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Laboratórios ENSP vão ampliar produção acadêmica institucional

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Publicado em:12/04/2013

Na quarta-feira (10/4), a ENSP lançou a pedra fundamental do seu Prédio de Laboratórios, cuja estrutura organizacional abrigará 23 laboratórios, vinculados a 5 departamentos: o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF); o Departamento de Ciências Biológicas (DCB); o Departamento de Endemias Samuel Pessoa (Densp); o Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA); e o Departamento de Métodos Quantitativos em Saúde (Demqs).

Além dos laboratórios, o prédio abrigará escritórios para os respectivos pesquisadores vinculados e áreas de apoio técnico. Os laboratórios estão organizados em áreas específicas do conhecimento. Alguns deles atuarão como áreas compartilhadas, uma espécie de laboratórios multiusuários. Com isso, haverá uma redução de insumos, manutenção e pessoal especializado para operá-los.

O prédio deverá estar construído em quatro anos. Durante esse período, serão necessários investimentos na capacitação de recursos humanos e na sua estruturação organizacional, para proporcionar maior integração e parcerias entre os setores que compõem o polo de laboratórios da ENSP e demais unidades da Fiocruz.  

Para falar sobre o processo de construção dessa estrutura, o Informe ENSP entrevistou a coordenadora de Serviços Ambulatoriais e Laboratoriais da ENSP, Adriana Hamond Regua Mangia. “A construção do prédio significa não só a ampliação do espaço físico, mas também a adequação e a modernização da infraestrutura laboratorial aliadas a melhores condições de trabalho”, disse a pesquisadora. Confira a entrevista.

Informe ENSP:  A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) lançou, na quarta-feira (10/4), a pedra fundamental do seu Prédio de Laboratórios. Como surgiu essa demanda?


Laboratórios ENSP vão ampliar produção acadêmica institucionalAdriana Hamond Regua Mangia: O projeto do Prédio de Laboratórios marca uma nova fase do desenvolvimento laboratorial da ENSP. Ele é uma conquista, fruto de antigas reinvindicações de pesquisadores da Escola, cuja produtividade vem sendo comprometida há muitos anos, em virtude das precárias condições de instalações de seus laboratórios. A construção do prédio significa não só a ampliação do espaço físico, mas também a adequação e a modernização da infraestrutura laboratorial aliadas a melhores condições de trabalho.

Estarão abrigados no edifício os laboratórios vinculados ao Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF), ao Departamento de Ciências Biológicas (DCB), ao Departamento de Endemias Samuel Pessoa (DENSP), ao Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA) e ao Departamento de Métodos Quantitativos em Saúde (DEMQS).

Assim, o polo laboratorial da ENSP compreenderá as unidades do novo prédio e os laboratórios localizados no Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh) e no Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF).

Informe ENSP: Segundo o diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho, o processo iniciou-se há sete anos e teve participação de vários setores da Escola. Como foi o planejamento do Prédio de Laboratórios?

Adriana Regua: Foi um processo complexo e longo, com envolvimento de vários profissionais. Iniciativas relevantes que incitaram o processo e permitiram subsidiar o plano diretor foram realizadas: a atualização do diagnóstico do parque laboratorial, em 2009, pautada em requisitos da gestão da qualidade, da biossegurança e ambiental; a realização da Oficina de Planejamento dos Laboratórios, em 2010; e a designação da Coordenação dos Serviços Ambulatoriais e Laboratoriais. A partir daí, o processo  fortaleceu-se com intensa mobilização de grupos de trabalho, visando definir a conformação e a organização dos laboratórios na nova estrutura. Após discussões coletivas, foram elaborados critérios para a distribuição dos laboratórios, que se basearam nas áreas de conhecimento, em parâmetros técnicos de instalação e no atendimento às normas de biossegurança.

O projeto passou por várias versões, com o intuito de atender às especificidades dos laboratórios e à viabilidade construtiva e técnica arquitetônica. O desenvolvimento do estudo preliminar teve forte participação dos pesquisadores para o detalhamento das informações de cada área no espaço laboratorial, obtidas por meio de entrevistas e questionários. Tais informações incluíram descrição das atividades, número de profissionais, agentes patogênicos a serem manipulados, produtos manuseados (químicos, biológicos e radioativos) e armazenados (inflamáveis, corrosivos e radioativos), resíduos (sólidos, químicos, biológicos e radioativos), fluxo de trabalho, instalações necessárias (elétrica, hidráulica, telefonia etc.) e sistemas de ventilação, refrigeração e exaustão necessários. Informações detalhadas sobre os equipamentos, como localização, posição e dimensão, também foram obtidas visando levantar as especificidades e auxiliar no dimensionamento do espaço laboratorial.

Essas informações possibilitaram a elaboração do projeto básico pela Dirac, que subsidiará a execução do projeto executivo necessário para o planejamento da obra.

