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Curso de alimentação apoiará plano do Comperj

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Publicado em:02/08/2012

Curso de alimentação apoiará plano do ComperjIniciado recentemente, o curso de aperfeiçoamento de Vigilância Alimentar e Nutricional surgiu de uma urgente necessidade de qualificar as informações sobre alimentação e nutrição nos municípios da área de influência do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Um total de 25 alunos participa da formação desenvolvida pela ENSP, no âmbito do projeto de intervenção técnico-científica do Plano de Monitoramento Epidemiológico do Comperj, que abrange os municípios de Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Guapimirim e São Gonçalo. O curso visa capacitar profissionais de saúde que trabalhem com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). “Hoje, o sistema está limitado, focado apenas em programas de intervenção nutricional”, analisa Denise Barros, pesquisadora do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSGSF)/ENSP e uma das coordenadoras do curso.

A Escola tem um programa de formação na área de alimentação e nutrição que conta com cursos (regulares ou criados por demanda institucional) de aperfeiçoamento e especialização em vigilância alimentar e nutricional e, também, em alimentação na perspectiva da cultura. A ENSP também oferece cursos dessa área na modalidade a distância, que possibilitam maior abrangência e, portanto, são estratégicos para a formação de recursos humanos em saúde no país. 

De acordo com Denise, a área em que atua passou por diversas mudanças nos últimos anos. “A Política Nacional de Alimentação e Nutrição ganhou uma nova versão, e a implementação de programas assistenciais do governo a tornou estratégica para o desenvolvimento do Brasil. O poder aquisitivo da população para os quais esses programas são voltados aumentou, e isso gerou outra realidade. Muitas dietas contam, agora, com alimentação não saudável ou industrializada em excesso. Essa mudança está gerando uma transição da redução da desnutrição para o aumento da obesidade e das doenças crônicas nos brasileiros”, advertiu. 
 
O curso, desenvolvido em parceria com o Projeto de Intervenção Técnico-Científica do Plano de Monitoramento Epidemiológico do Comperj, foi uma demanda surgida da baixa qualidade dos dados de alimentação e nutrição no município de Cachoeiras de Macacu. A nutricionista e também coordenadora do curso Aline Caldas contou que, desde outubro de 2011, a equipe de nutrição da ENSP faz parte do Plano de Monitoramento Epidemiológico da Área de Influência do Comperj. Com isso, o estado nutricional da população passou a ser um indicador das condições de saúde desses municípios. “A partir disso, apresentamos uma proposta de trabalho e iniciamos um levantamento de dados da situação nutricional da área. O município de Cachoeiras de Macacu foi o piloto”, explicou Aline. 
 
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Segundo Aline, todos os municípios trabalham com o Sisvan e geram seus próprios dados. Por isso, a primeira ação foi analisar se as cidades em questão tinham indicadores e informações suficientes para o desenvolvimento dessa base de dados. “Essa foi nossa primeira barreira, pois as informações eram muito aquém do necessário. E identificamos a urgente necessidade de capacitar profissionais envolvidos direta ou indiretamente com a implementação de sistemas de vigilância alimentar e nutricional. Além disso, verificamos que, ao longo dos anos, a utilização do Sisvan foi sendo limitada a um sistema de monitoramento nutricional que encaminha a população aos programas de alimentação e nutrição, como o Bolsa Família e o Bolsa Alimentação, ambos do governo federal. No entanto, o Sisvan foi criado para ser um sistema de monitoramento das condições de nutrição e alimentação voltado para indicar as condições de saúde.” 
 
Aline argumentou que os municípios já têm um sistema que pode e precisa ser utilizado de melhor maneira. “Queremos resgatar sua função inicial: ser um sistema de vigilância nutricional que compõe um sistema de vigilância em saúde, cujo objetivo é analisar as condições de saúde da população. Hoje, temos novos desafios no contexto brasileiro de saúde e precisamos que nossos profissionais estejam preparados para enfrentá-los”, esclareceu Aline. Para ela, é importante a geração dos dados com qualidade, que possibilitará a elaboração de políticas e estratégias de melhorias das condições de saúde como um todo, não apenas para monitorar programas específicos de assistência.
 
As aulas ocorrem nas instalações do Observatório de Situações de Saúde de Cachoeiras de Macacu, criado em parceria com a prefeitura da cidade. O observatório faz parte do Laboratório de Monitoramento Epidemiológico de Grandes Projetos de Desenvolvimento da ENSP (LabMep), que apoia as atividades de vigilância epidemiológica do Comperj e é utilizado para capacitar recursos humanos.


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