Busca do site
menu

ENSP auxilia na revitalização da APS em Angola

ícone facebook
Publicado em:23/08/2013

Tatiane Vargas

ENSP auxilia na revitalização da APS em AngolaA Escola Nacional de Saúde Pública de Saúde Pública (ENSP) vem atuando intensamente no âmbito da cooperação técnica internacional. Entre os projetos desenvolvidos, está o Proforsa, fruto da cooperação tripartite entre Brasil, Angola e Japão para fortalecer o sistema de saúde angolano, por meio do desenvolvimento de recursos humanos, e revitalizar a atenção primária à saúde (APS) no país. O Proforsa está inserido na política de cooperação internacional da Fiocruz com os países africanos de língua portuguesa e envolve o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF), a Educação a Distância (EAD), ambos da ENSP, além da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, que atuam na capacitação de gestores de quatro centros de saúde de referência situados em Luanda, capital de Angola.

Celina Boga, médica do CSEGSF, explica que o Centro participa do projeto por meio de um curso, cujo objetivo é capacitar e formar gestores no âmbito da atenção primária à saúde. “Como unidade de cuidados primários em saúde acreditada nacional e internacionalmente, em 2012, pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) e pela Joint Commission International (JCI), o Centro tem muito a colaborar no desenvolvimento de mudanças estruturantes no sistema de saúde angolano. Finalizamos a missão de julho com uma proposta de prontuário individual, denominado por eles como processo clínico, com base no modelo utilizado no Centro”, explicou.

A última missão realizada possuiu o caráter propositivo e foi antecedida de capacitações, que, entre outros temas, possibilitaram aos alunos: desenhar e executar uma análise de contexto de cada centro de saúde de referência e seu território; apreender a metodologia de planejamento estratégico situacional e elaborar planos de ação para enfrentamento de dois problemas críticos e prioritários; compreender e discutir indicadores gerenciais e epidemiológicos; e construir uma proposta de setorização para os centros de saúde de referência baseada na possibilidade de introduzir práticas de vigilância e promoção da saúde.

Segundo a médica, a metodologia utilizada no projeto opta pelo desenvolvimento de um conhecimento compartilhado e reconhece as potencialidades e limites da realidade local. O Proforsa, iniciado em 2012, deverá finalizar em 2014. Para Celina Boga, as precárias condições de vida e a consequente frágil situação de saúde de parte da população de Angola não serão resolvidas por meio de atividades temporárias. No entanto, projetos que tenham como princípio o fortalecimento das capacidades locais e das ações estruturantes podem contribuir para a implantação de processos de trabalho em prol da melhoria da qualidade de vida da população angolana.

Sobre a cooperação tripartite e o Proforsa

A cooperação tripartite entre Brasil, Angola e Japão envolve a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Ministério da Saúde, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e o Ministério da Saúde de Angola (Minsa).

O projeto Proforsa enfatiza o esforço brasileiro, como diretriz do governo, de investimento na cooperação Sul-Sul, especialmente com os países africanos de língua portuguesa, que aportam financiamento por meio de programas de cooperação solidária reforçando as políticas locais. Trata-se de um esforço em contribuir com o desenvolvimento da capacidade técnica de saúde em Angola, visando utilizar, com eficiência e eficácia, o orçamento destinado à área da saúde.


Seções Relacionadas:
Assistência Ensino ENSP Internacional

ENSP auxilia na revitalização da APS em Angola

2 comentários
EDUARDO S. PONCE MARANHÃO
23/08/2013 20:42
Tendo trabalhado em Angola desde o século passado e neste século [ XXI ] avaliando, acompanhando e capacitando gente da saúde na APS considero inadequado o título da matéria "ENSP auxilia na revitalização da APS em Angola". A ENSP deveria e é o que deverá fazer é implantar e ajudar a implementar adequadamente a APS em Angola desde Luanda até as outras províncias. É importante se conhecer províncias como Huambo, Huila , Malange , Benguela , Cabinda entre outras para ter uma noção das diferenças linguísticas e culturais do país [ o português é língua oficial mas cerca de 60 % da população não falam e não entendem direito ] . Um projeto para realizar a APS em Angola (assim como em outros países da África) tem que levar em conta todas essas dimensões culturais como sociais para começar a dar certo. Concordo plenamente com Celina Boga," as precárias condições de vida e a consequente frágil situação de saúde de parte da população de Angola não serão resolvidas por meio de atividades temporárias".(SIC). Mas será que a Fiocruz e a Ensp tem real capacidade e experiência para apoiar de fato a realização deste projeto de Angola ? ? ? Ou será somente mais uma instituição brazuca 'brincando na área" ? ? ? E como vai a APS no Brasil ? Nos variados estados do país ? Trabalhei em Angola + de 4 vezes com a UNICEF,OMS e UNFPA. Eduardo S. Ponce Maranhão- médico, clínica médica/medicina interna, medicina social, epidemiologista ,vacinologista, sanitarista - Dpto de epidemiologia e métodos quantitativos em saúde-Ensp- Fiocruz
CELINA SANTOS BOGA MARQUES PORTO
23/08/2013 20:23
As fotos foram feitas quando da visita do grupo de alunos do PROFORSA na semana de 12 a 16 de agosto. Esta atividade denominada "on the job training" incluiu visita ao Centro de Relações Internacionais - CRIS/FIOCRUZ, ao CSEGSF e à EPSJV. Agradecemos a atenção e a acolhida da Direção da ENSP, na pessoa do Professor Frederico Peres da Costa, Vice-Diretor da Escola de Governo em Saúde. Abraços Celina Boga