diretor para o quadriênio 2013-2017, falou sobre os desafios, a ampliação do papel da pesquisa e do protagonismo da ENSP no cenário nacional. Hermano defendeu, também, uma maior aproximação da instituição com os movimentos sociais.
O trabalho dos pesquisadores da Escola também rendeu importantes entrevistas, com destaque para o coordenador da pós em Saúde Pública e Meio Ambiente, Sergio Koifman, que falou ao Informe ENSP logo após a realização da dupla mastectomia (retirada das mamas) preventiva para reduzir o risco elevado de câncer feita pela atriz americana Angelina Jolie. Koifman detalhou os casos em que o procedimento deve ser realizado, os mitos e afirmou: “sistema de saúde brasileiro precisa agir mais na prevenção do câncer, e não apenas na resolução do problema”. Já a pesquisadora Vera Pepe, do Centro Colaborador em Vigilância Sanitária (Cecovisa/ENSP), abordou a importância da regulação sanitária no contexto global. “A vigilância sanitária é o fiel da balança, é o que pode fazer com que os interesses econômicos não comprometam os interesses sanitários e as futuras gerações”, disse Vera. Ela ainda alertou para a importância da saúde no desenvolvimento.
Fechando os destaques da seção entrevistas no ano de 2013, duas publicações comoveram não só os trabalhadores da Escola, mas toda sociedade que luta por justiça e pela defesa dos direitos humanos. Em comemoração aos 25 anos do SUS (o tema foi eleito para a semana comemorativa dos 59 anos da ENSP), o Informe republicou última entrevista concedida por Sergio Arouca para a edição número 03/outubro de 2002 da revista Radis. O eterno guru da Reforma Sanitária comentou as transformações da saúde pública, os avanços da tecnologia e desafios para a sociedade já naquela época. “Temos que discutir a saúde não como política do Ministério da Saúde, mas como uma função de Estado permanente”.
A detenção do pesquisador do departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da ENSP, Paulo Bruno, durante a manifestação popular em apoio aos professores movimentou toda a Fundação Oswaldo Cruz. O pesquisador, que se dedica à pesquisa de movimentos populares urbanos, foi preso enquanto gravava imagens no local para pesquisas. Na entrevista concedida aos jornalistas da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, o pesquisador revelou detalhadamente toda injustiça a qual foi submetido, os momentos de pavor e a fragilidade das lutas políticas diante do terror que o Estado - representado, no caso, pelo governo estadual - pode provocar.As estrevistas possuem uma seção própria no Informe ENSP. Acesse todas aqui.
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