Busca do site
menu

Atividades ressaltam importância do aleitamento materno

ícone facebook
Publicado em:20/08/2013

* Joyce Enzler

O Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP/Fiocruz) e a Clínica da Família Victor Valla (CFVV) promoveram, de 5 a 9 de agosto, diversas ações para reforçar a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Durante cinco dias, os espaços receberam palestras, oficinas e diversas atividades lúdicas para o público presente no intuito de ressaltar os benefícios dessa forma de alimentação para as mães e seus filhos. A Semana nasceu da preocupação com a mortalidade infantil e foca na discussão da sobrevivência, proteção e desenvolvimento da criança.
 

Atividades ressaltam importância do aleitamento materno


O evento começou na manhã de segunda, 5 de agosto, com abertura da enfermeira Tania Brasil e, logo depois, com as palestras da enfermeira do CSEGSF Sabrina Figueiredo, da interna de medicina da UFRJ Lilian Kozlowsli e da educadora física da CFVV Luziana Ferreira, na sala de espera do Centro de Saúde.

A enfermeira Sabrina falou sobre os mitos e verdades que envolvem o aleitamento materno e respondeu às perguntas das famílias que estavam na sala de espera. Uma das perguntas mais assíduas foi sobre a alimentação da mãe. “O cardápio não muda muito, mas é bom evitar refrigerantes, porque causam gases. A alimentação é normal como deveria ser para todas as pessoas”, disse Sabrina. Outra dúvida das mães é se tomar sol nos seios é bom. Sabrina respondeu que sim, porque, além da vitamina D, que todos sabem da importância, a pele fica mais firme e evita rachaduras.

Além de responder sobre alguns mitos, como se canjica e cerveja preta ajudam na produção de mais leite, a interna de medicina Lilian também falou a respeito do uso da mamadeira e da chupeta. “O que ajuda a produzir mais leite é a sucção do bebê, quanto mais ele suga mais leite é produzido. E deve-se evitar o álcool”, disse Lilian. Ela também explicou que o bico da mamadeira empurra o céu da boca e influencia na dentição e até na respiração. Rejane domingos, mãe de Victor Hugo de 2 anos, disse que ela ainda o amamenta e as dicas recebidas no grupo de gestante e de pré-natal ajudaram bastante. “Eu já sabia, que tinha de evitar refrigerantes”, contou.

A educadora Luziana falou dos benefícios da prática física no momento da gestação e amamentação. “Nesses períodos, o corpo da mãe sofre várias alterações. As regiões mais afetadas são o pescoço, os braços e a lombar. Após o parto, o corpo sofre um realinhamento, há uma tensão; então, a mãe deve procurar a unidade de saúde e fazer atividades físicas que aliviem essas tensões para que dores não atrapalhem nem o ato nem a duração da mamada”, explicou Luziana.

Exercícios para aliviar o estresse

No segundo dia, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) e estudante de Educação Física João de Souza ensinou vários exercícios que ajudam a mãe a relaxar e a aliviar o estresse. Já a sempre atuante na sala de espera, ACS e psicopedagoga Norma de Souza, foi a narradora da peça teatral Mãe Leoa, que contou com as participações dos atores e profissionais de saúde do CSEGSF: Cristiane Vieira da Silva, no papel de vaca; Roberto Silva como a cabra; Edna Silva, como a protagonista, a mãe leoa; Marcio Cosentino como o pai leão e a participação especial de Tainá Freitas Lopes, de 12 anos, usuária, que estava na sala de espera com sua mãe, Emilene Freitas, moradora de Manguinhos.

A enfermeira do CSEGSF Iris Maria da Silva fez demonstrações, em um bebê de pano, da maneira correta de segurar a criança na hora de amamentar e como a mãe pode estimular a sucção com o dedo caso o neném tenha problemas. “Não dê chupeta ao seu filho. Mamando ele faz esforço, muda a posição da língua e isso influencia nas estruturas da face e da boca”, disse.