A construção, com sete pavimentos, ocupará uma área total de 7,9 mil metros quadrados, na zona oeste do campus. Os laboratórios terão estruturas modulares que permitirão maior flexibilidade e diferentes tipos de layout.

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Em quatro anos o prédio deverá estar concluído. Durante esse período, serão necessários investimentos na capacitação de recursos humanos e na sua estruturação organizacional, de modo a proporcionar maior integração e parcerias com os demais setores laboratoriais do polo de laboratórios da ENSP e de unidades da Fiocruz.  

Informe ENSP: Qual é o perfil dos laboratórios que ocuparão o novo prédio?

Adriana Regua: Os laboratórios têm atuação diversificada e multidisciplinar em alinhamento aos eixos estratégicos da Fiocruz. Os pesquisadores envolvidos atuam na pesquisa, no ensino e no serviço de apoio diagnóstico, assim como participam de acordos de cooperação nacional e internacional, consultorias/assessorias, programas de capacitação técnica e formação de quadros estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). As atividades práticas laboratoriais incluem ensaios no campo biológico, químico e físico-químico, a partir de matrizes ambientais e espécimes clínicos de origem humana e animal. Esses laboratórios realizam frequentemente atividades de campo para subsidiar suas pesquisas.

Informe ENSP: O projeto do Prédio de Laboratórios contempla quais áreas?

Adriana Régua: Além dos laboratórios, preveem-se espaços administrativos, escritórios para os pesquisadores vinculados e áreas técnicas de apoio. Os laboratórios estão organizados em áreas específicas do conhecimento. Alguns deles atuarão como áreas compartilhadas, uma espécie de laboratórios multiusuários. Desse modo, reduzirão insumos, manutenção e pessoal especializado para operá-los. São seus princípios a otimização do uso e de suas tecnologias e a diminuição de custos. O projeto prevê ainda instalações para coleções biológicas, biotério experimental, área de apoio ao trabalho de campo e laboratório com bancadas para aulas práticas, que visa dar suporte à pós-graduação e a cursos de capacitação técnica.

Informe ENSP: Na inauguração da pedra fundamental, o diretor da ENSP afirmou que os laboratórios estariam à altura do protagonismo da Escola no cenário nacional da saúde pública. Para uma obra dessa abrangência, são necessárias recomendações para inclusão de critérios de sustentabilidade?

Adriana Regua: O projeto contempla a adoção de medidas socioambientais. A incorporação desses valores no projeto está alinhada aos valores institucionais e às diretrizes governamentais. Os critérios e requisitos de sustentabilidade já previstos pela Dirac para o Prédio de Laboratórios incluem: certificação Procel; revestimentos para favorecer o conforto térmico e acústico e de fácil limpeza; pisos externos que contribuam para a infiltração das chuva; revestimento de cor clara na cobertura e nas fachadas para reflexão dos raios solares; emprego de soluções construtivas que garantam maior flexibilidade ao edifício, de maneira adaptá-lo mais facilmente e evitar reformas, quando necessárias; paisagismo com privilégio a espécies nativas que, quando possível, consumam pouca quantidade de água; automação da iluminação do prédio, projeto de iluminação, interruptores, iluminação ambiental, iluminação tarefa, uso de sensores de presença; uso de luminárias eficientes com lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares de alto rendimento; reúso de água, reaproveitamento de água de chuva e águas cinzas e utilização de equipamentos poupadores de água. Algumas questões ainda não contempladas serão estudadas e dependem de viabilidade técnica.

A Comissão de Sustentabilidade da ENSP tem trabalhado com a Coordenação de Serviços a fim de garantir a adoção de medidas sustentáveis para as questões que envolvem o empreendimento.

Informe ENSP: No novo prédio, quais são as perspectivas para os laboratórios?

Adriana Regua: As instalações proporcionarão o desenvolvimento de novas pesquisas, a ampliação da produção acadêmica, a formação de recursos humanos e a possibilidade do status de referência para laboratórios e serviços. Para essa finalidade, os laboratórios devem estar em conformidade com requisitos obrigatórios, como a implantação de normas de gestão da qualidade laboratorial.

Essa nova perspectiva confere à ENSP um patamar diferenciado na Fiocruz e fortalece o papel relevante dos laboratórios na saúde pública.

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1 comentários
ARMANDO DA SILVA CRUZ
13/04/2013 17:52
Impecável, sua entrevista! Quero agradecer sua contribuição e dedicação que me permitem afirmar ser das mais importantes às atividades laboratoriais pertinentes às pesquisas, ao ensino e serviços da ENSP, nesses momentos difíceis. Valeu a pena! Deixo para você um pensamento: "Há injustiças, mas, não há injustiçados", de H. Rohden, que ultimamente sempre me vem a lembrança, quando concluo um dever de casa. Parabéns!