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APS de Portugal é apresentada na ENSP

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Publicado em:16/09/2013
Tatiane Vargas

A atenção primária em saúde (APS) portuguesa foi apresentada na ENSP durante a aula inaugural do mestrado profissional em Atenção Primária em Saúde com ênfase na Estratégia de Saúde da Família. O médico de família Luís Pisco, que também é professor da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, trouxe a experiência da APS em seu país sob diferentes perspectivas. Estiveram presentes ao evento a coordenadora do mestrado, Elyne Engstron; o subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz; e o diretor da ENSP, Hermano Castro. Ao término da palestra, houve o lançamento dos Cadernos de estatísticas e mapas da atenção primária em saúde do município do Rio de Janeiro (Cemaps-RJ).

APS de Portugal é apresentada na ENSPPisco iniciou sua apresentação contextualizando a APS na Europa e em Portugal no presente, passado e futuro. O médico trouxe dados sobre gastos em saúde em Portugal e disse que o país gasta mais com saúde do que a média dos outros países. Em torno de 10,2% de seu produto interno bruto (PIB) é destinado à saúde. Cada cidadão português gasta cerca de US$ 2.619 mil anuais com saúde. O Brasil, por sua vez, gasta pouco. Em relação ao PIB, o Brasil gasta apenas 8,4% dele no setor. Desse total, 3,7% são em investimentos públicos e o restante é alocado em investimentos privados. Um cidadão brasileiro gasta cerca de US$ 706 dólares anuais em saúde.

Segundo o médico, população portuguesa tem boa saúde e vem aumentando sua expectativa de vida, embora em níveis inferiores a outros países europeus. Todos os residentes em Portugal, explicou ele, têm acesso a cuidados de saúde prestados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), financiado principalmente pelos impostos. “Cerca de 20% a 25% da população usufrui de uma ou mais coberturas adicionais, seja por subsistemas de saúde ou seguros de saúde voluntários. Os cuidados de saúde são assegurados por prestadores públicos e privados, e a prestação pública é predominante tanto nos cuidados primários como nos hospitalares”, esclareceu.

O professor descreveu a realidade da APS no país no ano de 2005. De acordo com ele, naquele momento havia um baixo nível de satisfação de todos – cidadãos, profissionais e gestores políticos – motivado pela baixa acessibilidade, ineficiência, barreiras burocráticas e falta de incentivos para melhorar a produtividade e a qualidade. Dessa forma, realizou-se a reforma dos cuidados primários em saúde, com os principais objetivos: melhorar a acessibilidade; aumentar a satisfação de profissionais e usuários; melhorar a qualidade e a continuidade de cuidados; e melhorar a eficiência. Pisco apresentou também a reconfiguração dos centros de saúde e as Unidades de Saúde Familiar, as Unidades de Pronto Atendimento (Upas), como são chamadas no Brasil.

Por fim, Pisco citou dados apontando que Portugal, nos últimos 25 anos, evoluiu nas infraestruturas e nas condições de vida, mas ainda evidencia níveis baixos de organização e eficiência coletiva, que dificultam a obtenção de resultados. Segundo ele, estas são algumas prioridades futuras da APS em Portugal: aumentar a acessibilidade nomeadamente nos casos de doença aguda; centrar a atenção na prevenção e na intervenção precoce; melhorar a gestão da doença crônica; apoiar a integração e prestação de cuidados multidisciplinares; selecionar a evidência disponível para a prestação efetiva de cuidados de qualidade; e utilizar a tecnologia para apoiar boas práticas.

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Mapa de atenção primária em saúde do município do RJ é lançado na ENSP

Por ocasião da aula inaugural, houve o lançamento dos Cadernos de estatísticas e mapas da atenção primária em saúde do município do Rio de Janeiro (Cemaps-RJ), concebido como um material didático de apoio para cursos da parceria ENSP e SMS. Ao todo, são dez volumes que apresentam a situação das áreas de planejamento do município do Rio de Janeiro.

 


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1 comentários
EDUARDO S. PONCE MARANHÃO
16/09/2013 19:22
Muito bom ! Trouxeram um médico da APS e realmente com grande experiência, bons trabalhos na APS e Estratégia de Saúde da Família. Parabéns ! Eduardo Severiano Ponce Maranhão-médico, clínica médica/medicina interna[MSF],epidemiologista, planejamento em saúde, vacinologista, sanitarista-Dpto de epidemiologia e métodos quantitativos em saúde-Ensp-Fiocruz