Na quarta-feira, terceiro dia do evento, houve jogral sobre aleitamento materno com os profissionais de saúde do CSEGSF: Fabienne Arruda, Roberto Silva, Cristiane Vieira da Silva, Rita Torres Sobral, Edna dos Santos, Monique Pinho Brandão, Fernanda Nunes Marques e Jorge Antonio dos Santos. Importante registrar a participação de funcionários das diversas áreas – odontologia, acolhimento, ACS, farmácia, enfermaria – envolvidos com a missão da Educação e Promoção da Saúde. Os usuários também assistiram ao curta Amamentação – Muito mais do que Alimentar a Criança, e Hilda Silva de Souza tirou dúvidas sobre o tema.

A enfermeira Hilda disse que o pré-natal é importante para que as gestantes tirem todas as dúvidas. “As pesquisas mostram que as crianças amamentadas são mais tranquilas, por isso que estamos fazendo sala de espera, para falar da importância do aleitamento materno”, explicou Hilda. Norma de Souza participou também com as suas famosas e alegres paródias, que educam divertindo, fazendo dançar tanto o público como as enfermeiras. Ivonice dos Santos Maciel foi uma das mais animadas na sala de espera e, por intuição e vivência, entendeu que promoção da saúde não é só cuidar da doença. Além da prevenção, também é importante o ambiente que a pessoa mora e seu lazer. “Muito bom! Alegria faz bem à nossa alma e você aprende. Não estou mais nesse período, mas posso ajudar quem está amamentando. Sou do interior do Pará e me cuido no Centro de Saúde há 17 anos, aqui é muito bom, muito útil para comunidade. Tomara que não acabe”, disse Ivonice, que tem um caso triste, como esses que ocorrem no interior do Brasil – e não somente. Teve quatro filhos e só um sobreviveu, mas isso é uma outra história, que pretendo contar algum dia nesse veículo que se pretende um democratizador da comunicação.

Linguagem simples e acolhimento

No penúltimo dia, houve evento de manhã e à tarde no Centro de Saúde. Logo pela manhã, a enfermeira Iris Maria da Silva ensinou a fazer almofadas para amamentação. Mães, avós, colegas de gestantes e profissionais saíram contentes com suas almofadas coloridas. Enquanto aprendiam, muitas mães aproveitaram a presença das profissionais à disposição para tirar suas dúvidas. Maria dos Remédios Gomes, mãe do Luiz Miguel Gomes, de 5 meses, fez almofada e aprovou; ela disse que seu bebê é muito pesado. “Adorei também a conversa com as profissionais, porque a gente aprende, principalmente quem é mãe de primeira viagem como eu”, comentou Maria dos Remédios.

Na parte da tarde, na sala M, a médica Maria da Conceição Monteiro Salomão promoveu conversa educativa e acolhedora com os profissionais do CSEGSF. “A sensibilidade da grávida está aflorada, pensa se a mãe vai apoiar, se o bebê vai gostar dela. Ela está frágil. Nós, profissionais, precisamos pensar nessa mulher que precisa ser aninhada, acolhida, ouvida, apoiada e cuidada”, disse Maria da Conceição. A médica também chamou a atenção para a maneira de falar dos profissionais: “Falem a linguagem técnica, mas complementem com a linguagem simples, por exemplo, expliquem que a auréola é esse bico preto.”

A coordenadora dos Residentes da ENSP, Margareth Garcia, disse que foi difícil desmamar, cortar esse vínculo com o filho. A enfermeira Slete Ferreira da Silva levantou uma questão importante: “Sempre dizemos que amamentar é um ato de amor, mas e quem não pode fazê-lo?”. Mas não somente os profissionais de saúde compartilharam experiências com Maria da Conceição. A fotógrafa do Coordenação de Comunicação Institucional da ENSP (CCI ), Virginia Damas, contou que teve bastante dificuldade quando estava amamentando. "O meu bebê nasceu com 4 kg e 53 cm. Meu leite demorou a vir. Quando a ginecologista disse para tirar o complemento, fiquei com medo. Pedi ajuda à enfermeira Hilda, porque pensei que o leite não fosse suficiente para a criança, e descobri que ele é completo”, comentou Virginia.

