Busca do site
menu

Alimentação viva como promotora de vida saudável

ícone facebook
Publicado em:06/07/2012

 

Neste ano de 2012 o projeto Terrapia – alimentação viva na promoção da saúde, do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, da ENSP, completa 15 anos. Com cada vez mais visibilidade e adeptos em todo o país, o projeto só cresce. Ao longo desta década e meia o Terrapia mudou, inovou, experimentou novas ações e abriu frentes. Hoje os interessados podem participar dos seminários que acontecem na horta do Terrapia e também ficar por dentro dos princípios, das receitas e das técnicas utilizadas por meio de vídeos e do sítio eletrônico do projeto, disponíveis na internet para acesso de qualquer lugar. Possibilidades não faltam para quem quer aprender e adotar uma vida mais saudável. 
 
Em 2009, por iniciativa da idealizadora e coordenadora do projeto Terrapia Maria Luiza Branco, bem como de seus colaboradores, foi realizada uma assembleia geral que transformou o projeto Terrapia em uma associação. O objetivo dessa mudança foi promover a institucionalização do projeto, através de associações com pessoa jurídica, para o desenvolvimento de parcerias com a Fiocruz e a comunidade. Nesse mesmo período o Terrapia lançou um DVD e também criou seu site na internet. Para esse novo momento, informou a atual diretora do Terrapia, Cynthia Brant, durante entrevista concedida ao Informe ENSP, a associação já pensa em diversos novos projetos. Confira abaixo.
 
Informe ENSP: Como aconteceu esse projeto e qual é a sua missão?
 
Alimentação viva como promotora de vida saudávelCynthia Brant: O projeto Terrapia – alimentação viva na promoção da saúde teve início em julho de 1997 e faz parte das ações de promoção da saúde do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, da ENSP. Trata-se de um experimento desenvolvido no campus da Fiocruz para a construção coletiva de uma horta e um pomar com a participação dos usuários. Seu objetivo é criar um ambiente saudável e, assim, desenvolver ações de promoção da saúde. Desenvolvemos nossas atividades em um espaço aberto, debaixo das árvores, num ambiente de cultivo biológico. Para tanto, contamos com uma praça de alimentação e uma varanda para os dias de chuva.
 
A organização dos espaços foi toda realizada com a participação dos usuários, além da equipe de infraestrutura institucional. Com instalações simples, propomos a maior integração possível com o ambiente natural, como forma de promoção da saúde, nas unidades de Atenção Primária à Saúde.
 
O Terrapia se consolidou como um projeto sustentável, com participação ativa da população na realização de suas atividades de alimentação viva no Rio de Janeiro. Com o apoio de voluntários eventuais e colaboradores fixos, temos espalhado as sementes de uma nova maneira de viver, de se alimentar e de ver o mundo, cada vez mais ecológica e natural. Isso tem acontecido dentro de um centro de saúde, onde foi fundado, e com cuja estrutura conta para a manutenção de seu espaço. 
 
Informe ENSP: Quais foram as principais mudanças acontecidas ao longo desses 15 anos?
 
Cynthia Brant: Nesses 15 anos a atuação do Terrapia ultrapassou os muros da Fiocruz. Além das comunidades vizinhas, ele chega hoje aos mais diversos bairros da cidade do Rio de Janeiro, por meio dos educadores formados pela metodologia Terrapia. Essas pessoas oferecem cursos e serviços de alimentação pelo estado e até fora do país, replicando nossos ensinamentos. A prática da alimentação viva faz parte da vida de muitas pessoas que já passaram pelo Terrapia e espalham essa ideia por aí.
 
Muitos que já trabalham com isso provaram ser essa uma atividade sustentável, tanto para suas vidas profissionais como para o meio ambiente, já que gera pouquíssimo lixo, recicla e faz a compostagem da maior parte de seus resíduos. Assim, temos demonstrado ser possível uma sociedade mais justa e consciente.
 
Informe ENSP: Como está funcionando o sistema de formação de colaboradores e qual é a média de visitas recebida por vocês?
 
Cynthia Brant: A cada semestre formamos dez novos educadores na metodologia Terrapia de Promoção da Saúde e Ambiente. Eles são os responsáveis por seguir esse caminho mais natural, de se alimentar e de viver, orientando outras pessoas nesse estilo de vida com alimento vivo. Hoje não temos o número exato de visitantes, mas certamente a estimativa ultrapassa dez mil pessoas. 
 
Informe ENSP: Quais são os novos projetos previstos para este ano? 
 
Cynthia Brant: Além dos atuais curso de formação de educadores, seminários de alimentação viva, oficinas de culinária, eventos educativos com bufê vivo, pretendemos também desenvolver unidades de extensão do Terrapia em outros locais, tais como Teresópolis e Bom Retiro, ambos no estado do Rio de Janeiro. Nesses locais, a ideia é realizar atividades como cursos e estágios. Outro projeto é a Kombi do Alimento Vivo, que será itinerante e sairá pelo Brasil afora divulgando esse trabalho e muitas outras atividades interessantes. Além do Informe ENSP, essas e outras notícias podem ser acompanhadas pelo site do Terrapia (www.ensp.fiocruz.br/terrapia) e, ainda, pelo nosso perfil na rede social Facebook (Terrapia Ensp). 
 
Informe ENSP: Como é ver a realização de todos esses projetos e o crescimento da adesão à alimentação viva pelo Brasil e pelo mundo?
 
Cynthia Brant: Todos estamos muito felizes por o projeto, nascido da ideia de uma médica do Centro de Saúde da ENSP, Maria Luiza Branco, completar 15 anos. Ela dedicou sua vida a construir um novo pensamento e modo de vida. Hoje o Terrapia é referência para muitas pessoas pelo mundo, que vêm em busca de uma transformação para uma vida mais próxima à natureza, com a adoção de hábitos mais saudáveis e maior cuidado consigo e com o planeta.
 
Acreditamos que essa é uma realidade que está chegando a todos de uma maneira ou de outra, mais lenta ou mais rapidamente; porém, de forma consistente. O Terrapia se orgulha de contribuir com esse movimento e de fortalecer as redes ecológicas que crescem nos quatro cantos do mundo, para um mundo melhor para todos.

Seções Relacionadas:
Assistência Entrevistas

Alimentação viva como promotora de vida saudável

1 comentários
VICTORIA MARIA BRANT RIBEIRO
09/07/2012 15:07
Pela importância, o conteúdo desta matéria deve ser divulgado sistematicamente, em diversas formas, para que o público conheça os benefícios desta iniciativa.