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Campanha de preservação das toninhas chega às escolas

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Publicado em:25/05/2012

Campanha de preservação das toninhas chega às escolasA campanha Toninha, cadê você?, realizada pela ENSP em parceria com o jornal O Globo, vem ganhando cada vez mais colaboradores. Com o objetivo de divulgar esse discreto cetáceo – um primo pequeno das baleias, botos e golfinhos –, que corre risco de extinção, principalmente, por causa das redes de pesca e da poluição dos mares, a Escola criou também um site para a divulgação da campanha. Após o início da campanha, a preocupação com a preservação das toninhas vem ganhando rumos cada vez maiores e diversas escolas estão aderindo à campanha, incluindo, assim, jovens e crianças nas iniciativas de preservação do cetáceo, que se insere em um dos principais temas da Rio+20: o uso sustentável dos oceanos.

 

A campanha está embasada no Plano de Ação Nacional para a Conservação da Toninha, que tem como um dos organizadores o pesquisador da ENSP e coordenador do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos, Salvatore Siciliano. Segundo ele, a grande proposta é tornar a toninha popular, no espírito de 'quem ama cuida'. “Esperamos mudar hábitos, fazendo as pessoas pensarem em reciclar mais, poluir menos, cidades saudáveis, praias e oceanos mais limpos. Basta olhar o que virou a Baía de Guanabara para pensar que o resto do nosso litoral caminha apressadamente nesse mesmo ritmo de degradação”, afirmou o pesquisador.

 

Como uma das ações de promoção da campanha está a realização de palestras em escolas que estão fazendo parceria com o projeto. Nas palestras, jovens e crianças aprendem desde os aspectos básicos da biologia e do comportamento das toninhas, assim como as causas do seu declínio populacional, a poluição e a saúde dos oceanos e de que forma se pode alterar esse quadro.

 

Para o pesquisador, o interesse em divulgar a toninha de forma contínua vai muito além da Rio+20, pois toda a agenda verde precisa e deve estar na pauta do dia-a-dia, do governo e da população. “Estamos abertos a toda forma de parceria, que pode ser logística ou material. Queremos apoiar e ampliar a oferta de produtos artesanais, por exemplo. Pretendemos criar um espaço para as crianças e os adolescentes, com uma biblioteca e um centro de visitação, na Região dos Lagos. Algumas empresas já nos contataram e mostraram interesse em se engajar na campanha. Dessa forma, a toninha pode virar a estrela de muitas campanhas”, explicou.

 

Segundo Salvatore, o crescimento da campanha está entusiasmando todos os colaboradores: “Tenho a impressão de que já fomos muito além do que poderíamos ter imaginado há pouco tempo. Um bom sinal é a lista de assinantes do Manifesto pela toninha. Muitos que assinaram o Manifesto são de outros estados, alguns nem mar têm, o que mostra o quanto estamos conseguindo atingir as pessoas. Até do governo dos Açores já recebemos contato. As causas são as mesmas: por um oceano limpo, sem lixo nem poluição. Isso é extremamente gratificante”. O Manifesto das toninhas, disponível aqui, foi elaborado pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (Gemm-Lagos/ENSP), que insta as pessoas a se manifestarem contra a construção de tantos portos e estaleiros na costa pelo direito das toninhas e de outros cetáceos de continuar existindo.

 

A campanha das toninhas está sendo divulgada em diversos meios. Além do site, também há divulgação pelas redes sociais, Facebook e Twitter, e a grande novidade que une entretenimento e informação: o jornal O Globo lançou o jogo on-line Ajude a Toninha, que pretende promover a conscientização sobre a necessidade de proteger essa espécie de golfinho, que é a que sofre maior risco de extinção do Brasil. Essa é mais uma ação da parceria envolvendo a ENSP/Fiocruz, o jornal O Globo e a WWF-Brasil pela preservação desse mamífero marinho. 

 

Sobre a toninha:

 

A toninha é um símbolo do Rio de Janeiro, que tem em suas praias o seu hábitat natural. Seu nome científico é Pontoporia blainvillei, mas ela é popularmente conhecida como toninha, boto-cachimbo, boto-amarelo, franciscana e, ainda, golfinho-do-Prata. Ela faz parte de um grupo denominado ‘cetáceo odontoceto’, ou seja, mamíferos aquáticos que passam toda a sua vida na água e possuem dentes – diferentemente das grandes baleias.

 

Por ser uma espécie seriamente ameaçada de extinção, em 2005 a toninha foi foco de um plano de ação nacional, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O documento teve a participação do pesquisador Salvatore Siciliano como um de seus autores e organizadores. Segundo o texto do Plano, há aproximadamente meio século as toninhas vêm sendo capturadas em grande número por essas redes. Hoje há evidências científicas de que essas capturas são insustentáveis, enquanto medidas de conservação e controle tardam a ser implementadas, mesmo já tendo sido recomendadas em documentos anteriores.

 

A toninha é uma das menores espécies de golfinhos existentes. Sua coloração varia de cinza-pálido a pardo-amarelado, com ventre mais claro. Ela tem o rosto visivelmente alongado, os olhos e nadadeiras pequenos e mais de 200 dentes. Apenas no litoral do Rio Grande do Sul estima-se que pelo menos mil toninhas morram todos os anos em redes de pesca. Mas a degradação dos ambientes costeiros também contribui para a redução das populações, pois as toninhas são muito sensíveis à poluição das praias, ao ruído de embarcações e construções portuárias.


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