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Pesquisadora francesa fala sobre morte materna na UE

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Publicado em:04/11/2013
Pesquisadora francesa fala sobre morte materna na UE“A morte materna é de  interesse bastante recente em países ricos”. A constatação é de Marie-Hélène Bouvier-Colle, membro do Alto Conselho de Saúde Pública da França e pesquisadora emérita do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm). Segundo ela, a partir de 1995/96 é que a morte materna passou a representar um indicador da qualidade da saúde. Na França, com a publicação da Lei de Saúde Pública em 2004, o mesmo indicador foi escolhido para monitoramento do estado de saúde.
 
Para Marie-Hélène, embora sistematicamente subestimada em registros rotineiros - sete óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos em 2003/2004, mais de três quartos das mulheres morrem em Unidade de Terapia Intensiva, onde se encontram em estado muito crítico. “Mais da metade das mortes foram considerados evitáveis, porque complicações obstétricas não foram bem tratadas. Os fatores de risco individuais são mulheres acima de 35 anos de idade, não europeias, submetidas à cesariana.” Conforme estudos franceses de 1992/94, a hemorragia pós-parto está em primeiro lugar entre as causas de morte materna, representando 2,12% dos casos.
 
Desde a publicação do Atlas Europeu sobre mortes evitáveis, disse a pesquisadora, óbitos maternos são considerados como causas evitáveis de mortalidade feminina. “Nas condições atuais de acesso da população à qualidade dos cuidados, e devido ao elevado grau de técnica médica, não deve mais ocorrer mortes maternas nos países da União Europeia . Se tal morte ocorre, deve-se considerar que o atendimento foi inadequado ou de qualidade inferior ou houve uma complicação, normalmente imprevisível”, considerou.
 
Marie-Hélène Bouvier-Colle, que participou de vários projetos internacionais sobre saúde reprodutiva, de atividades de pesquisa colaborativas da União Europeia, da Organização Mundial da Saúde, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Banco Mundial, esteve no Centro de Estudos da ENSP, no dia 24/10. A coordenação do evento foi da pesquisadora da ENSP Maria do Carmo Leal. 
 
A mortalidade materna como meta da Organização das Nações Unidas (ONU)
 
Segundo a ONU,  a mortalidade materna mantém-se inaceitavelmente elevada. Os novos dados revelam sinais de progressos, com uma melhoria da saúde materna – a saúde as mulheres durante a gravidez e o parto – e uma redução nítida das taxas de mortalidade materna, em alguns países. No entanto, os progressos registrados ficam muito aquém do declínio de 5,5% por ano, necessário para realizar a meta dos Objetivos do Milênio que consiste em reduzir em três quartos, até 2015, a mortalidade materna.
 
Na sua maioria, as mortes maternas são evitáveis . Mais de 80% das mortes maternas são causadas por hemorragias, sépsis, aborto em condições de risco, obstrução do parto e doenças hipertensivas da gravidez. A grande maioria destas mortes poderia ser evitada, se as mulheres tivessem acesso a serviços de saúde, equipamento e material adequados, bem como a pessoal de saúde qualificado.

Confira a apresentação completa de Marie-Hélène Bouvier-Colle no canal da ENSP no YouTube ou nos links no lado direito da página.

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