ENSP faz parceira para o enfrentamento das DCNTs
Tatiane Vargas
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, por meio do Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab/ENSP), realizará um projeto em parceira com o Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. Intitulado Políticas públicas para o enfrentamento das diferentes realidades de exposição a fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis nas regiões de saúde do Estado de São Paulo, o projeto analisará dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), com o intuito de propor políticas de enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) para as diferentes regiões do Estado de São Paulo.
De acordo com diretor da Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Marco Antonio de Moraes, a ideia central do projeto é analisar os dados do Vigitel, que serão entregues, em abril de 2013, pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), na mesma lógica do Vigitel nacional. “Pretendemos utilizar os dados do Vigitel referentes apenas ao Estado de São Paulo. Essa iniciativa pioneira visa mapear os fatores de risco por adoecimento ocasionados pelas DCNTs nas diferentes regiões do estado”, explicou o diretor.
Após a entrega dos dados do Vigitel pela Faculdade de Saúde Pública, o Cetab/ENSP passará a atuar efetivamente no projeto. De acordo com as coordenadoras do Centro, Vera Luiza da Costa e Silva e Silvana Rubano Turci, o Cetab analisará os fatores de risco que levam ao adoecimento pelas DCNTs, principalmente no âmbito do controle do tabaco, álcool, alimentação e sedentarismo.
“O projeto está alinhado ao Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, demandado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e já realizado por vários países. Porém, pretendemos atuar principalmente sob a ótica da promoção da saúde, com o objetivo de propor políticas de enfrentamento das DCNTs. Inicialmente, a análise será realizada apenas no Estado de São Paulo, com a perspectiva de expansão para outros estados”, destacou Valeska Figueiredo, epidemiologista pesquisadora do Cetab.
O Cetab também está desenvolvendo um projeto em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o desenvolvimento de um curso de educação a distância (EAD) voltado para fiscais. O projeto tem apoio da organização não governamental americana Union. “Nesse curso de EAD, serão capacitados, na fase inicial, mil fiscais das Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais”, explicou Silvana Turci.
Outro projeto do Cetab envolve o município de Palmeira (PR). Fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de Palmeira, o Departamento de Estudos Socioeconômicos Rurais (Deses), o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmeira e a Secretaria Estadual de Saúde, o projeto Crenças, atitudes e práticas de saúde da mulher agricultora de fumo no município de Palmeira – PR visa entender a percepção da mulher a respeito dos impactos do trabalho na fumicultura sobre sua saúde e vida. Para isso, pretende conhecer esse grupo para identificar sua relação com as tarefas diárias e reconhecer problemas e necessidades, em especial nas áreas de saúde, educação e meio ambiente.
De acordo com Silvana, o projeto será realizado por meio de grupos de discussão com as moradoras de locais onde se planta o fumo no município. O resultado obtido permitirá a proposição de políticas sociais e promoção da saúde, voltadas especificamente para essa população rural, e poderá identificar novas necessidades em termos de pesquisa. O lançamento do projeto ocorrerá no dia 8 de março, em um evento especial.
Sobre o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
O Vigitel pretende monitorar a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para DCNTs em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, por meio de entrevistas telefônicas realizadas em amostras probabilísticas da população adulta residente em domicílios servidos por linhas fixas de telefone em cada cidade.
*Crédito foto da capa: Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo