Busca do site
menu

ENSP lança Observatório Tuberculose Brasil

ícone facebook
Publicado em:29/04/2013
 
Fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e contribuir para o controle da tuberculose, com o monitoramento das políticas públicas de saúde e promoção do controle social. Com esses objetivos, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) criou, no dia 27/2, a coordenação do Observatório Tuberculose Brasil. Integrante da rede FIO-TB, o observatório é composto de diversas unidades da Fiocruz, com a proposta de articular as ações de pesquisa e serviço da Fundação na área. 
 
O Observatório TB Brasil pretende desenvolver ações em advocacy communication and social mobilization (ACMS) e monitorar os indicadores sociais e epidemiológicos relacionados à tuberculose. As ações estão de acordo com as Metas de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e contam com ativa participação de movimentos sociais no que se refere à execução dos compromissos assumidos oficialmente pelas três esferas de governo. 
 
ENSP lança Observatório Tuberculose BrasilPara o psicólogo e coordenador técnico da área de tecnologia social do Observatório TB Brasil, Carlos Basília, a ancoragem dessa iniciativa, na ENSP, visa responder a demandas do movimento social de luta contra a doença e a necessidade de realizar estudos e desenvolver estratégias intersetoriais conjuntas articuladas entre os diversos atores, setores e políticas públicas. Busca, assim, enfrentar os determinantes sociais relacionados à tuberculose e suas associações. Entre eles, em especial, os que possuem relação direta com a pobreza e a dificuldade de acesso à saúde e a expectativa de maior participação da academia e, consequentemente, envolvimento mais amplo de pesquisadores, professores e alunos no enfrentamento da doença no país.
 
Segundo o diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho, os movimentos sociais na área da tuberculose são muitos e de extrema importância para essa luta no país. Ele destacou a atuação histórica de Basília e afirmou que a ENSP, por meio do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), funcionará como um ponto de articulação entre o observatório e os movimentos sociais. A ideia é que seja criada uma relação de cooperação mútua. “Queremos a Escola próxima das ações e reivindicações desses movimentos, pois, assim, ao mesmo tempo, poderemos manter os movimentos sociais abastecidos com as análises e conhecimentos produzidos na ENSP.” 
 
Sobre a disseminação da tuberculose no país, Basília alertou para o desconhecimento da população, gestores e até dos profissionais de saúde sobre a doença. “As pessoas que adoecem por TB ainda são fortemente estigmatizadas, isoladas, discriminadas e comumente vitimadas por inúmeras violações dos seus direitos sociais. Existe um imaginário histórico ultrapassado em relação à abordagem da tuberculose. Infelizmente, ainda prevalecem a visão biomédica e o discurso higienista focado no controle de doenças e vetores, de medidas de contenção. Na verdade, o paciente e sua realidade social deveriam estar no centro das preocupações”, disse Basília. 
 
Entre os principais parceiros envolvidos no projeto, está o CRPHF/ENSP, cujo chefe, Miguel Aiub, é o coordenador técnico e científico das áreas de pesquisa, ensino e estratégia de controle do Observatório TB Brasil. De acordo com Miguel, esta será uma oportunidade ímpar para o fortalecimento de ações de controle da doença. “Haverá um fomento na participação da sociedade civil no acompanhamento e na análise das políticas e ações desenvolvidas em atenção à tuberculose e a coinfecção TB/HIV”, disse ele.
 
A realização do seminário sobre a nova tecnologia GeneXpert e seu impacto na organização de novos serviços, captação de casos e controle da tuberculose resistente a drogas, ocorrido no Centro de Estudos da ENSP, foi a primeira ação do observatório. É preciso, complementou Basília, desenvolver respostas inovadoras e articuladas na busca pela qualidade de vida e de um tratamento adequado para os portadores da doença.

ENSP lança Observatório Tuberculose Brasil
 
Antônio Ivo explicou ainda a função da Rede FIO-TB. Segundo ele, esta é uma iniciativa entre as unidades da Fundação e sua proposta é ser um ponto de articulação entre ações de pesquisa e serviço oferecidos pela Fiocruz. “A ENSP participou ativamente da elaboração da Rede FIO-TB e nela tem a responsabilidade do desenvolvimento de pesquisas clínicas. O Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (Ipec) também trabalhará na área de pesquisas clínica e no serviço, no que se refere ao atendimento da população. Além disso, ainda contamos com o Instituto Oswaldo Cruz, que é o responsável pela área da pesquisa básica”, detalhou o diretor. 
 
O movimento social conta a tuberculose no Brasil
 
A participação do movimento social no controle da TB no Brasil é histórica. Traz a memória os anos de 1900 e foi marcada pela existência da Liga Brasileira contra Tuberculose, criada no Rio de Janeiro pela Fundação Ataulfo de Paiva (FAP), composta de médicos, higienistas, intelectuais, membros da alta sociedade carioca que buscavam a cura da doença. 
 
Mais recentemente, em 2004, foi criada a Parceria Brasileira contra a Tuberculose STOP TB Brasil, hoje com mais de cem entidades afiliadas. Ela é uma instância colegiada, de caráter propositivo, consultivo e de mobilização social, voltada para promover a prevenção e o controle da tuberculose e da coinfecção TB/HIV por meio de esforços conjuntos e articulados. 
 
Nesse contexto, o papel das ONGs, fóruns e redes comunitárias no enfrentamento do problema se faz fundamental, tanto no campo da assistência como na prevenção. E bem como na vigilância, denunciando e cobrando a implementação de políticas públicas de saúde aos pacientes com tuberculose, seus familiares e no esclarecimento da população em geral.

Seções Relacionadas:
Assistência Cooperação SUS

Nenhum comentário para: ENSP lança Observatório Tuberculose Brasil