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Avança projeto sobre leishmaniose na Marambaia

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Publicado em:01/08/2012

Entrou na terceira fase o projeto de pesquisa sobre a prevalência de vetores e o risco de transmissão de leishmaniose, na Ilha de Marambaia, em Mangaratiba, Rio de Janeiro. O projeto é fruto de um compromisso firmado, em 2009, entre a Marinha e a ENSP. Segundo os pesquisadores Marcos Barbosa de Souza e Antonio Nascimento Duarte, do Departamento de Ciências Biológicas da Escola, o objetivo principal do projeto é manter o campus avançado dos alunos de pós-graduação. Além disso, pretende agregar o departamento a um macroprojeto e fazer a interseção com a área de ensino da Escola e com outras instituições.
 

Avança projeto sobre leishmaniose na Marambaia

Antonio Duarte acrescenta que se almeja um consórcio com o Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Escola para tratar das condições ambientais da região (qualidade da água e do solo). Essa possibilidade de parceria é para garantir o lançamento, de forma eficiente, do esgoto sanitário tratado com potencial de contaminação reduzido. De acordo com o pesquisador, a Marinha também tem interesse na parceria, a fim de obter o selo ISO 9014. Para tanto, precisa fazer o controle ambiental e garantir condições sanitárias para a população residente e transitória da Marambaia, composta por civis e militares nacionais e estrangeiros que treinam no local.
 
A terceira fase do projeto refere-se à pesquisa da aluna de doutorado em Saúde Pública Rafaela Alonso Coimbra, que identificou 18 cães na região com leishmaniose visceral, a forma mais perigosa e letal da doença, até mesmo para o homem. Para isso, os pesquisadores buscaram parceria com o setor de zoonoses do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas, sob responsabilidade de Fabiano Borges Figuereido, que tem colaborado ativamente. Foram realizadas a coleta de sangue dos animais, a sorologia e o teste rápido DPP Leishmaniose Canina de Bio-Manguinhos. Com o resultado, os cães foram isolados. A nova fase do projeto prevê a colocação de coleiras com deltametrina, substância que é utilizada contra pulgas e carrapatos e reduz o risco de picada dos vetores da leishmaniose. Ação adicional da nova fase é a aplicação das vacinas básicas recomendadas.
 
Outra parte do projeto é o projeto de tese da aluna Thais Leal: o mapeamento de busca de potenciais criadouros de vetores das leishmanioses, já que são poucas as informações disponíveis até o momento. Serão colocadas armadilhas em locais com matéria orgânica vegetal e animal em diferentes substratos do solo da Ilha de Marambaia. Segundo Marcos de Souza, essa experiência é bem facilitada na Restinga de Marambaia, área de diversidade preservada e segura para alunos e pesquisadores para trabalharem à noite, período ideal para coleta de material.
 
A Restinga de Marambaia é administrada pelo Exército, Aeronáutica e Marinha, com cerca de 79 quilômetros quadrados, que compreendem a restinga e a ilha. A região possui uma reserva ecológica e é utilizada para exercícios militares e experimentos de armamentos. Na ilha, além do efetivo militar, há cinco principais povoados de pescadores, com cerca de 250 famílias, que permanecem fixas, com pouca flutuação, e sem a expansão de imóveis, possibilitando maior controle amostral. 
 
Marcos Barbosa de Souza também ressaltou o contato com pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que atuam na região há mais de 15 anos, por meio de diversos estudos, e possibilitaram a realização do projeto da ENSP.

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