INFORME ENSP

O Repositório Institucional de Produção Científica, que busca disponibilizar a produção científica da ENSP e dar visibilidade a ela, comemorou um mês de lançamento com excelentes números. Ao todo, o ambiente já conta com 217 arquivos completos de acesso aberto e mais de 14 mil títulos extraídos a partir dos currículos Lattes de 249 pesquisadores cadastrados da Escola. O Repositório é fruto da Política Institucional de Acesso Aberto ao Conhecimento, desenvolvida pela Escola desde abril de 2011. Pesquisadores da ENSP e de outras instituições reconhecem a importância do Repositório e dão sua opinião sobre ele.

Desde 2011, a Escola vem se alinhando ao Movimento Internacional de Acesso Aberto ao Conhecimento, propondo-se a aderir aos princípios e diretrizes para estabelecer uma política nacional de acesso livre à informação e ao conhecimento científico. Após uma série de iniciativas, a Política Institucional de Acesso Aberto ao Conhecimento da ENSP foi assinada pelo diretor Antônio Ivo de Carvalho durante a semana comemorativa dos 58 anos da instituição, ocorrida em setembro de 2012. Na ocasião, o Repositório Institucional de Produção Científica foi colocado no ar.

Quem pode cadastrar arquivos no Repositório?

No Repositório, deverão ser cadastrados apenas materiais dos próprios pesquisadores da ENSP, como artigos completos publicados em periódicos, artigos aceitos para publicação, livros e capítulos, texto em jornal ou revista (magazine), trabalhos publicados em anais de eventos, apresentação de trabalho e palestra, relatórios de pesquisa e ainda relatórios técnicos. Para acesso ao Repositório Institucional de  Produção Científica, os pesquisadores da Escola receberam senha e login, via e-mail institucional. Nesse ambiente, o autor poderá verificar os registros que foram inicialmente importados da Plataforma Lattes, validar as referências e enviar o arquivo completo para depósito na base de dados do repositório.

Os pesquisadores cadastrados nos programas de pós-graduação da ENSP também poderão incluir suas publicações. No entanto, essa produção será atribuída apenas ao respectivo programa do pesquisador, e não será contabilizada como produção da ENSP.

Segundo Rosane Mendes, analista responsável pelo projeto, "temos, no momento, 249 pesquisadores cadastrados no Repositório. Chegamos a esse número por meio do extrator Lattes e de listas de pesquisadores dos programas de pós-graduação da Escola. Mas sabemos que pode haver pesquisadores que não ainda não constem do Repositório. Muitas vezes, no currículo Lattes, a ENSP não aparece como endereço profissional, e sim a Fiocruz. Isso acaba dificultando a extração de dados". Rosane ressaltou que, nesses casos, basta o pesquisador entrar em contato com a Coordenação de Comunicação Institucional (CCI) e solicitar a inclusão.   

Os pesquisadores devem constantemente prover o repositório com suas produções para que haja, assim, continuidade na divulgação das pesquisas e artigos científicos da Escola e transparência aos investimentos e às ações realizados. Além disso, a literatura recente demonstra que, quanto mais um artigo é divulgado em repositórios, mais ele ganha em impacto e citações. 

Vantagens de um repositório de acesso livre

O Repositório proporciona grandes vantagens aos pesquisadores: aumenta a visibilidade da produção por eles realizada, pois potencializa as citações, utilização e reutilização de suas pesquisas, e contribui enormemente para a diminuição da lacuna entre a academia e a sociedade.

Segundo a coordenadora da CCI, Ana Furniel, no Repositório haverá somente a produção científica com os arquivos completos. A equipe de bibliotecárias da CCI está realizando uma busca ativa na internet do material que já se  encontra em acesso aberto, como o Portal Scielo, por exemplo, e incluindo no Repositório. Para a produção que não se encontra disponível, a entrada só poderá ser realizada por autoarquivamento,  pelo próprio autor.

“Esse processo é fundamental porque garante que a produção, ao ser colocada no repositório, tenha indicação pelo autor do tempo que deve aguardar para estar em acesso livre, o que se chama de embargo. Os pesquisadores podem ficar tranquilos, pois todo material pode ser depositado no Repositório. Apenas depois do tempo de embargo das revistas científicas, o sistema liberará o material para o público”, ressaltou Ana Furniel.

Opinião dos pesquisadores sobre o Repositório da ENSP

Adauto Araújo – pesquisador da ENSP

Não faz muitos anos, toda semana íamos à Biblioteca Central olhar a mesa com os novos números de periódicos que a Fiocruz assinava. As revistas costumavam chegar depois de cerca de seis meses de publicadas. O tempo passou rápido, e hoje dispomos das redes para buscar quase tudo. Porém, algumas revistas científicas continuam a custar muito caro, e a Capes passou a assinar o acesso para que as instituições de ensino pudessem ter acesso livre aos artigos. Mas a profusão de publicações – umas boas, outras nem tanto – e a variedade de formas de subsídios nem sempre as tornam acessíveis a todos.

Mas não se pode dispor publicamente de todos os artigos científicos. É preciso que isso se modifique. E cabe a nós, servidores das instituições públicas que nos financiam, criar outra lógica. Se o financiamento para as pesquisas parte de órgãos públicos, seu resultado também deve ser público e partilhado, com acesso a todos. Buscar essa solução é o objetivo do Repositório Institucional de Produção Científica da ENSP.

Pedro Barbosa – pesquisador da ENSP e vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz

A iniciativa da ENSP ao organizar o seu repositório público de produção científica expressa importante pioneirismo em nosso país e mostra a vanguarda da nossa Escola. Certamente, servirá de exemplo não só dentro da própria Fiocruz, mas em todo o sistema nacional de ciência e tecnologia. Na sociedade do conhecimento, é um verdadeiro e importante passo para a democratização da ciência, tão fundamental para uma sociedade desenvolvida. Parabéns à ENSP! E espero que essa iniciativa seja replicada pelo país afora.

Salvatore Siciliano – pesquisador da ENSP

Destaco o papel da ENSP na liderança de um modelo mais democrático de acesso ao conhecimento científico. Muitas vezes nos deparamos com uma situação totalmente estranha, ou quase absurda, de não conseguir acessar os próprios artigos publicados em periódicos internacionais. O Repositório poderá ser um caminho novo nos meandros da informação e divulgação científica. Ganhamos todos, especialmente o país, que assim se coloca na vanguarda da discussão sobre o acesso livre.

Kenneth Camargo – pesquisador da Uerj

A publicação é um aspecto fundamental do trabalho científico: a ciência é um empreendimento coletivo, que depende da comunicação. Destaco o pioneirismo da ENSP em assinar uma portaria que estabelece sua Política Institucional de Acesso Aberto ao Conhecimento e de lançar o Repositório Institucional de Produção Científica. Isso torna a Escola a primeira instituição de saúde a possuir uma política mandatória de acesso aberto e a põe lado a lado dos principais centros de pesquisa em todo o mundo que defendem uma ciência aberta.

Carlos José Saldanha Machado – pesquisador do Icict/Fiocruz

A grande qualidade das tecnologias da informação escolhida para constituir o Repositório da ENSP é a sua funcionalidade, simplicidade e clareza para quem o utiliza. Fiquei muito satisfeito ao ver que minha produção científica está sendo reunida e disponibilizada. Uma sociedade democrática e transparente precisa de cidadãos bem informados.

Acesse o Repositório Institucional de Produção Científica em www.ensp.fiocruz.br/repositorio.