Busca do site
menu

Seminário promove troca de experiências entre pesquisas

ícone facebook
Publicado em:23/10/2013
Seminário promove troca de experiências entre pesquisasO Departamento de Endemias Samuel Pessoa (Densp/ENSP) promoveu, na terça-feira (22/10), no salão internacional da Escola, o II Seminário sobre abordagens dos processos endêmicos na explicação do processo saúde-doença das condições de saúde e da vigilância em saúde: experiências em curso. Diversos pesquisadores apresentaram seus projetos no intuito de provocar um grande intercâmbio de conhecimento. Na ocasião, a coordenadora do Densp, Marly Cruz, ressaltou a importância de promover um evento capaz de unir as várias experiências desenvolvidas pelas diversas linhas de pesquisa do departamento.

A mesa Abordagens dos processos de saúde-doença e da vigilância em saúde: perspectivas e controvérsias contou com a participação dos pesquisadores do Densp: Paulo Sabroza, Marcia Chame, Sheila Ferraz e Marly Cruz, sob a coordenação de Luciano Toledo. Paulo Sabroza falou sobre o Monitoramento dos indicadores de saúde em áreas de grandes empreendimentos, apresentando a experiências do Comperj. Entre outros assuntos, Sabroza apresentou uma proposta de vigilância da saúde territorial local, orientada para a produção e difusão de informações sobre análises de situações de saúde e seus determinantes socioambientais.

Marcia Chame, tratou da Diversidade de helmintos da fauna silvestre no semiárido brasileiro: conexões com a saúde pública, a conservação da biodiversidade e pré-história. Ela apresentou um breve histórico das atividades dos Laboratórios de Ecologia e Paleoparasitologia - dos quais faz parte - e suas áreas de atuais, além de falar sobre as múltiplas relações entre hospedeiros e parasitas ao longo dos anos. Para falar sobre as Passagem do tempo, lições do passado: o que temos aprendido, a pesquisadora Sheila Ferraz contou um pouco da história da paleopatologia.

Segundo ela, na Fiocruz foi na década de 70, seguindo inspiração de Ruffer e de Olympio (século XX), que o grupo de parasitologia encontrou sob a energia protetora de Oswaldo, um lugar para estudar paleoparasitologia, paleopatologia, paleoepidemiologia e paleobotânica, aceitando o desafio de contribuir para a compreensão dos processos endêmicos, a partir de tempos mais longos que os usuais em epidemiologia.

Encerrando a primeira mesa redonda do II Seminário, Marly Cruz, coordenadora do departamento apresentou a Avaliação na Vigilância em Saúde: da teoria à prática reflexiva e de mudança. Marly apresentou o Laboratório de Avaliação de Situações Endêmicas Regionais (Laser/Densp/ENSP) e explicou que ele é funciona como uma incubadora de produção de conhecimento e de práticas sobre monitoramento e avaliação de intervenções sociais, com ênfase naquelas do setor saúde.

Ela contextualizou também o termo Avaliação, consiste fundamentalmente em fazer um julgamento de valor sobre uma intervenção, implementando um dispositivo capaz de fornecer informações cientificamente válidas e socialmente legítimas sobre uma intervenção ou qualquer um de seus componentes, com o objetivo de proceder de modo a que os seus diferentes atores envolvidos, cujos campos de julgamento são por vezes diferentes, estejam aptos a se posicionar sobre a intervenção para que possam construir individualmente ou coletivamente um julgamento que possa se traduzir em ações.

Desigualdades e experiências de vigilância no SUS

Na parte da tarde o II Seminário teve continuidade com a mesa Desigualdades socioespaciais e experiências das vigilâncias em saúde no SUS: avanços de desafios. A mesa contou com os pesquisadores: Sandra Hacon, Paulo Basta, Eduardo Stotz e Elaine Savi. Gil Sevalho foi o debatedor da mesa e a atividade foi coordenada por Rosely Magalhães. A pesquisa Os Impactos socioambientais na Amazônia e seus efeitos para a saúde foram apresentados por Sandra Hacon.


Segundo Sandra o estudo apontou que um dos principais problemas de saúde do grupo ocupacionalmente exposto foi o problema renal, e que ele está associado a inalação e a ingestão de metais. Além disso, a pesquisadora citou que para a população geral as doenças diarreicas e as doenças respiratórias apresentaram as maiores taxas de hospitalização comparadas com outros municípios da região.

A situação epidemiológica e aspectos operacionais do controle da tuberculose em áreas indígenas, foi o tema apresentado por Paulo Basta. De acordo com ele, existem evidências paleopatológicas da presença de TB nas Américas há milênios. No Brasil, a tuberculose foi introduzida logo nos primeiros anos da colonização portuguesa pelos jesuíta. Na década de 1950 com a criação do Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas (SUSA) por Noel Nutels, foi que se passou a conhecer de forma sistematizada a TB entre os indígenas no Brasil. Paulo apontou os principais avanços em relação as populações indígenas e a tuberculose e os principais desafios.

Em seguida, Eduardo Stotz, falou sobre o projeto Educação, Cidadania e Vigilância Civil: a ouvidoria como prática social. O pesquisador contou que o grupo surgiu como Grupo Educação, Saúde e Cidadania, com a chegada de Victor Valla na ENSP em 1984. Em 2003 com o tema da Vigilância em Saúde, como proposta metodológica, surgiu a Ouvidoria Coletiva, uma prática social baseada no diálogo entre os saberes científico e popular ou do intercâmbio entre o saber científico e popular.

Por fim, Elaine Savi, apresentou a Terapia Comunitária e a abordagem do sofrimento difuso. Ela explicou que o conceito de sofrimento difuso foi criado por Victor Valla para nomear queixas somáticas inespecíficas tais como: dores de cabeça e no corpo, insônia, nervosismo, problemas gástricos e estados de mal-estar não classificáveis nos diagnósticos médicos ou psiquiátricos, mas que se apresentam como uma frequente demanda de atenção nos serviços de saúde.

Elaine descreveu também que a Terapia Comunitária, que é um dispositivo grupal capaz de gerar outro equacionamento para esta questão, colocando em cena novos enfoques como o saber produzido na experiência vivida e compartilhada. A pesquisadora explicou que atualmente o projeto é desenvolvido em parceria com o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria e destacou que as parceiras entre departamentos são fundamentais.

Ao final do II Seminário sobre abordagens dos processos endêmicos na explicação do processo saúde-doença das condições de saúde e da vigilância em saúde: experiências em curso, houve ainda o lançamento do livro Estudo preliminar sobre as condições de saúde e saneamento nos municípios da área de influência das futuras hidrelétricas de Sapucaia, Simplício e Itaocara, na região média do rio Paraíba do Sul e uma apresentação do Coral Fiocruz. Confira aqui

 


Seções Relacionadas:
Sessões Científicas

Nenhum comentário para: Seminário promove troca de experiências entre pesquisas