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Doença negligenciada é divulgada em unidades de saúde

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Publicado em:29/06/2012

Doença negligenciada é divulgada em unidades de saúdeUma doença causada por fungo e que atinge principalmente trabalhadores rurais está ganhando visibilidade com um novo trabalho desenvolvido pelo pesquisador da ENSP Ziadir Francisco Coutinho, em parceria com os pesquisadores Antonio Carlos Francesconi do Valle e Bodo Wanke, do Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz). A paracoccidioidomicose, classificada como doença negligenciada, não é contagiosa e tem cura, mas causa graves sequelas se não for diagnosticada precocemente. Com o intuito de disseminar esse conhecimento, alertar e sensibilizar, em especial aos profissionais de saúde, para essa doença foi lançado um gibi, disponível na Biblioteca Multimídia da ENSP, e uma animação estão sendo distribuídos nos postos e unidades de saúde. Em breve, também será lançado um filme sobre o tema, que já está em fase de produção.

 

O projeto Paracoccidioidomicose – não é palavrão e tem cura, que envolve os três materiais de divulgação, foi desenvolvido com o objetivo de colocar foco na doença, que tem crescido no Brasil. A paracoccidioidomicose é endêmica no continente americano; estima-se, porém, que o Brasil reúna 80% dos casos do mundo. A doença é muito mais comum em homens em idade produtiva, entre 30 e 50 anos. Segundo Ziadir Coutinho, médico do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP), a doença é considerada ocupacional, pois o histórico dos doentes mostra relação entre a sua incidência e o trabalho rural. Outra característica importante seria a relação da aparição da doença com o hábito do fumo. “Isso facilita a inalação do fungo e o cigarro também prejudica muito as feridas causadas por essa micose no pulmão, na boca e na garganta”, disse ele. 

 
Doença é confundida com a tuberculose
 
De acordo com o médico dermatologista Antonio Carlos Francesconi do Valle, a doença, em muitos casos, é confundida com a tuberculose, pois também apresenta uma tosse persistente. Entre os seus principais sintomas estão feridas na boca, garganta e nariz, emagrecimento e fraqueza, rouquidão, falta de ar, perda dos dentes e ínguas (caroços, gânglios) no pescoço ou na virilha. A paracoccidioidomicose se apresenta tanto na forma adulta como na forma juvenil, sendo esta última mais rara, já que o indivíduo normalmente adquire o fungo muitos anos antes de apresentar a doença, pois ele pode ficar inativo no organismo. O fungo é contraído ao se respirar e vive no solo das plantações, por isso a paracoccidioidomicose aparece principalmente entre trabalhadores rurais. Vale lembrar que a doença não é contagiosa, não é transmitida por alimentos ou objetos de uso pessoal.
 
Doença negligenciada é divulgada em unidades de saúde
 
De acordo com Ziadir, o mais importante para a redução de casos é o diagnóstico correto. “Por isso é tão relevante que, principalmente, os profissionais de saúde saibam identificar e diagnosticar a paracoccidioidomicose. Para isso, desenvolvemos esses produtos. Nosso objetivo é divulgar para o maior número possível de pessoas”. Para a identificação da doença, Francesconi enfatizou a necessidade de detectar o fungo no escarro, na ferida ou em outra parte do corpo doente. O raio-x dos pulmões e o exame de sangue ajudam no diagnóstico. Sobre o tratamento, disse que hoje existem diferentes tipos de medicamentos no mercado e que, em média, têm duração de um a dois anos. Ele pode ser feito em casa, mas, assim como a tuberculose, é imprescindível que seja feito até o final.
     
O tratamento está disponível nos postos de saúde e os medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde por meio do Programa para Micoses Sistêmicas. Os doentes também podem ter acesso ao tratamento através do Programa de Saúde da Família. No Rio de Janeiro, o Ipec/Fiocruz é o centro de referência para a doença.


Doença negligenciada é divulgada em unidades de saúde

1 comentários
EDUARDO S. PONCE MARANHÃO
29/06/2012 23:13
É a Doença de Lutz-Splendore-Almeida[A paracoccidioidomicose ou blastomicose sul-americana]. No Brasil, a maior incidência ocorre nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás.