Busca do site
menu

Fiocruz repudia assassinatos de pescadores da Baía de Guanabara e se solidariza com movimentos sociais

ícone facebook
Publicado em:29/06/2012

A Presidência da Fiocruz torna público o seu veemente repúdio pelos brutais assassinatos dos pescadores e ativistas João Luiz Telles Penetra (Pituca), de 40 anos, e Almir Nogueira de Amorim, de 45 anos, que morreram na madrugada do sábado passado (23/6) na Baía de Guanabara. Ambos tiveram pés e mãos amarrados e morreram afogados. João Luiz e Almir integravam a Associação Homens e Mulheres do Mar (Ahomar) e militavam no movimento ambientalista da baía. Em 18 de junho, durante a Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, os dois participaram de uma atividade da Tenda Saúde, Ambiente e Sustentabilidade, organizada pela Fiocruz.

 

João Luiz e Almir lutavam contra o fim da pesca artesanal e pela preservação das derradeiras áreas de manguezais – cada vez mais devastadas – da Baía de Guanabara. João Luiz era um dos últimos articuladores da resistência da pesca artesanal na Ilha de Paquetá. A Fiocruz se junta aos demais ambientalistas e entidades da sociedade civil no movimento de solidariedade às famílias das vítimas deste ato odioso e também espera, por parte das autoridades competentes, uma investigação que leve ao total esclarecimento do caso, à punição dos responsáveis pelas mortes e à proteção dos outros militantes.

 

Confira a declaração ao Informe ENSP do pesquisador da ENSP Marcelo Firpo, que participou da  Tenda Saúde, Ambiente e Sustentabilidade, sobre os assassinatos:

 

“Sentimo-nos com grande tristeza e impotência ao verificarmos o assassinato de dois pescadores e militantes defensores da Baía de Guanabara, Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra (Pituca), que estiveram presentes na tenda da Saúde da Fiocruz/Abrasco e Cebes, em um importante debate sobre os grandes empreendimentos no Estado do Rio de Janeiro. Na mesa de debate também estava presente o Alexandre Anderson, outro pescador e liderança da Associação Homens do Mar (Ahomar) - que está no programa de proteção às vítimas pelas constantes ameaças de morte que já sofreu. João Luis coordenava a luta contra as obras da empresa Petrobras no rio Guaxindiba, localizado dentro de área da Área de Proteção Ambiental Guapimirim, pois os planos de criar uma hidrovia no lugar acabariam com a pesca artesanal na região. O assassinato, ocorrido apenas três dias após a mesa na Tenda da Saúde, é uma forma mafiosa de impedir que vozes como a de Almir e João Luiz sejam ouvidas. Mas devemos fazer o contrário, honrando e incorporando a dignidade desses lutadores em nosso trabalho. Não haverá sustentabilidade sem justiça, assim como não haverá saúde nem democracia sem justiça, sem cidadania e sem respeito, essa é a mensagem da Justiça e da Cúpula dos Povos. Somos muitas pessoas, mas ainda somos fracos diante da enorme concentração de poder político e econômico que marcam a insustentabilidade do atual modelo de crescimento."


Fonte: CCS/Fiocruz
Seções Relacionadas:
Rio+20 Toninha, cadê você?

Fiocruz repudia assassinatos de pescadores da Baía de Guanabara e se solidariza com movimentos sociais

1 comentários
JANAINA GALDINO DOS SANTOS DA SILVA
03/07/2012 00:44
Não consigo compreender, que em pleno século XXI ainda ocorram ações como essas. Somos seres racionais e devemos resolver nossas diferenças por meio do diálogo. Essa ação é a arma dos fracos, daqueles que não possuem capacidade nem razão em suas colocações. Lamenavel! Janaina G.