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Publicação aborda experiências da vigilância em saúde

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Publicado em:13/05/2013

Publicação aborda experiências da vigilância em saúdeA edição de maio de 2013 da Revista Ciência & Saúde Coletiva, da qual a pesquisadora da ENSP/Fiocruz Maria Cecília Minayo é um dos editores-chefes, já está disponível on-line. Esse número temático aborda o tema Vigilância em saúde: experiências e perspectivas. Segundo os autores, o processo de descentralização do sistema de saúde brasileiro, que proporciona a transferência de serviços, responsabilidades e recursos federais para as instâncias de gestão estadual e municipal, requer decisivas e fortes ações para a qualificação das práticas em todos os eixos do sistema e das organizações gestoras. Essa constatação é acompanhada pela necessidade de aprimoramento da qualificação voltada para gestores e profissionais de diversos serviços, setores e instituições. Entre os diversos artigos publicados, cinco têm a participação de pesquisadores da Escola.

O novo número da revista inicia-se com um debate sobre proposta de monitoramento da gestão descentralizada da vigilância em saúde, com foco no desempenho e na qualidade. Em seguida, traz uma série de artigos baseados em pesquisa que abordam os sistemas de informação essenciais para esse monitoramento; refletem sobre riscos e vulnerabilidades individuais e coletivas frequentes no cenário laboral, demográfico e epidemiológico; apresentam causas e características dos acidentes de transporte terrestre; abordam a violência em diversificadas situações; analisam a situação de saúde de grupos sociais e populações em diferentes contextos; avaliam e discutem aspectos diferenciados de algumas doenças transmissíveis e crônicas não transmissíveis; e apresentam uma revisão atualizada sobre saúde ambiental.

Confira, abaixo, a participação da ENSP na nova edição da Revista Ciência & Saúde Coletiva, uma publicação da Abrasco.

"Exposição à violência entre adolescentes de uma comunidade de baixa renda no Nordeste do Brasil" é o título do artigo de Deborah Pedrosa Moreira (ESP-CE), Luiza Jane Eyre de Souza Vieira, Augediva Maria Jucá Pordeus, Samira Valentim Gama Lira e Geisy Lanne Muniz Luna (todas da Universidade de Fortaleza) e Juliana Guimarães e Silva e Maria de Fátima Antero Sousa Machado (ambas da ENSP/Fiocruz). O artigo analisa a exposição dos adolescentes à violência, considerando o acesso à arma, o uso abusivo de álcool e/ou uso de drogas ilícitas e sua autoestima, e investiga a influência de fatores socioeconômicos, escolares e características familiares com a exposição a esse fenômeno.

Estudo transversal realizado em Fortaleza (CE), em 2009, com 458 adolescentes mostrou ser necessário que as políticas públicas enfoquem rede de apoio ao cuidado com o adolescente. Além disso, indicou que os centros urbanos se organizem social e politicamente na busca pela compreensão dos efeitos da exposição à violência em adolescentes de comunidades de baixa renda.

Em "Violência na velhice: abordagens em periódicos nacionais indexados", os pesquisadores Anúbes Pereira de Castro (UFCG), Eduardo Sérgio Soares Sousa (UFPB), Maria Cristina Rodrigues Guilam e Willer Baumgarten Marcondes (ambos da ENSP/Fiocruz) destacam que uma das consequências do aumento da expectativa de vida é a elevação do número de idosos na população de diversos países, incluindo o Brasil. Esse grupo etário é vulnerável e há crescente prevalência da violência contra ele. Por isso, é necessário realizar pesquisas e intervenções para o controle e minimização do fenômeno.

O artigo, de característica exploratória e descritiva, faz uma análise dos estudos sobre tais temas no Brasil, a partir de um levantamento bibliográfico em periódicos nacionais indexados na base SciELO, com ênfase nos últimos cinco anos. Por meio dessa análise, observa-se que a Política de Proteção ao Idoso ampara a maioria das discussões que tratam da violência na velhice, cujo foco de atenção dos pesquisadores é a violência doméstica, e há necessidade de expandir as pesquisas de campo.

As autoras Rosa Maria Soares Madeira Domingues (Ipec/Fiocruz), Lilian de Mello Lauria e Valeria Saraceni (ambas da SMS-RJ) e Maria do Carmo Leal (ENSP/Fiocruz) assinam o artigo "Manejo da sífilis na gestação: conhecimentos, práticas e atitudes dos profissionais pré-natalistas da rede SUS do município do Rio de Janeiro". O trabalho avalia os conhecimentos, práticas e atitudes dos profissionais pré-natalistas da rede de serviços públicos de saúde (SUS) do município do Rio de Janeiro (MRJ) e identifica as principais barreiras para a implantação dos protocolos assistenciais de manejo da sífilis na gestação.

Realizou-se estudo transversal com 102 profissionais pré-natalistas da rede do SUS/MRJ, o que corresponde a uma taxa de resposta de 70% entre os elegíveis. Foram verificadas diversas barreiras relacionadas ao conhecimento e à familiaridade com os protocolos assistenciais, dificuldades na abordagem das DSTs, questões dos usuários e contexto organizacional, que apresentaram distribuição distinta segundo tipo de serviço de saúde.

"Níveis tensionais de adultos indígenas Suruí, Rondônia, Brasil" é o título do texto de Felipe Guimarães Tavares, Carlos Everaldo Alvares Coimbra Junior e Andrey Moreira Cardoso (todos da ENSP/Fiocruz). O artigo detalha resultados de estudo transversal realizado em 2005 para descrever os níveis tensionais em adultos (maiores de 20 anos) indígenas Suruí, de Rondônia, e investigar sua relação com o estado nutricional e o nível socioeconômico (SSE). Para tanto, foram visitadas 9 aldeias e avaliados 251 indivíduos (87,4% dos elegíveis).

A prevalência de hipertensão arterial foi 2,8% (2,4%, entre os homens, e 3,1%, mulheres). A prevalência foi maior nos indivíduos maiores de 40 anos, com perímetro da cintura (PC) ou RCQ elevados, sobretudo no grupo feminino, e também no grupo com mais baixo SSE. A hipertensão arterial é um problema de saúde emergente entre os Suruí e deve receber atenção do sistema de saúde e dos pesquisadores.

A participação da Escola no volume se encerra em "Uso de indicadores de nível local para análise espacial da morbidade por diarreia e sua relação com as condições de vida", de Raquel Marica Cardoso Torres, Sonia Azevedo Bittencourt, Rosely Magalhães de Oliveira, Alexandre San Pedro Siqueira, Paulo Chagastelles Sabroza e Luciano Medeiros de Toledo (todos da ENSP/Fiocruz). O artigo analisa a distribuição espacial da morbidade por diarreia em crianças e sua associação com condições de vida. Realizou-se um estudo ecológico nos bairros do município de Itaboraí, e a população-alvo foram crianças maiores de 5 anos hospitalizadas por diarreia, nos anos 2006 a 2009, dados disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares.

A análise espacial, observaram os autores, identificou que os bairros com maiores valores de razão de internações por diarreia (RID) foram, em sua maioria, aqueles com maiores aglomerações populacionais e melhores condições de vida.

O novo número está disponível no site da revista e na base de dados da SciELO.


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