E no último dia da Semana da Amamentação, as equipes se dividiram e se ajudaram. Enquanto Norma de Souza, João de Souza e Iris Maria da Silva foram para CFVV, a enfermeira Isabella Koster, da CFVV, foi para o CSEGSF. João ensinou exercícios para aliviar dores e inchaços nos pés e pernas. Iris, além de mostrar sua versatilidade como enfermeira e oficineira, realizou a abertura: “Nesta semana, estamos trabalhando o aconselhamento positivo, e qualquer pessoa pode aprender e aconselhar.” E, logo depois, mostrou seu talento de atriz na sala de espera da CFVV, na peça Mãe Leoa, que contou com a narração de Norma e a participação dos profissionais do Centro de Saúde e da Clínica da Família: Wagner Mendonça, Alex da Costa Pessoa, Bianca Reis Xavier, Edna Silva. A peça também contou com a participação de Joane Martins dos Santos de 4 anos. A enfermeira da CFVV Sue Ellen Magalhães reforçou a importância do leite materno nos primeiros seis meses de vida da criança: “O leite materno é suficiente para nutrição do bebê, não necessitando de nenhum outro tipo de alimento, nem mesmo de água. A água é importante para mãe porque, com as mamadas frequentes, se torna uma fonte valiosa de produção.”

Já no CSEGSF ocorreu uma das atividades mais emocionantes dos últimos tempos como concordaram usuárias e funcionárias. Começou com depoimentos de mães sobre a relação com filhos no momento do aleitamento. A enfermeira da CFVV Isabella Koster também deu seu depoimento. Disse que ficou bastante insegura, pois tinha um filho de 20 anos quando engravidou de gêmeos. A enfermeira Hilda Silva de Souza e a odontóloga Fernanda Nunes Marques distribuíram balões. Nestes, as mães colavam palavras sobre sua relação com a criança na hora da amamentação como amor, carinho, afeto, doação. No final, imagens dessas mães apareceram no telão amamentando seus filhos ao som da música “Como é grande o meu amor por você”. E elas sentadas, balançavam os balões e os filhos no colo, emocionadas, assim como as profissionais presentes na sala.


Saiba mais:

http://mamadeiranuncamais.blogspot.com.br/2013/02/sobre-o-relatorio-baby-killer-de-mike.html


www.aleitamento.com.br/promocao/conteudo.asp?cod=1744


Depoimentos da Sala de Espera

“Esse evento é importante porque incentiva a mãe a amamentar seu bebê. Muitas querem logo se livrar da criança e colocam na creche”, disse Ana Maria Demonel, mãe de um menino de 3 anos.

“Eu já sabia que a mãe precisa de apoio, acompanhei o pré-natal e estou sempre ao lado dela. A minha filha está com 1 ano e ainda mama. Sei que a melhor alimentação é o leite, a criança fica saudável e evita muitas doenças”, contou Marco Antonio da Silva, pai de Julia Vitória da Silva.

“Sei da importância, mas não dá para ser amamentação exclusiva até seis meses, a licença na empresa particular acaba antes. Preciso trabalhar. Tive de começar com a mamadeira”, relatou a contratada Fabiana Cristina Matias, mãe de Otto Gabriel Matias, de 6 meses.

“Aprendi muito aqui, hoje. Temos de ajudar no serviço de casa para ela cuidar da criança. Também é preciso tratar a companheira com carinho e compreensão, comentou José Antonio de Souza, que acompanhava a esposa e o filho.

“Essas conversas são importantes, pois tem mãe que não sabe da importância de amamentar. Meus três filhos nunca usaram mamadeira ou chupeta. A mais nova, com 2 anos, ainda mama”, disse Rosalane Melo de Souza.

(*Joyce Enzler é jornalista do Teias/Fiocruz)


Seções Relacionadas:
Assistência

Nenhum comentário para: Atividades ressaltam importância do aleitamento materno