INFORME ENSP

Criado em 2006 a partir da reestruturação da pós-graduação da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), o Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente (SPMA) está comemorando sua centésima defesa no mestrado acadêmico e no doutorado. Esse número representa o comprometimento da Escola na formação e capacitação profissional para o Brasil, além da importância de uma abordagem integrada entre as questões de saúde e meio ambiente na atualidade. “O número cem representa um marco. Não por ser um trabalho específico, mas é um momento que retrata a continuidade e a boa produtividade do programa”, comemorou Sergio Koifman, coordenador da pós-graduação.

O Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente tem como objetivo a capacitação de docentes, pesquisadores e gestores em saúde e ambiente, numa perspectiva interdisciplinar, multiprofissional e interinstitucional, voltada para a análise e a proposição de soluções sobre os efeitos decorrentes das exposições ambientais na saúde humana. A primeira defesa de mestrado ocorreu em janeiro de 2008 e, de lá pra cá, segundo a coordenadora adjunta de SPMA, Gina Torres Rego, o programa vem desenvolvendo bons produtos, apesar de sua temática desafiadora.

“Criar essa pós-graduação foi um desafio. Embora a relação entre saúde pública e meio ambiente seja intensa, desenvolver estudos que incorporem essas duas dimensões não é fácil. No entanto, mesmo com essa complexidade, o programa vem conseguindo articular esses aspectos e, em menos de seis anos, chegar a cem produtos de boa qualidade, em dois cursos relativamente pequenos, é um marco gratificante”, reconheceu.

Além de destacar a importante articulação entre saúde pública e meio ambiente, Gina comentou o bom ambiente de trabalho, a estrutura, a continuidade e a atenção especial dos professores com o corpo discente – fator corroborado pelos alunos, como no caso da mestranda Jessica Belchior. “O programa vem correspondendo às minhas expectativas, e a relação com os professores é excelente para nosso crescimento acadêmico. Aqui encontrei o que buscava para a minha formação e espero fazer parte do quadro dessa Escola no futuro”, disse a nutricionista.

Iniciativas atraem alunos para o stricto sensu

Já o coordenador da pós-graduação, Sergio Koifman, fez questão de enaltecer o envolvimento do corpo docente com o programa. Ele afirmou que os alunos vêm tendo o mesmo comprometimento com o curso e citou algumas iniciativas que serviram de vitrine para a pós em SPMA, como os Cursos de Inverno e a associação temporária com a Universidade Federal do Acre para o desenvolvimento do Mestrado em Saúde Coletiva.

“Além de possuirmos uma perspectiva bastante abrangente, desenvolvemos iniciativas acopladas ao programa que tiveram um papel importante, como a realização dos Cursos de Inverno, que atraem alunos para o stricto sensu, e o mestrado no Acre, que trouxe alunos para o doutorado. Portanto, há um espiral de iniciativas confluentes que tornam esse momento especial e auxiliam diretamente na transição do mestrado para o doutorado dentro do próprio programa. Além disso, essa perspectiva também atrai docentes e colaboradores de outras instituições para a ENSP.”

A realização dos Cursos de Inverno também foi citada pelos alunos como um fator que os atraiu para o mestrado da ENSP, como no caso da bióloga Élida Campos. “Antes de ingressar no stricto sensu, fiz um curso de inverno e gostei bastante. Na grande maioria dos cursos compactos, você estuda a matéria de forma superficial, enquanto o daqui foi totalmente compatível com o que eu buscava para o mestrado. A forma pela qual o programa aborda a relação entre saúde pública e meio ambiente também é muito interessante”, afirmou.

Para Elvira Maciel, pesquisadora do Departamento de Epidemiologia da ENSP e membro da coordenação do programa, saúde pública e ambiente sempre estiveram relacionados, mas as formas pelas quais são abordadas nas linhas de pesquisa do programa são importantes para a contemporaneidade.  Ela explica que, além da exposição a agentes naturais, o ser humano está submetido à exposição provocada por diversos outros agentes, como os aditivos alimentares, os pesticidas e os dejetos industriais que trazem repercussões inevitáveis sobre a saúde. “O programa oferece uma riqueza de abordagens.”

A centésima defesa de SPMA foi defendida dia 14 de novembro de 2012 pelo aluno de doutorado Arnaldo Couto. Ele analisou a História familiar de câncer, exposição materna a medicamentos e o desenvolvimento de leucemia em menores de 2 anos. A seleção para o doutorado 2013 teve sete candidatos aprovados que terminaram o mestrado em Saúde Coletiva no Acre pela associação temporária com a pós em Saúde Pública e Meio Ambiente. "Essa etapa marca também uma perspectiva de continuidade e evolução para o SPMA", acrescentou Koifman.

A lista com as 100 defesas do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente pode ser acessada no arquivo em anexo (coluna da direita no texto).